Fanfic: O Preço da Paixão *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Capítulo XI

O festival anual do milho era uma animada combinação de parque de diversões, exposição de animais, feira de artesanato e comidas típicas, além de diversos concursos, como os de bordados, tortas, pinturas entre tantos outros.

O mais aguardado ia a ser realizado ao anoitecer, quando também se iniciaria o animado baile, era o concurso de fantasias e, daquele modo, a grande maioria dos participantes do festival comparecia vestida a caráter.

Dorothy e Alfonso caminhavam pela área central do grande evento, observando as pessoas confraternizando, enquanto tentavam ajudar Alan a manter seu algodão-doce longe da pelúcia de sua fantasia.

As fantasias de Dorothy e Alan despertavam sorrisos e comentários favoráveis das pessoas que Alfonso conhecia e de estranhos também.

Depois de receber elogios de mais um grupo de amigos de Alfonso por sua fantasia, Dorothy perguntou-lhe, bem-humorada:

— Agora, você não está arrependido de não ter colocado uma fantasia, seu desmancha-prazeres? — Ela pegou um pedacinho do algodão doce de Alan, levando-o à boca.

— Oh, sim, eu sempre detesto perder a oportunidade de parecer tolo diante de meus colegas fazendeiros. — respondeu Alfonso, observando enquanto ela lambia o resíduo açucarado do algodão-doce da ponta dos dedos. — Como está o algodão doce? Há anos que não provo um pouco.

Dorothy fez menção de pegar mais um pedacinho do algodão doce de Alan, enquanto o menino estava distraído observando uma das atrações do parque.

— Não desse jeito. — disse Alfonso, passando o braço em torno dela. — Assim. — Dando-lhe um impetuoso beijo na boca, passou a ponta da língua pelos lábios dela. — Humm... Delicioso.

Quando a soltou, Dorothy corou, surpresa com a demonstração pública dele de afeição. Olhou ao redor para ver se alguém os observava, mas os participantes do festival estavam ocupados demais para notar.

— Este é o festival do milho da primavera. — comentou Alfonso, notando-lhe a encabulação. — Celebra o desabrochar da natureza por toda a parte. Uma certa dose de... afetividade no meio da celebração toda faz parte da tradição. — Piscou-lhe um olho com ar predatório antes de desviar a atenção para Alan, que começara a puxar a manga de sua camisa pedindo-lhe para dar uma volta num brinquedo.

— Pensei que o festival fosse para comemorar o fim da época do plantio.  — respondeu Dorothy num tom cético.

— Isso também.

Enquanto Alfonso tirava uma moeda do bolso para o brinquedo, ela se deu conta de que o fato de ter mencionado o fim do plantio deixou-a vagamente preocupada. Então, lembrou-se do motivo.

Alfonso lhe prometera que, depois que a época do plantio terminasse, eles redobrariam os esforços para tentar descobrir sua identidade.

Em princípio, Dorothy ansiara por saber quem era, mas as coisas eram tão diferentes agora. Descobrir como fora sua antiga vida interferiria na vida atual com Alfonso e Alan?

Quando o menino desceu do brinquedo, os três caminharam na direção de um grupo de barracas. Alan avistando a tia, Maite, trabalhando na barraca do comité das senhoras, ele correu até lá e, então, ficou radiante enquanto ela elogiava sua fantasia.

Quando viu Dorothy, Maite riu, divertida.

— Quem teria imaginado que você viria vestida como a outra Dorothy? Ora, ninguém pode acusá-la de não ter espírito esportivo. Você e Alan estão ótimos. Você mesma fêz as fantasias?

— Sim, usando a máquina de costura em seu antigo quarto. Levei uma eternidade.

— Bem, fez um excelente trabalho. Você e eu deveríamos  ver as barracas de bordados e artesanato, enquanto os rapazes olham o gado e os cavalos premiados na área de exposição dos animais. Você encontrará Christian lá. — acrescentou para o irmão, referindo-se com um sorriso carinhoso ao marido. — Eu estava prestes a fazer um intervalo aqui, de qualquer modo. —A barraca continha mesas de variados artigos usados que o grupo de mulheres reunira para a arrecadação de fundos para a caridade, e algumas delas estavam se revezando ali.

— Parece uma ótima ideia.

Os animais estavam sendo expostos num grande pavilhão com fileiras de baias e cercados, e os potros eram os favoritos de Alan.

Enquanto o menino conversava animadamente com seu tio, Christian, um homem alto e loiro com um sorriso constante no rosto, sobre um dos potros que ele levara para a exposição, Alfonso sentiu um tapinha nas costas.

— Olá, Alfonso.

Ele virou-se da coluna de madeira um pouco além da baia onde se apoiara e deparou com o xerife Gulch parado a sua frente.

Contendo um suspiro, prometeu a si mesmo que não deixaria aquele fanfarrão arruinar seu dia.

— Olá, Harvey.