Fanfic: O Preço da Paixão *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

— E como fui me envolver com o mal? — Engoliu em seco e prosseguiu — Eu já me voltei para uma vida de crime?

O Professor deu-lhe um tapinha gentil na mão sobre a mesa.

— Eu não vi evidência alguma disso, minha jovem. Mas, para lhe dizer a verdade, estou um pouco preocupado com a sua segurança e também com a das pessoas a sua volta. Se eu fosse você, eu deixaria este lugar, ao menos por algum tempo.

As pessoas a sua volta. Dorothy encarou-o, atonita.

— Acha mesmo que meus amigos e eu estamos em perigo? O que você viu?

O Professor soltou-lhe a mão e entrelaçou as suas com nervosismo.

— Foi mais uma sensação do que qualquer outra coisa. Mas havia uma imagem clara. — Ele franziu o cenho — Tenha cuidado com um homem usando um lenço vermelho.

Dorothy sentiu o coração disparando. Quaisquer dúvidas restantes que pudesse ter tido quanto à precisão daquele homem desapareceram naquele instante.

— Há mais alguma coisa que eu precise saber? — perguntou, um pouco atordoada. — De que maneira posso me prevenir contra esse perigo?

O velho vidente apertou os lábios e sacudiu a cabeça, os olhos repletos de compaixão.

—  Eu tentaria dizer-lhe seu futuro, apenas receio de que de nada adiantaria, levando em conta as circunstâncias. A fim de poder prever o futuro, eu preciso ter condições de ver o passado das pessoas. Foi um milagre eu ter podido dizer-lhe alguma coisa sobre sua antiga vida uma vez que não tem lembranças para eu poder me basear.

— Eu entendo. — Tomada por profunda desolação, Dorothy agradeceu-lhe e deixou a tenda.

A informação que acabara de receber deixou-a com o coração dilacerado e a mente rodopiando. Sentou-se na relva sob uma árvore, observando os participantes do festival na distância, enquanto se esforçava para se recobrar do choque. Não havia escolha, sabia.

Teria de partir, certificando-se de que o perigo que a rondava jamais chegasse perto de Alfonso e Alan.

E Alfonso não poderia saber sobre o perigo, ou, do contrário, não a deixaria partir sozinha.

Mas que pretexto ela poderia lhe dar para deixá-lo depois de terem começado a significar tanto um para o outro, depois que prometera ficar com ele na fazenda enquanto a quisesse a seu lado?

Recostando a cabeça no tronco da árvore, recordou a noite em que ela e Alfonso tinham feito amor pela primeira vez. Tão logo ela fizera sua declaração, Alfonso lhe dissera que não a faria cumprir a promessa. Dissera que queria que ela se sentisse livre para mudar de ideia, caso descobrisse que sua antiga vida fosse algo para o qual desejasse voltar.

— Antes que seja tarde demais. — acrescentara.

Lágrimas inundando-lhe os olhos, Dorothy concluiu que a resposta para seu dilema era angustiantemente simples.

Embora não podendo revelar o que o Professor dissera sobre o perigo, devia revelar o que ele afirmara sobre seu passado. Teria de convencer Alfonso de que o estava deixando para ir em busca do caminho do volta para a sua antiga vida.

Seria o único meio de ele deixá-la ir.