Fanfic: O Preço da Paixão *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

— Anahí! — exclamou o homem mais baixo e aproximou-se dela, os braços estendidos.
 
Quando Alfonso deu um passo à frente, colocando-se diante de Dorothy, o estranho gelou, mas seu sorriso falhou apenas ligeiramente.
 
— Não está me conhecendo, querida? Sou eu, Luther, o seu amado!
 
Dorothy quase desmaiou.
 
— Anahí. — murmurou, testando o nome em seus lábios O nome parecia se encaixar de algum modo, mas o que o homem alegava não. — Não, você não é. Quero dizer, não, não conheço você. Nunca vi você antes. — Ela esperou fervorosamente que fosse verdade, embora não tivesse certeza.
 
O homem dirigiu-lhe um olhar magoado e fez um gesto na direção do mais alto.
 
— Bem, com certeza, você está conhecendo ao menos o seu irmão, Otis. —Aquele abriu-lhe um largo sorriso, revelando várias talhas nos dentes.
 
Alfonso lançou a ela um olhar que dizia com toda a clareza: "de maneira alguma".
 
Dorothy sacudiu a cabeça e tentou impedir que suas pernas tremessem. A sensação de que conhecia aqueles homens tornava-se mais forte. Mas tinha absoluta certeza de que a última coisa que deveria fazer era acompanhá-los.
 
Luther produziu um estalido com a língua, inclinou a cabeça para o lado e percorreu-a com olhos lascivos e tão negros quanto o chapéu que usava.
 
— O xerife nos avisou que talvez isso acontecesse. Disse que você não sabia quem era, nem de onde tinha vindo. Estivemos a sua procura durante todo esse tempo, percebe? E quando descrevemos você ao xerife, ele nos falou onde estava. Assim, aqui estamos para levá-la para casa, querida.
 
Dorothy olhou ansiosamente para Alfonso e tornou a sacudir a cabeça, daquela vez de modo mais enfático. Com uma brusca inclinação do queixo, ele lhe disse que entendia.
 
— Ela não vai a lugar algum com vocês. — declarou com firmeza. — Assim sendo, apenas voltem para o lugar de onde vieram.
 
O homem baixo lançou um olhar cauteloso a Alfonso e mudou o peso do corpo de uma perna para a outra.
 
— Ora, venha conosco como uma boa menina, e não haverá problema algum.
 
Dorothy pôde ver as gotas de suor começando a escorrer pela testa do homem. Ele, então, tirou o chapéu, e ela soltou uma exclamação de perplexidade. Pois o estranho usava um lenço dobrado em torno da fronte.
 
Um lenço vermelho.
 
Rapidamente, Alfonso apanhou a pá do carrinho de mão que estava por perto com o esterco de cavalo recolhido naquela manhã e ergueu-a pelo cabo para ameaçar os homens.
 
O mais baixo emitiu um riso desdenhoso e um brilho feroz surgiu em seus olhos. No instante, levou a mão às costas e, quando tornou a mostrá-la. Empunhava um grande revólver, o cano apontado para Alfonso.
 
Dorothy gritou, enquanto o homem chamado Otis agarrou prendendo-lhe os braços junto ao corpo.
 
— Eu irei com vocês! Apenas não o machuquem!
 
— Largue a pá, fazendeiro. — exigiu Luther.
 
Frustração e fúria transparecendo em seu rosto, Alfonso não tinha escolha senão obedecer.
 
— Nós a pegamos agora, Luther! Pegamos a ricaça de volta
 
— Ora se não pegamos! — respondeu Luther com um riso de escárnio.
 
— Pegaram-me de volta? Como assim, pegaram-me de volta?— Dorothy tentou não se debater de encontro a Otis para que ele não a segurasse com ainda mais força.
 
— Você realmente não se lembra, não é mesmo? — disse Otis segurando-a com mais força de qualquer modo, até deixá-la com as costelas doendo. — Vamos lhe contar, Luther. Que mal poderia haver agora?
 
— Claro, por que não? Se nosso fazendeiro aqui seguir as instruções direitinho, talvez o deixemos viver e ele poderá transmitir as nossas exigências quanto ao resgate.
 
— Resgate? — repetiu Alfonso, confuso.
 
— Isso mesmo — confirmou Luther, sacudindo a arma descuidadamente. — A garota é uma herdeira. Chama-se Anahí Portilla. Nós a sequestramos num estacionamento depois de sair de algum tipo de festa que ofereceram para ela na universidade onde trabalhava.