Fanfic: O Preço da Paixão *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA
Os olhos ainda fechados, a imagem de Alfonso surgiu em sua mente, sua expressão cheia de amor por ela, de desejo e anseio.
Mas era realmente a mulher que ele precisava ter a seu lado? Ou precisaria de alguém capaz de usar uma lava-louças corretamente, lidar com um aspirador de pó e preparar uma refeição que não o deixasse com medo de provar?
Sem dúvida, ela se mostrara disposta a fazer aquelas coisas, mas não era boa naquilo. A sua especialidade era a de ajudar crianças que precisavam mais dela do que Alfonso evidentemente precisava.
Antes mesmo do festival, ele já devia ter chegado à conclusão de que ela teria de partir, ou não teria concordado tão prontamente em mandá-la ao abrigo de mulheres.
Tentou lembrar-se das palavras exatas dele quando lhe dissera que teria de ir, mas a nova pancada na cabeça tornara as conversas da noite anterior um tanto vagas. Tudo que se lembrava era das últimas palavras de Alfonso naquela manhã sobre o assunto antes de toda a confusão ter acontecido.
Você tem de ir.
E, daquele modo, ela iria. E não sacrificaria a pouca dignidade que lhe restara implorando-lhe que a deixasse ficar, embora fosse exatamente aquilo que seu coração lhe dizia para fazer.
Mas, se Alfonso lhe desse a mais leve indicação de que mudara de ideia e de queria que ela ficasse, Anahí sabia que plantaria os pés firmemente na fazenda Herrera e permaneceria lá pelo resto de sua vida.
Alfonso apertou com toda a força a lata de refrigerante na mão, só se dando conta do que estava fazendo quando o metal amassado começou a machucar-lhe a pele.
Richards acabara de entrar e, com seu ar arrogante, dissera aos Finch que fossem ver Anahí. Colocou-se, então, ao celular para cuidar de seus negócios, como se o que estivesse acontecendo ali no hospital fosse apenas um inconveniente, uma perda de tempo.
Alfonso atirou a lata amassada num cesto de lixo ruidosamente, satisfeito com o olhar de reprovação que atraiu de Richards, e deixou a sala de espera.
Enquanto seguia pelo corredor até o quarto de Anahí, refletiu sobre o que o casal Finch acabara de lhe contar. Sentiu uma ponta de culpa, lembrando-se de quanto aborrecera Anahí por causa de sua provávelmente origem rica. Apesar de sua fortuna fabulosa, a vida dela não fora afortunada.
Filha de pais indiferentes, vivera entrando e saindo de internatos e ficara órfã cedo. Os Finch tinham se tornado praticamente seus pais e a criado como se fosse deles.
Quanto a Michael Richards, ele não acreditava que já odiara alguém à primeira vista antes, mas fora exatamente o que acontecera naquela tarde. Apesar de seu terno caro e elegante, o homem pareceu-lhe, por alguma razão, quase tão dissimulado quanto Luther e Otis.
Ainda assim, Anahí devia ter sido apaixonada por ele. Escolhera-o entre os muitos pretendentes que, por certo, já tivera. Depois de toda a solidão e dor da infância, ela merecia uma vida feliz, segura, despreocupada. Michael Richards podia lhe proporcionar aquilo.
Alfonso tentou ignorar a dor em seu peito, mas, de nada adiantou.
Ela sempre o acompanharia.
Jacob e Matty deixaram o quarto, ela colocando a mão no braço de Alfonso num gesto maternal.
— Anahí quer ver você.
Ele meneou a cabeça, respirou fundo e entrou no quarto. Anahí estava sentada na cama, usando o jeans e a camiseta que vestira pela manhã. Tinha um curativo na fronte, mas, exceto por aquilo, parecia bem. O saco de papel e a bolsa estavam a seu lado.
Estava pronta para ir para casa.
Alfonso limpou a garganta, sentindo-se subitamente constrangido na presença daquela mulher cujo corpo escultural conhecia como a palma de sua mão.
— Como está se sentindo?
— Ótima. Mas minha memória ainda está um tanto confusa, não apenas em relação a minha antiga vida, mas sobre o que aconteceu ontem à noite e esta manhã também. — Ela projetou o rosto para a frente, um gesto que pareceu estranhamente inquiridor.
— Talvez seja melhor assim. — Alfonso pensou na tribulação de ambos de serem mantidos sob a mira de uma arma. Era necessário um longo tempo para uma pessoa se recobrar psicologicamente de uma situação daquelas.
Anahí fitou-o longamente e respirou fundo.
— Talvez você tenha razão. — disse, enfim.
Alfonso baixou os olhos para a ponta das botas.
Haveria uma chance, apenas uma remota chance de que ela mantivesse a promessa que fizera na primeira noite de ambos juntos e ficasse a seu lado? Havia alguma coisa que ele pudesse fazer para convencê-la a ficar?
Fizera uma promessa solene durante suas preces de que não imploraria a ela para ficar, mas, naquele momento, sentiu-se como se fosse capaz de desistir quase da própria alma para fazer aquilo.
Erguendo os olhos, viu algo que gelou seu coração. Na mão dela, que repousava sobre o joelho, havia o maior anel de noivado de diamante que ele já vira. O anel que faltara estava de volta.
Anahí tomara sua decisão.
— Acho que isto é adeus, certo? — A própria voz soou-lhe estranha aos ouvidos.
— Creio que sim. — Sua espinha se enrijecendo, ela levantou-se.
Alfonso sabia que era o momento de sair, mas não conseguia.
— A primeira vez em que falei com você foi aqui, neste hospital, e agora estou lhe dizendo adeus. Acho que pode ter sido neste mesmo quarto. E curioso como, às vezes, as coisas formam um círculo completo.
— Sim. Acho que sim. — Anahí mordeu o lábio inferior e piscou algumas vezes. — Alfonso... — começou e a voz morreu-lhe na garganta.
— Sim?
— Nada.
Alfonso ouviu vozes do lado de fora, no corredor, e soube que era o momento. Adiantando-se até ela como um homem num transe, envolveu-a com seus braços. Anahí retribuiu o abraço, repousando a cabeça em seu peito, sobre seu coração.
Poderia ouvi-lo partindo-se?, perguntou-se ele absurdamente.
Sentiu o corpo dela estremecer enquanto soltava um profundo suspiro.
— Obrigado. — ouviu-se dizendo. — Por tudo.
— Diga adeus a Alan por mim. — sussurrou ela.
Richards entrou abruptamente no quarto.
— Vamos agora, querida.
Alfonso soltou-a sem fitá-la nos olhos.
Anahí apanhou suas coisas e seguiu o noivo para fora do quarto. Não olhou para trás.
Alfonso sentou-se pesadamente na cama, sentindo-se tão vazio quanto o quarto impessoal de hospital e igualmente frio. Por um momento ali, quase se permitira imaginar que ela ficaria a seu lado. Muitas semanas antes havia liberado-a da promessa de ficar com ele para sempre.
Naquele dia, quisera lhe implorar que ficasse apesar de sua promessa de que não o faria. O amor recordado por Richards devia ser mais forte do que o amor por ele.
Espero que seu antigo lar seja feliz, Dorothy, pensou, olhando para o travesseiro que ela usara.
O lar dele e o de seu filho, infelizmente, jamais seria o mesmo outra vez.
O sonho acabara.
Autor(a): Mila Puente Herrera ®
Este autor(a) escreve mais 75 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Capítulo XV Semanas depois, Anahí estava sentada em seu amplo escritório com arquivos de casos e anotações espalhados na mesa a sua frente. Tão logo retomara sua atividade, lembrara-se de quanto gostava de trabalhar com crianças. Não podia, no entanto, lembrar-se de como já conseguira lidar com toda aqu ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 141
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
debaya Postado em 04/09/2015 - 23:46:55
Que maravilhooooooooooosa a historia!!!! Amei do começo ao fim, perfeita! Chorei demais, mas o final foi lindo! Parabéns amiga
-
queren_fortunato Postado em 04/09/2015 - 20:41:59
acabei de ler perfeita a História <3 <3 <3
-
Angel_rebelde Postado em 04/09/2015 - 20:24:13
Quuuuuuuuuuue lindoooooooooooo !! Me comoveu mtoooooo **--** Esse ex noivo da Anny se achava o dono do mundo ! affff ¬¬ Deu ódioooo desse xerife ridículo q avisou ao manezão q onde a Anny tava e sequer descobriu coisa alguma no tempo q ela ficou lá ! Mtoo trouxa ele ¬¬ // Alan suuuuuuuuuuper fooofooooooooo <3333333333 a cartinha q ele pediu a Maite pra escrever pra ela foi a coisa mais lindaaaaaaaaaaaa, quase choro com a parte de bater os sapatos e voltar pro lar :')) // O casal de empregados q cuidou da Anny durante os anos depois q os pais dela morreram são uns fofos **--** ficaram preocupados e nem tinham como saber q ela tinha sido sequestrada. // Ameeeeeiii a Anny voltando pro Ponchito <333333333 e o Alan ainda vai brevemente chamar ela de mamãe X.X mooorrrrrrrrrrrrrriiiiiiiiii // Perfeitaaaaa demaaais sua fic. Do começo ao fim. Parabéns mesmo, ñ pare nunca.
-
franmarmentini♥ Postado em 04/09/2015 - 17:34:54
ai deussssssssssss to chorrando horrores com o final!!!!!!!!! ameeeiiiii
-
bia_herrera Postado em 04/09/2015 - 17:23:05
Ahhhhhhhh que final perfeito Mila! Foi tão fofa carga que o Alan mandou pra ela! E melhor ainda foi quando ela voltou! Parabéns!
-
franmarmentini♥ Postado em 04/09/2015 - 17:20:34
ai dios miooooooooo como to chorrando hoje...
-
franmarmentini♥ Postado em 04/09/2015 - 17:09:25
ex noivo filho da putaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa...mentiroso de uma fica desgraçadooooooo
-
franmarmentini♥ Postado em 04/09/2015 - 16:48:29
ai ai ai agora ela é anahi!!!!!!
-
franmarmentini♥ Postado em 04/09/2015 - 16:07:05
ó deus.... o alan me matou agora.... ;(
-
franmarmentini♥ Postado em 04/09/2015 - 15:49:31
poxa e agora....