Fanfic: O Preço da Paixão *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Alfonso observou o filho comendo silenciosamente do outro lado da mesa e soltou um suspiro.

O menino andava quieto demais nos últimos tempos. Era evidente que não se recuperara da partida de Anahí.

Como ele próprio.

Parecia que havia pequenas lembranças dela por toda a parte. Ele não falara muito com Alan sobre a partida de Anahí, não porque não quisesse consolar o filho, apenas porque simplesmente não sabia o que dizer.

Ele próprio ainda não conseguira aceitar muito bem o fato.

Inúmeras vezes, dissera a si mesmo que, depois do que os dois haviam significado um para o outro, com certeza Anahí teria compreendido que tinha a opção de ficar, caso tivesse desejado. Mas ele praticamente a pressionara a sair porque achara que era o melhor para ela.

E, àquela altura, provavelmente já se tornara a sra. Michael Richards. O que teria acontecido se ele tivesse lutado por ela? Não tentara contatá-la desde sua partida. Que mal faria um telefonema? Não havia nada errado em se querer saber como ia uma velha amiga, não era?

Seria capaz de dizer, pela voz de Anahí saber se estava feliz e, se estivesse, ele lhe desejaria felicidades e a deixaria em paz. Mas se não estivesse...

Droga, se ela não estivesse feliz já o teria contatado àquela altura. Como podia ser tão tolo?

Anahí parara na varanda, o punho preparado para bater na porta da cozinha, os nervos em frangalhos.

As semanas de preparo e negociação que passara tornando possível sua volta para Alfonso estavam prestes a ser recompensadas... ou não. Durante aquele tempo, tentara definir a melhor maneira de confrontá-lo. Decidira não repetir o que fizera no hospital... esperar que ele lhe desse algum sinal fora desastroso.

Não, daquela vez tomaria a iniciativa.

Cruzando os dedos atrás de si, bateu à porta.

Alfonso abriu a porta rapidamente e observou-a de olhos arregalados, seu aturdimento visível. Alan passou depressa por ele e adiantou-se para abraçá-la com força.

— Dorothy! Você veio!

Sem tirar os olhos dela. Alfonso recuou para deixá-la passar. Rindo, Anahí entrou na cozinha, levando Alan consigo.

— É bom ver você. — disse Alfonso.

Aproximou-se, erguendo os braços como se pretendesse abraçá-la, mas Alan ainda estava entre ambos. Ele correu ambas as mãos pelos cabelos, então, percorrendo-a de alto a baixo com o olhar, como se nunca tivesse visto uma mulher antes.

— É bom ver você também.

— Hã... o que está fazendo aqui?

Anahí notou com satisfação que Alfonso estava um tanto ofegante e que um sorriso hesitante ameaçava brotar em seus lábios.

— Alan me convidou. Ele não lhe disse?

Alfonso encarou-a com um ar atordoado por um momento.

— Hã... não, mas estou bastante contente que o tenha feito.

— Eu tinha negócios na região, de qualquer modo. Estive verificando as instalações da estação de rádio local. — disse ela o mais calmamente que pôde. — Assim, uma vez que eu estava na vizinhança, pensei em passar por aqui.

Alfonso piscou algumas vezes.

— Instalações da estação de rádio?

— Estou pensando em produzir meu próprio programa de rádio com ligação direta com os ouvintes. Desse modo, eu poderia manter contato com muito mais crianças e seus pais do que posso fazer atendendo num consultório.

Uma expressão de entendimento, enfim, surgindo em seus olhos, Alfonso aproximou-se um pouco mais dela.