Fanfic: O Preço da Paixão *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Uma enfermeira apareceu à porta.

— Tenho os papéis da sua alta — avisou-a. — Ajudarei você a se vestir.

Alfonso ergueu Alan da cama.

— Estaremos logo ao lado da porta. — Seu pulso se acelerou ao vê-la abrindo-lhe um sorriso de gratidão e saiu de volta para o corredor.

Alan afastou-se um pouco para inspecionar um bebedouro infantil, e o xerife, tendo aparentemente terminado de flertar com a enfermeira, adiantou-se pelo corredor na direção de ambos.

— Olá, Alfonso. Cari disse que foram você e Alan que encontraram a mulher misteriosa no Cadillac acidentado. — disse o xerife, referindo-se a um dos paramédicos e apontando para a porta fechada do quarto de Dorothy.

Mulher misteriosa. Alfonso revirou os olhos.

Pelos céus, seria de se pensar que a mulher era uma espiã, ou algo do genero. Sabia que o xerife Harvey Gulch tinha uma certa tendência a dramatizar as coisas, talvez pelo fato de haver tão pouco crime na cidadezinha e condado ao redor.

Com um corpo avantajado apoiado sobre pernas finas e compridas, o xerife parecia um personagem qualquer de um daqueles desenhos animados bizarros que Alan adorava.

— Isso mesmo. Viemos apenas ver como ela está e, uma vez que parece não ter lugar algum para ir, nós a deixaremos passar esta noite em nossa casa.

O homem da lei adquiriu uma expressão grave.

— Não sei se o aconselharia a isso, Alfonso. — Lançou um olhar a Alan, ainda entretido com o bebedouro, e baixou a voz: — Tenho razão para acreditar que nossa desconhecida possa ser uma criminosa.

— Uma criminosa? Apenas porque não sabe quem ela é?

— Não apenas isso. Eu parei para dar uma olhada no carro a caminho daqui. O veículo não tem placa e o número do chassi foi apagado.

Aquilo era incomum, admitia Alfonso.

— Então, você acha que o carro é roubado?

— É claro. E essa história de amnésia... ora, convenhamos. — O xerife soltou um riso desdenhoso.

Alfonso lançou um olhar inquieto na direção de Alan.

— O que você quer dizer?

— Com certeza, é um meio conveniente para ela não ter de responder perguntas sobre si mesma e a razão de estar num carro roubado. Mas não se preocupe. Não demorarei muito a descobrir quem ela é.

Alan aproximou-se e Harvey passou-lhe a mão na cabeça com ar desajeitado.

— Apenas lembre-se —declarou, enquanto começava a se afastar —, se a coisa se parecer com um pato e caminhar feito um pato...

Harvey deixou a frase inacabada para obter um efeito dramático.

Quando ele se afastara o bastante para não ouvir, Alan observou:

— Ele caminha feito um pato e não é um pato.