Fanfic: Dancer Hot FINALIZADA | Tema: AyA, Romance e hot

A pergunta em voz baixa o puxou de volta para o momento:
– Nada. – Ele ajeitou a frente da calça o mais discretamente possível. Sem dúvida Anahi percebeu a
realidade, dada a forma como piscou lentamente e meneou a cabeça.
Pegando o telefone, Alfonso tirou o pequeno fichário da escola de pós-graduação de sua pasta. Ele
achou o número que queria e discou. O telefone tocou três vezes antes de seu ex-orientador acadêmico
atender.
– Stephen Ramsey.
– Dr. Ramsey, aqui é Alfonso Herrera.
– Dr. Herrera agora, não é?
Alfonso não conseguiu conter o sorriso vagaroso.
– Pois é. Imagino que sim.
– Como você está sendo tratado pelo mundo real?
– Primeiro dia no novo emprego e eu tenho um problema profissional.
Anahi ENRIJECEU. O quão ofensivo aquele sujeito poderia ser? Fui de alguém que poderia arruinar sua
vida para então ser rotulada como um problema profissional? Ela começou a se levantar.
Alfonso colocou a mão sobre o bocal do fone.
– Sente-se.
– Grrrr.
– Mas que droga, Anahi. Deixe-me consertar isto. – Ele voltou a se concentrar na ligação. – Certo.
Tenho uma ex-aluna aqui estagiando comigo. Ela e eu… – Ele apoiou o cotovelo na mesa e pousou a
cabeça na mão. – Não é um ajuste desejável, dr. Ramsey. Quais são as chances de eu realocá-la? – Sabese
lá qual foi a resposta do outro lado da linha, mas Alfonso só balançou a cabeça. – Não. Ela precisa
cumprir 80 horas de prática para se formar. – Uma pausa. – Sim, senhor. Ela já fez as eletivas.
Anahi permaneceu sentada lá, a raiva alimentada pela adrenalina fazendo seu sangue praticamente
ferver. Ele estava tentando realocá-la. Nenhuma conversa. Nenhuma negociação. Só blá-blá-blá
obrigado, senhorita, agora ache um novo lugar para trabalhar, assim você não estraga minha vida.
Talvez ela não fosse precisar do estágio mais porque estava prestes a matá-lo. Mortinho.
– Não, senhor. Prefiro não entrar em detalhes. Digamos apenas que acredito que seria do melhor
interesse dela que outra pessoa a orientasse. – Alfonso fez uma pausa. – Não, senhor. Tenho capacidade
para tal, mas… – Ele parou de novo, a mão segurando o fone com tanta força que os nós dos dedos
branquearam. – Entendo. Obrigado pela ajuda.
Anahi ficou observando quando Alfonso desligou o telefone com precisão antes de girar a cadeira
lentamente para encará-la.
– Estamos presos nisto, Anahi, por isso simplesmente vamos ter que encontrar um jeito de fazer nosso
melhor. Serão apenas dez dias.
Ela olhou para o relógio genérico pendurado em uma parede. Duas semanas de trabalho. Dez dias
úteis. Setenta e sete horas e oito minutos junto ao homem que a havia levado ao ponto mais alto e mais
baixo do que qualquer outro sujeito já havia conseguido. E isso significava ficar vendo o homem cuja
mente ela respeitava, cujo corpo ela cobiçava, cujo sorriso ela desejava, enquanto ele ajudava as pessoas.
– E se eu desistir?
Os olhos dele arderam.
– Nem mesmo brinque com isso.
– Se. Eu. Desistir. – Ele suspirou, esfregando o rosto e resmungando sua resposta. – Você teria de
esperar até o próximo semestre e candidatar-se a um novo estágio.