Fanfic: Dancer Hot FINALIZADA | Tema: AyA, Romance e hot

– Vamos finalizar esta. Temos mais uma consulta daqui a meia hora. Uma menina de 16 anos com
tendências suicidas – disse ele.
O brilho no rosto de Anahi desbotou.
– Estarei pronta.
Sem mais nenhuma palavra, Alfonso saiu da sala. Anahi era uma bela de uma tentação, em todos os
sentidos. E a declaração de que ela não estaria ali ao longo das quatro semanas de tratamento de
Gavin… o deixara sem o fôlego, esvaziara sua mente. Alfonso esfregou as palmas úmidas nas coxas.
Precisava fazer Anahi enxergar que ficar, assumir o risco, valia a pena.
Que ele valia a pena.
Anahi DESENHAVA as tatuagens que tinha conseguido ver com o máximo de detalhes que conseguia se
lembrar, mas sua mente estava vagando. Por que Alfonso deixara que ela, uma recém-graduada,
assumisse a liderança na sala de terapia? Claro, ele também era um recém-graduado, mas ele era pósgraduado.
Ela estava apenas no final da licenciatura. Não era ruim, mas definitivamente não era nada
comparado a um PhD. Havia uma grande diferença na teoria sobre a prática e na exposição clínica.
Alfonso havia acompanhado pacientes no campus e dado assistência em experiências no departamento de
psicologia. Ainda assim, agora era diferente. Este era seu primeiro emprego de verdade.
A mão de Anahi parou no meio do desenho. Este não era o primeiro emprego de verdade de Alfonso,
no entanto. Ele tinha trabalhado como stripper e como assistente na universidade durante anos. Ele
havia trabalhado muito mais do que ela havia lhe creditado, pelo menos inicialmente. Ela rejeitara o
histórico de empregos dele, classificado-o como irrelevante, e fora incrivelmente injusta. Estivera tão
ocupada afastando Alfonso no âmbito pessoal que acabara por dispensá-lo profissionalmente. Ele merecia
mais do que isso, merecia crédito por seus esforços e experiência. Mas saber disso não iria facilitar a
aceitação da lisonja oferecida por ele.
E quanto ao aspecto pessoal? Será que Anahi o havia dispensado de sua vida particular com a mesma
eficácia? O fato de ele realmente se importar com ela num nível genuíno a apavorava. Então, sim. Ela
talvez o tivesse rejeitado além da conta.
A imagem do beijo no ponto de ônibus lhe veio à cabeça. O beijo tinha sido espetacular, repleto da
mesma paixão que Alfonso tinha demonstrado na noite que passaram no hotel. Mas o significado era
muito mais complexo. No primeiro encontro, eles tinham definido regras. Uma noite apenas. Sem
amarras. Sem desculpas e sem arrependimentos. Anahi havia aderido a tais regras ao pé da letra, afinal
lhe eram convenientes. Não havia espaço em seus planos para o sentimento, independentemente de ela
talvez vir a querer mais do que imaginara.
Mentirosa.
Não havia “talvez” nessa história toda.
Vacilando, ela virou uma nova página e começou a rabiscar, sem pensar no que estava fazendo. O
rosto de Alfonso surgiu. Era uma boa interpretação, ilustrava seu cabelo escuro, a boca exuberante e os
olhos penetrantes. Os ângulos de suas bochechas estavam um pouco ocos, então Anahi os sombreou
aqui e ali antes mesmo de visualizar aquela imagem em sua mente.