Fanfic: Apaixonados | Tema: Apaixonados

Ele saia de casa, acompanhado com uma caixa de cigarros, um convite e a sua mala. Entregaria o convite depois, já que combinou encontrar-se por telefone na semana passada.

Acendeu um cigarro e colocou-o na boca para a seguir guardar, caminhando-se para o tribunal. Tinha uma vítima para defender e não gostaria de perder o caso, mesmo que já tenha recebido o dinheiro e não vou perdê-lo, não gosto de ser derrotado por ninguém.

Helena estava quase acabando de servir os últimos clientes, ansiosa de fechar. Estava a anoitecer e ainda queria por os pés na água salgada do mar.

Após uma semana, não tinha se acostumado a estar o dia todo em pé. Podia descansar um bocado, sentando-se, porém sempre aparecia mais clientes.

Arrumando as mesas o mais depressa que pode, foi trocar-se em menos de cinco minutos. Pronta para ir, o barman despediu-se.

- Adeus. Tenha uma boa folga.

Simplesmente sorriu, retribuindo. Apesar de o conhecer há uma semana, sabe que é um homem muito simpático.

Na direcção do mar, sentou-se perto da água. Sentiu o vento frio da noite, mas não ligou. Só queria descansar os pés por uns minutos. A água chegava-lhe aos pés muitas vezes, enquanto relaxava deitada na areia, olhando o céu escuro.

Ficou pensando no Jason. Iria visitá-la daqui a duas semanas. E como estava com saudades.

Entrando no tribunal, viu a cliente que ia defender sentada.

- Sr. Jason. – levantou-se – Desculpe, mas pedi para outro advogado defender-me.

Ficando abismado com o que ouviu e prestes a defender-se foi interrompido.

- Jason, tenho que falar consigo.

- Espere, primeiro preciso de saber porquê que a Sra. Castro não quer que a defenda.

- É exactamente disso que quero falar com você. Venha. – levou-o pelos corredores até encontrar um lugar que não tinha ninguém – Escute. Lamento dizer-lhe isto, mas está despedido.

Sem reacção, perguntou:

- Por quê? Faço tudo o que posso para defender as pessoas…

- Eu sei, eu sei. Só que um inspector achou as suas drogas.

- Drogas? Aquilo é para… - não acabou.

Não tinha nada o que fazer, do que aceitar.

Saiu dali. Nada contente, na saída, acendeu um cigarro tentando tirar aquela frustração dentro de si.

Rapidamente passou duas semanas. Jason preparava-se para entrar no comboio. Não tinha conseguido um emprego de que gostasse. Ser advogado era o seu maior talento.

A viagem duraria três horas. Sentou-se num banco vazio e abaixou o seu chapéu para tapar a cara toda, prestes para dormir.

Estava mais ansiosa que nunca e para essa ocasião, vestiu o vestido azul com flores vermelhas. Ignorando o barman, que estava a dizer-lhe que não devia usar aquele vestido, fui anotando os pedidos e servindo aos clientes.

Saindo da estação de comboio, viu que ainda estava amanhecendo. Tinha chegado muito cedo.

Dirigiu-se para o bar que ficava ao lado da praia. E chegando, viu a sua companheira a servir os clientes, sorrindo.

Estava com um vestido azul que lhe ficava bem e os seus lábios estavam com um batom vermelho, transformando o seu sorriso mais lindo.

Sentou-se numa mesa e esperou até a sua pausa. Ela sorriu quando o viu esperando-a.

Na sua hora de intervalo, sentou-se no mesmo lugar que Jason.

- Então… - começou, quebrando o silêncio – Tudo bem com o trabalho.

Mostrou o primeiro sorriso triste, desde que entrou no bar.

- Oh, claro! – ironizou.

- Perdeste de novo o emprego? – perguntou Helena, desconfiada.

Ela já o conhecia há muito tempo, assim sabendo se estava a falar a verdade ou não.

- Foi por causa das drogas?

- Não são drogas…! – suspirou – Deixando isso de lado, tenho aqui um convite de Gustavo.

Fez uma cara de nojo quando ouviu o seu nome.

- Sério? De novo?

- Ele está apaixonado.

- É um convite para ao baile. É sempre um convite para um baile. Quantas vezes é que tem de ser rejeitado para saber que não gosto dele?

Ele deu de ombros, sem se importar.

Continuaram a conversar até ao fim do intervalo. Jason ficou a vê-la o resto do dia e quando estava na hora de fechar despediram-se.

- Bem, tenho que ir. – disse Jason.

- Sim…

Minutos de silêncio, sem nenhum dos dois querer ir.

- Se fores ao tal baile, eu acompanho-te.

Concordou e fui arrumar as mesas. Antes de Jason sair, olhou uma última vez, cruzando seu olhar com o dela.

Cada um fui para a sua vida. Ambos apaixonados, mas que nenhum dos dois tinha intenção de dizer.