Fanfic: Momentos - Continuação de A Cegueira | Tema: RBD

Alfonso

Não foi muito bonito de minha parte, eu sei. Mas ela estava me atiçando e achei muito justo pagar na mesma moeda. E era tudo uma brincadeira, afinal.
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Coloquei os óculos de sol que o médico deu para que eu usasse a luz do dia. Any pegou minha mão me ajudando a descer os degraus – “Onde estamos indo?” – perguntei
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“Bem, uma das coisas que você comentou querer fazer depois da cirurgia era ir a um museu de arte. Temos alguns aqui perto. Pensei em visitar alguns.”
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“Mas eu não sei o que as coisas significam” – reclamei
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“Alfonso, será mais uma lição. E eu estarei com você em cada uma delas. Eu trouxe a câmera, assim, se você quiser, você pode tirar fotos e podemos rever algumas das coisas em casa. Além do que, é um programa que podemos fazer só nós dois.” – ela falou fazendo um biquinho, uma das expressões manhosas dela, que já aprendi bem.
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“Um dia só para nós. Gostei da ideia!” – admiti. Ela deu um pulinho e abriu um lindo sorriso. E eu..eu achei fascinante.
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“Ótimo. Eu já planejei tudo: Algumas horinhas no Norton ArtGallery e depois vamos almoçar em algum restaurante na Line Avenue. Depois vamos direto para o BarnwellArt Center que fica as margens do rio e – ” – eu colei meus láios nos dela.
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“Respira, gatinha. Calma. Nós temos todo tempo do mundo. Não precisamos ver tudo hoje.” – falei num tom de voz suave.
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Ela me olhou meio chateada mas concordou com a cabeça. Ela abriu a porta do carona pra mim e enquanto ela caminhou para o lado do motorista eu pude olhar ao meu redor e perceber as coisas. Algumas delas pelo menos, pelo que eu aprendi e até usando de bom senso. A frente da nossa casa era gramada e bem na entrada havia uma coisa, usando do bom senso, entendi ser a caixa de correio. E alguns carros parados na frente das casas. Pessoas normais saberiam dizer, sem muito esforço que aquelas coisas eram caixas de correio. Aquilo me incomodou um pouco mas eu já entendi que eu iria aprender.

O caminho até o museu não foi longo. Eu prestava atenção a tudo pela janela. Ocasionalmente eu fazia perguntas que Any respondia sempre com um sorriso, abusando de detalhes. Estacionamos e eu pude reparar que estávamos rodeados de árvores, um prédio alto logo atrás das mesmas. Perdi uns minutos analisando a cor das pedras; era um tom novo, definitivamente. Não era branco, nem marrom.
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“Qual a cor desse prédio?” – eu perguntei em uma baixa voz para que ninguém mais pudesse me ouvir.
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“Hmmm” – ela mordeu o lábio dela em pensamento – “Bronze, acho.”
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Eu armazenei a informação para mais tarde. Any pegou algo do bolso dela e me entregou – “O que é isso?” – perguntei
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“Uma câmera. Se você ver alguma coisa que goste ou que queira rever tire uma foto.” – e então ela me mostrou os botões que ligavam a máquina, os botões de flash e o que servia para bater a foto.
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“Foi essa a câmera que eu te dei de Natal?” – eu perguntei girando o pedaço de plástico nas mãos, analisando
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“Essa mesma. E eu amei. Então, tenha cuidado!” – ela falou brincando – “Tire quantas fotos quiser. Mais tarde eu vou imprimi-las. E posso até fazer um álbum se você quiser.”
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“Eu já disse o quão maravilhosa você é, hoje?”