Fanfic: Momentos - Continuação de A Cegueira | Tema: RBD

Alfonso

Se alguém me dissesse há dois anos atrás que hoje eu seria um homem casado, que estaria vendo, e seria pai, provavelmente eu iria dizer essa pessoa estava usando drogas ou era maluca. Só que minha vida se transformou completamente desde o dia que conheci Any. Ela mudou a minha vida pra melhor. Eu nem sequer sei como descrever o que ela fez por mim. Ela é minha amante, minha amiga, minha esposa, minha professora, e tantas outras coisas.

E então, agora, enquanto estou olhando para ela, sua linda face cansada e vermelha, não consigo mais imaginar minha vida sem ela. Certa vez, Any me disse que ela não devia ser a razão ou motivo exclusivo para que eu tomasse minhas decisões. Eu não poderia estar mais grato por isso.

"Olá, neném", eu murmurei pra aquela coisinha minúscula em meus braços. Com os cabelos castanhos da Any e os meus olhos esverdeados. De lábios cheios e vermelhos e de bochechas gordinhas. Eu vi o melhor de nós dois nessa criança.

O bebê se esticou, seu narizinho começou a fungar e logo depois ele bocejou. Eu nunca tinha visto uma coisa mais adorável em toda minha vida. Me sentei ao lado de minha esposa na cama do hospital colocando a minha cabeça em seu ombro.

"Olá, papai", disse ela sonolenta. Ela tinha se esforçado muito, deveria estar absolutamente cansada. Eu mesmo estava cansado e não fiz nada do que ela tinha feito.

"Olá, mamãe. Como você está se sentindo? "Eu perguntei, ninando o bebê em meus braços.

"Dolorida", ela admitiu.

Me virei para olhar para ela. Cuidadosamente desloquei e uma mecha de cabelo liso pra trás de sua orelha. Ela sorriu cansada para mim, seus belos e brilhantes olhos azuis cheio de lágrimas. Eu tentei sorrir tranquilo antes de me inclinar para beijá-la na testa.

A porta se abriu ligeiramente e vi a cabeça de meu pai entre a abertura - "Podemos entrar?"

"Claro que pode, vovô," Any brincou meio fraca mais sempre sorrindo. Tenho quase certeza que a partir de agora nós teríamos sempre companhia por um bom tempo.

Nossos pais entraram bem devagar. Até Marichello, que geralmente tinha uma expressão arredia, estava radiante. Ela afastou Henrique e Paulo, seu namorado, que estavam na frente, parecendo uma criança ansiosa. Ela veio até mim, sorrindo um pouco acanhada mas olhando em meus olhos.

"Posso?" Ela perguntou, as mãos esticadas em minha direção.

Eu não respondi mas deslizei meu bem mais precioso com cuidado em seus braços. Ela murmurou e embalou o bebê alegremente. Assim que Marichello se afastou um pouquinho, minha mãe me abraçou fortemente.

"Eu disse que vocês dois teriam lindos bebês", ela relembrou.