Fanfic: Momentos - Continuação de A Cegueira | Tema: RBD

Alfonso

Uma hora da manhã e cá estava eu encarando o teto do quarto. Estava completamente sozinho na suíte do hotel; meu pai e Henrique tinham ido embora há mais de uma hora, e Christian e Christopher tinham saído também. Disseram que iriam aproveitar o tempo-livre "sabiamente", o que significa que eles iam até o cassino encher a cara de cerveja e torrar dinheiro até às quatro da manhã. Isso podia até ser divertido, se eu estivesse disposto a tê-los como companhia, como não era o caso.

Então fiquei ali deitado, só pensando em Any. Eu já tinha visto alguns flashes de seu corpo nu, mas só ver não se comparava a poder explorar. Embora eu pudesse enxergar e reconhecer as pessoas, nem sempre me saía tão bem nessa tarefa. Às vezes eu ainda demorava pra me lembrar com clareza das feições dos meus pais ou dos meus amigos. Mas com Anny era diferente. Seu rosto estava definitivamente gravado na minha memória. Agora, eu queria me lembrar de seu corpo da mesma forma.

Fazia um mês e meio desde que estivemos juntos. E isso foi antes da cirurgia. É incrivelmente difícil me segurar quando estou sozinho com ela. Tê-la tão perto todos os dias e não poder acalmar meus instintos já estava me deixando louco. Eu estava preocupado, porque agora que eu posso ver, talvez ela pudesse perder o interesse em mim. Que talvez eu fizesse algo novo e ela não gostasse. Eu sei que ela estava apreensiva também, porque agora eu iria vê-la, o que era um absurdo. Poder ver seu corpo só iria aumentar meu prazer. E eu já sabia que amava o seu corpo e não precisava de provas visuais para isso.

Fui até a mesa na lateral da cama e agarrei meu celular. 1:05. Eu iria acabar enlouquecendo se não fizesse algo. Tinha que falar com Any. Eu não posso viver sem ela, mesmo que só tenha se passado cinco horas desde que nos separamos. Disquei rápido o número, provavelmente Maite iria atender e me dar um fora.

"Alô?" Any disse empolgada.

"Oi, eu te acordei?" Perguntei educadamente.

"Não consigo dormir", ela suspirou suavemente.

"Nem eu. Preciso de você na minha cama pra conseguir fechar os olhos. E estou sozinho agora..." Disparei sem pensar torcendo pra que ela visse as segundas intenções nas minhas palavras.

"Ah, é? Eu também. Maite e Dul foram jogar um pouco.”

Eu ri, "Então estamos sem nossas babás?".

"Humrum... E bem, não sei quanto a você, mas eu não quero ficar sozinha. Por que você não me encontra no hall do elevador, daqui a dez minutos e vamos fazer um lanchinho?"

"Essa é uma das melhores ideias que eu escutei a noite toda."