Fanfics Brasil - Luxúria - 10 Luxúria AyA

Fanfic: Luxúria AyA | Tema: [ADAPTADO] #HOT


Capítulo: Luxúria - 10

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Anahi reduziu a velocidade quando saiu da Rua Cinco e seguiu para oeste, em direção a Rua Sound. O céu foi ficando mais pesado e cinzento, com neblina, conforme ela se aproximava da chuva e de sua vizinhança. Não se importava. Amava o nevoeiro com seu mau humor etéreo. O para-brisas ficou úmido e ela acionou os limpadores, feliz por estar sobre os cálidos assentos de seu Audi. Embora gostasse do nevoeiro, detestava o frio.


Entrou na Avenida Western e embicou na garagem que alugara perto de seu prédio. Belltown era uma área antiga de Seattle. De bela arquitetura, mas o antigo armazém reformado onde ela vivia não tinha estacionamento próprio.


Nas áreas limítrofes, a região era um pouco violenta, mas isso começava a mudar. Ainda assim, como estava escurecendo, ela permaneceu atenta ao caminhar até a frente do edifício. Era uma imensa estrutura de tijolo aparente, com grandes janelas abertas para a vista de Puget Sound, a poucos quarteirões de distância.


Teve sorte ao conseguir o loft e não tinha pagado muito  depois, quando uma multidão de jovens se mudou para a vizinhança, renovando o ambiente. Havia cafés e restaurantes de moda surgindo por toda parte, algumas butiques e galerias e ótimos bares, bem melhores que os antigos, frequentados por mergulhadores que moravam ali há anos. Havia até alguns serviços diferenciados, como a pequena mercearia gourmet inaugurada do outro lado da rua no mês passado.


Ela entrou no elevador, seguiu para o 4º andar e entrou em seu loft. Era um espaço aberto, com pisos que ela mesma pintara quando comprou o apartamento, dois anos antes. A maioria das paredes era de tijolos aparentes. As poucas que ela mandara erguer, para dividir os ambientes, eram pintadas com as belas cores que ela achava mais aconchegantes: âmbar, terracota-escuro, dourado, verde-musgo. Todas decoradas com sua coleção de gravuras em branco e preto – a maior parte, fotografias de arquitetura.


Ela ainda estava mobiliando o lugar. Seu gosto se inclinava para as linhas puras das peças contemporâneas, como o sofá em L de camurça cor de olivina. O ambiente era aquecido por luminárias ornamentais, uma para cada área; pilhas de almofadas das mesmas cores brilhantes que
iluminavam as paredes; plantas em vasos nos vários cantos.


Ao se dirigir à cozinha, em um dos extremos do loft, os saltos de suas botas pretas ecoavam suavemente no piso de madeira. Ela tirou o casaco de lã e o deixou cair sobre o encosto de um banco, diante do balcão de granito. Precisava de uma xícara de chá para amenizar a umidade dos ossos. E talvez para clarear a mente. Tinha feito muito bem ao fingir que ignorava sua reação a Alfonso Herrera durante todo o trajeto, ouvindo sua ópera favorita no som estéreo. Mas agora que estava em casa, mergulhada em silêncio, não havia nada para distraí-la.


Encheu a chaleira com água e a colocou no fogão para esquentar, pegou um sachê de chá – seu jasmim importado favorito, da caixa que sempre deixava sobre o balcão – e o depositou em uma caneca de cerâmica.


Inquieta, esperava a água ferver. Ficou olhando pela janela enquanto a chuva batia contra o vidro, transformando a vista em uma paisagem de aquarela no fim de tarde, ao mesmo tempo que esfregava os braços, tentando se aquecer.


Tratando de não pensar em Alfonso.


Mas, claro, só pensava nele.


Era um homem incrível. Havia algo sobre o seu lado oculto que, de certa forma, acabava sendo surpreendente. E mais... alguma coisa nela reagia de um jeito pouco habitual. Um detalhe que tornava possível levar em consideração a possibilidade de se submeter a ele, por mais bizarra que a ideia parecesse a princípio.


Não tinha certeza de que poderia fazer isso, fixada somente nas imagens que passaram por sua cabeça quando ele sugeriu a proposta: as mãos dele sobre ela, segurando-a. Nada além disso, nada mais explícito, nada claro. Exceto pelo quase toque de seus lábios nos dela. Estremeceu; era o desejo, como uma pequena e quente faísca que ela tentou apagar mentalmente.


Mas o desejo não significava criar uma fantasia sexual capaz de funcionar no âmbito da realidade. Provavelmente não aconteceria isso. Algumas coisas são melhores se relegadas ao terreno da fantasia, afinal de contas.


Não, Alfonso Herrera.


Mas ela concordara com aquela pequena experiência. E sua atração por ele provavelmente poderia pesar um pouco, mesmo que ela não estivesse realmente disposta a se submeter.


Seus pensamentos foram invadidos pelo apito da chaleira. Ela verteu a água, sentindo o vapor flutuar em torno do rosto, junto com o suave aroma do chá. Voltou para a sala, dando uma olhada ao acaso na pilha de correspondências empilhadas no aparador junto da entrada, esperando seu chá esfriar. Passaram-se alguns instantes até que ela se desse conta de que não tinha ideia do que estava olhando. Em vez disso, o rosto de Alfonso tomou conta de sua mente: os cintilantes olhos azuis, a maneira como os brilhantes e ondulados cabelos roçavam sua gola contra a pele do pescoço. Emoldurando a boca, seu cavanhaque era ainda mais escuro do que os cabelos. E os lábios, muito bem delineados para um rosto tão masculino.


Ele era todo feito de contrastes. A maneira como olhava, seu comportamento. O jeito como falava sobre a coisa da escravidão sexual e do sadomasoquismo – a vivência da submissão e da dor – naquele tom suave, como se se tratasse de uma conversa perfeitamente natural.



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Ela não queria admitir para si mesma quanto estava excitada. Sua natureza lutava contra a ideia. Era viciada demais em controle, algo que de fato podia assumir. Mas seu corpo sabia, ardia com a possibilidade. Especialmente de Alfonso estar no controle. Fechou os olhos, a caneca de chá nas mãos, e imaginou que ele estivesse em ci ...


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