Fanfic: Luxúria AyA | Tema: [ADAPTADO] #HOT
Ele quase teve uma ereção apenas de pensar nela, lembrando-se das sardas pálidas de seu rosto, da pele semelhante à mais fina porcelana. Daqueles olhos cinza como duas peças de quartzo fumê. Brilhante, cheia de arestas, intensa, sua inteligência refulgia. E aquela boca de veludo vermelho, como o próprio sexo.
O corpo dela era esguio, atlético, sem curvas. Ele gostava disso. E também da delicadeza de suas clavículas, seus pulsos, suas mãos. Seios pequenos, mas firmes e marcados sob a malha macia. Ele não precisava que uma mulher tivesse seios grandes. Isso nunca o preocupou. Mas uma bunda bem feita era digna de olhar.
Algo para tocar... para bater...
Ele engoliu o resto do uísque, deixou o copo em uma mesa de canto ao lado das largas janelas e despencou sobre o sofá macio de couro marrom. Ela era inteligente demais, para seu próprio bem. E, talvez, até para o dele. Não que tivessem conversado bastante. Mas o suficiente para ele saber que estaria em maus lençóis se não se mantivesse íntegro com essa mulher.
Seu telefone tocou, e ele atendeu sem pensar, a mente ainda em Anahi.
– Alô.
– Alô, é Dante.
– Olá.
Ele e Dante De Matteo tinham feito uma palestra sobre a psicologia da escravidão sexual e do sadomasoquismo e das culturas fetichistas no Pleasure Dome, um clube local dedicado ao tema, três anos atrás. Depois de descobrirem que compartilhavam o gosto por motocicletas, eles se tornaram grandes amigos e frequentemente faziam passeios pelas florestas dos parques nacionais de Washington.
Voltaram ao clube muitas vezes, cada um explorando suas tendências dominantes com um número indeterminado de mulheres que frequentavam o local. Até viajaram juntos, levando suas motos pelo Arizona e o Novo México, na última primavera. Embora Dante fosse advogado e Alfonso, escritor, eles tinham muito em comum. E se entendiam.
– Então, vai àquele passeio no sábado? –, Dante perguntou.
– O quê? Sim... sábado. – Alfonso deslizou os dedos pela borda de seu copo vazio. Talvez precisasse de outro drinque.
– O que é que há com você, Alfonso?
– O que quer dizer com isso?
– Parece distraído.
– Sim, estou mesmo distraído –, ele murmurou mais para si próprio do que para Dante.
– E então?
– Então... eu conheci uma mulher...
Dante riu.
– É sempre uma mulher. Ou uma motocicleta.
– Estou farto de motocicletas no momento.
– Mas não de mulheres?
– Não que isso sempre seja um problema, mas essa mulher...
– Alfonso, você não está concluindo as frases. Caso não tenha percebido.
– Merda.
– Tão mal assim? Ou tão bem?
– Não sei. Digo... sim… é bom. – Ele se levantou e foi se servir de outra dose, sabendo que Dante esperaria, pacientemente, até que ele completasse seus pensamentos.
– Essa mulher é Anahi Portilla. Eu lhe disse que iria conhecê-la esta tarde. Ela não era o que eu esperava. Não há fotografias dela em seu site na web, e acho que pensei... bem, jamais imaginei que fosse tão maravilhosa, realmente linda.
– E?
– Fiz um trato com ela.
– Um trato?
– Ela nunca explorou escravidão sexual e sadomasoquismo; certamente, não em nosso nível. Nem foi submissa. Mas posso ver isso nela. Posso sentir o cheiro. E nunca me engano a esse respeito.
– E qual é o trato?
– Ela pensa que é dominante.
– Tenho certeza de que, em breve, você vai mostrar a ela como está errada. – Alfonso podia ouvir o tom gozador na voz de Dante.
– Se não conseguir, concordei em me submeter a ela.
Dante deu uma risadinha.
– Não é provável que isso aconteça.
– Não. Não é.
– Então qual é o problema?
Alfonso se viu suspirando e parou.
– Não tenho certeza ainda. Talvez eu saiba melhor quando puser minhas mãos nela, para que possa entendê-la.
– Fez uma pausa, tomou outro gole. – É... não sei... droga!
Qual é o problema? Ela simplesmente... me impressionou muito.
– Então o grande Alec está caído... –, Dante falou com suavidade.
– Eu nunca disse que estava caído, Dante. – Ele apertou o copo, as finas bordas do vidro lapidado encostando na palma de sua mão.
– Não, você não está caído.
– Estou bem. Muito bem.
– Está bem. – Ele podia pressentir que Dante estava encolhendo os ombros. – Então estamos combinados para sábado?
– Sim.
– Você vai levá-la ao clube sábado à noite?
– Jesus Cristo, Dante! – Coçou o cavanhaque. Suspirou.
– Pensei em esperar uma ou duas semanas.
Como é que ele pode pensar em esperar tanto tempo para vê-la de novo?
Ah, sim... de fato, estava bem encrencado.
– Alfonso, não que eu pretenda lhe dizer o que deve fazer, especialmente com uma mulher que esteja se introduzindo nesse estilo de vida, mas me parece que deveria vê-la bem antes disso.
– Por quê?
– Porque acho que você ficará doente se não fizer isso.
– Imagine, Dante! Não é assim tão grave.
– Não mesmo?
Ele coçou a barbicha um pouco mais. Queria suspirar de novo, mas refreou o ímpeto.
– Vejo você sábado.
– Está bem. Até lá.
Cristo! Será que a coisa era assim óbvia? Ele estava mesmo tão interessado nessa mulher?
Trate de se recompor, cara.
Ele conseguiria. Sempre conseguira, não é mesmo? Bem... não é?
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Anahi reduziu a velocidade quando saiu da Rua Cinco e seguiu para oeste, em direção a Rua Sound. O céu foi ficando mais pesado e cinzento, com neblina, conforme ela se aproximava da chuva e de sua vizinhança. Não se importava. Amava o nevoeiro com seu mau humor etéreo. O para-brisas ficou úmido e ela a ...
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