Fanfics Brasil - Capitulo 10 O Casamento AyA (Adaptada)

Fanfic: O Casamento AyA (Adaptada) | Tema: Anahi e Alfonso


Capítulo: Capitulo 10

410 visualizações Denunciar


Vou ao casarão porque ele é um lugar especial para mim. Foi ali, afinal, que percebi pela primeira vez que estava apaixonado por  Annie,  e, embora saiba que isso tornou minha vida melhor, devo admitir que até hoje me espanto com a forma como tudo aconteceu.


Eu evidentemente não tinha a menor intenção de me apaixonar por Annie quando a acompanhei até o carro naquele dia chuvoso de 1971. Eu mal a conhecia, mas, em pé embaixo do guarda-chuva, ao vê-la sair com o carro, de repente tive certeza de que queria me encontrar de novo com ela. Horas depois, nessa mesma noite, enquanto eu tentava estudar, o que  ela  tinha dito não parava de ecoar na minha cabeça:


Não tem problema, Alfonso. Eu por acaso gosto dos   tímidos.


Sem conseguir me concentrar, pus o livro de lado e me levantei da escrivaninha. Disse a mim mesmo que não tinha tempo nem vontade de namorar e depois de andar de um  lado para  outro do  quarto pensando no meu horário maluco – assim como no meu desejo de independência financeira –, tomei a decisão de não voltar mais  ao café. Não  seria fácil, mas era o certo a fazer, ponderei, e resolvi não pensar mais no   assunto.


Passei a semana seguinte estudando na biblioteca, mas estaria mentindo se dissesse que não tornei a ver Annie. Todas as noites, sem falta, eu me pegava relembrando nosso breve encontro: seus cabelos soltos cascateando pelos ombros, a cadência de sua voz, seu olhar paciente quando estávamos em pé na chuva. No entanto, quanto mais eu me esforçava para não pensar nela, mais  poderosas  essas  imagens  se tornavam. Soube  então que minha força de vontade não iria durar mais uma semana e, no sábado de manhã, surpreendi a mim mesmo pegando a chave do  carro.


Não fui ao café convidá-la para sair, e sim para provar  a mim  mesmo que aquilo não passara de uma paixonite momentânea. Disse a mim mesmo que ela era apenas uma moça normal e que quando a visse novamente iria constatar que não tinha nada de especial. Quando estacionei  o carro, já quase me convencera desse fato.


O café, como sempre, estava lotado, e enquanto  procurava  um lugar para sentar tive que abrir caminho em meio a um  grupo  de  homens  que saía. A mesa que ocupei acabara de ser limpa e, depois de me sentar,  usei um guardanapo de papel para secá-la antes de abrir meu   livro.


Com a cabeça baixa, estava folheando as páginas até o capítulo certo quando percebi que ela se aproximava. Fingi não ter percebido nada até ela parar junto à mesa, mas, quando ergui a cabeça, vi que quem estava ali não era Annie, e sim uma mulher de 40 e poucos anos. Trazia um  bloco  de pedidos dentro do avental e uma caneta enfiada atrás da  orelha.


–             O senhor aceita um café? – perguntou ela. Seus gestos rápidos e eficientes sugeriam que devia fazer muitos anos que ela trabalhava ali e perguntei- me por que nunca a havia notado.


–             Sim, por favor.


–             Só um instante – entoou ela, deixando um cardápio sobre a mesa. Assim que virou as costas, percorri o café com os olhos  e  vi  Annie carregando pratos da cozinha até um grupo de mesas perto dos  fundos. Passei algum tempo a observá-la, perguntando-me se ela havia reparado na minha chegada, mas ela estava concentrada no serviço e não olhou  para mim. De longe, não havia nada de mágico na forma como ela ficava em    pé e se movia e me peguei respirando aliviado, convencido de que tinha conseguido me livrar do estranho fascínio  que  tanto  vinha  me atormentando.


Meu café chegou e fiz meu pedido. Novamente absorto no  livro,  tinha lido meia página quando ouvi sua voz atrás de   mim.


–             Oi, Alfonso.


Annie sorriu quando ergui os  olhos.


–             Não vi você na semana passada – prosseguiu ela, calmamente. – Pensei que talvez eu o tivesse assustado.


Engoli em seco, sem saber o que dizer, pensando que ela era ainda mais bonita do que na minha lembrança. Não sei quanto tempo fiquei ali olhando para ela sem falar nada, mas foi o suficiente para seu rosto adquirir uma expressão preocupada.


–             Alfonso? – indagou ela. – Está tudo bem?


–             Sim – respondi, mas, por estranho que parecesse, não consegui pensar em mais nada que pudesse dizer.


Depois  de alguns  instantes, ela balançou a cabeça, sem entender.


–             Bom... então tá. Desculpe-me não ter visto você chegar. Eu o teria acomodado em uma das minhas mesas. Você é o mais  próximo que  tenho de um freguês regular.


–             Sim – repeti. No mesmo instante em que falei, soube que a resposta não fazia sentido, mas era a única palavra que eu parecia  conseguir formular na sua presença.


Ela aguardou que eu dissesse mais alguma coisa. Quando permaneci calado, pude ver uma decepção atravessar seu rosto.


–             Estou vendo que está ocupado – disse ela por fim, indicando meu livro com a cabeça. – Só quis dar um oi e agradecer outra vez por você ter me acompanhado até meu carro. Bom café da manhã.


Ela estava prestes a me dar as costas quando consegui romper o feitiço que parecia ter se apoderado de mim.


–             Annie? – consegui balbuciar.


–             O quê? Pigarreei.


–             Talvez eu pudesse acompanhar você até o carro de novo  um dia desses. Mesmo que não esteja chovendo.


Ela me estudou por alguns instantes antes de  responder.


–             Seria ótimo, Alfonso.


–             Quem sabe hoje, mais tarde? Ela sorriu.


–             Claro.


Quando ela se virou, tornei a falar.


–             E, Annie?


Dessa vez ela me olhou por cima do  ombro.


–             O quê?


Entendendo por fim o verdadeiro motivo de minha  ida  ao café, pus as duas mãos sobre o livro, tentando extrair forças daquele  mundo  que entendia.


–             Quer jantar comigo neste fim de semana?


Ela pareceu achar graça no fato de eu ter levado tanto tempo para convidá-la.


–             Quero, Alfonso – respondeu. – Será um prazer.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): eduardah

Este autor(a) escreve mais 7 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

Era difícil acreditar que estivéssemos os dois ali, mais  de  três décadas depois, sentados com nossa filha e conversando com ela sobre o seu casamento na semana seguinte. O pedido surpresa de Anna de um casamento simples e rápido provocou em nós dois um silêncio total. No início, Annie pareceu atônita, m ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 27



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • franmarmentini♥ Postado em 22/10/2015 - 14:55:40

    Ameiiiiiiiiiiii ameiiiiiiiiiiii ameiiiiiiiiiiii essa fic* todos deveriam ler...é uma lição pra muitos!!! Vale a pena....isso q é amor! Entre duas pessoas q se amam com a alma ;) bjusss

  • franmarmentini♥ Postado em 22/10/2015 - 13:43:02

    Eu ainda estou chorando....

  • franmarmentini♥ Postado em 22/10/2015 - 13:33:45

    Morri com essa carta ....to chorando rios...

  • franmarmentini♥ Postado em 22/10/2015 - 13:23:36

    To chorando rios akiiii

  • franmarmentini♥ Postado em 22/10/2015 - 12:08:39

    Meu deus...a any acha q ele ta tendo um caso ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 22/10/2015 - 11:22:20

    Eitaaaaaa q acabou a fic ;( vou ler o resto...

  • hadassa04 Postado em 05/10/2015 - 08:24:16

    Bom dia flor, vou iniciar a leitura da sua fic agora e de acordo com a leitura deixo meus comentários.

  • franmarmentini♥ Postado em 10/09/2015 - 17:09:21

    OLÁAAAAAAAAAAAAAA AMORE ESTOU POSTANDO UMA FIC* TE ESPERO LÁ BJUS http://fanfics.com.br/fanfic/49177/em-nome-do-amor-anahi-e-alfonso

  • franmarmentini♥ Postado em 08/09/2015 - 16:25:46

    to doida pra eles estarem 100% bem e felizes...

  • franmarmentini♥ Postado em 08/09/2015 - 16:01:56

    ai que beijo lindoooooooo


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais