Fanfic: O Casamento AyA (Adaptada) | Tema: Anahi e Alfonso
Na cozinha, percebi que Annie me olhava com um ar curioso. Afastando a lembrança, dei os toques finais em nosso jantar e levei a comida para a mesa. Depois que nos sentamos, abaixamos a cabeça para fazer uma prece pela comida, agradecendo a Deus tudo o que nos fora dado.
– Está tudo bem? Você parecia preocupado agora há pouco – comentou Annie enquanto pegava um pouco de salada.
Completei nossas taças de vinho.
– Na verdade, estava me lembrando do nosso primeiro encontro – falei.
– É mesmo? – Seu garfo parou no ar. – Por quê?
– Não sei – falei, deslizando sua taça mais para perto dela. – Você se lembra?
– É claro que me lembro – disse ela, repreendendo-me. – Foi logo antes do Natal. Nós íamos jantar no Harper’s, mas encontramos um cachorro perdido e chegamos atrasados para a reserva. Aí acabamos indo comer em uma pizzariazinha na mesma rua. E depois...
Ela semicerrou os olhos, tentando relembrar a ordem exata dos acontecimentos.
– Pegamos o carro e fomos ver a decoração de Natal da Havermill Road,
não foi? Você insistiu para que eu descesse do carro e para que chegássemos mais perto, apesar do frio de rachar. Uma das casas tinha montado uma aldeia do Papai Noel e, quando você me levou até lá, o homem que estava fantasiado de Papai Noel me deu o presente que você tinha comprado para mim. Achei incrível você ter se dado todo aquele trabalho em um primeiro encontro.
– Você se lembra do presente?
– Como poderia esquecer? – Ela sorriu. – Um guarda-chuva.
– Se bem me lembro, você não pareceu muito entusiasmada.
– Bom – disse ela, levando as mãos ao alto. – Como é que eu conseguiria conhecer algum rapaz depois disso? A minha tática era pedir para me acompanharem até o carro. Não se esqueça de que, em Meredith, os únicos homens eram professores ou zeladores.
– Foi por isso que eu escolhi o guarda-chuva – falei. – Eu sabia exatamente como você agia.
– Sabia nada – disse ela com um sorriso maroto. – Eu fui a primeira garota com quem você saiu na vida.
– Não foi, não. Eu já tinha saído com outras. Ela exibia uma expressão brincalhona.
– Tá bom, a primeira que você beijou, então.
Isso era verdade, embora eu hoje me arrependa de ter contado, já que ela nunca se esqueceu disso e tende a mencionar o fato em momentos como esse. Para me defender, porém, falei:
– Eu estava ocupado demais preparando meu futuro. Não tinha tempo para essas coisas.
– Você era tímido.
– Estudioso. É diferente.
– Ah, é? Não se lembra do nosso jantar? Nem do trajeto de volta? Você mal conversou comigo, a não ser sobre suas aulas.
– Eu falei outras coisas também – discordei. – Disse que tinha gostado do seu suéter, lembra?
– Isso não conta. – Ela deu uma piscadela. – Você teve sorte de eu ter sido paciente, a verdade é essa.
– É – concordei. – Tive mesmo.
Disse isso dando a entender que teria gostado de ouvi-la dizer a mesma coisa, e acho que ela reparou. Deu um breve sorriso.
– Sabe do que mais me lembro daquela noite? – continuei.
– Do meu suéter?
Devo dizer que minha mulher sempre teve um senso de humor afiado. Eu ri, mas claramente estava com um astral mais pensativo, e prossegui.
– Gostei de como você parou para ajudar o cachorro e não quis ir
embora antes de ter certeza de que ele estava bem. Isso me fez ver que você era uma pessoa boa.
Eu poderia ter jurado que Annie enrubesceu ao ouvir meu comentário, mas, como ela levantou a taça de vinho rapidamente, não pude ter certeza. Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, mudei de assunto.
– E a Anna, já está ficando nervosa? – perguntei. Annie fez que não com a cabeça.
– Nem um pouco. Ela não parece nada ansiosa. Acho que pensa que vai dar tudo certo, como deu hoje com o fotógrafo e com o bolo. De manhã, quando lhe mostrei a lista de tudo o que tínhamos para fazer, ela disse apenas: “Então acho melhor começarmos logo, não é?”
Assenti. Podia imaginar Anna dizendo isso.
– E o amigo dela, o tal pastor? – perguntei.
– Ela disse que ligou para ele ontem à noite e ele respondeu que teria prazer em celebrar o casamento.
– Que bom. Uma coisa a menos – comentei.
Annie se calou. Eu sabia que já estava pensando nos afazeres da semana seguinte.
– Acho que vou precisar da sua ajuda – disse ela por fim.
– O que está planejando?
– Bom, você vai precisar de um smoking, e Keith e Joseph também, claro. E papai...
– Sem problemas.
Ela se remexeu na cadeira.
– E Anna ficou de fazer uma lista com os nomes de algumas pessoas que vai querer convidar. Não temos tempo para mandar convites, então alguém vai ter que ligar para elas. E como eu vou estar para lá e para cá com Anna, e você está de férias...
– Eu ligo com prazer – falei. – Posso começar amanhã.
– Você sabe onde está a agenda de telefones?
Esse é o tipo de pergunta com a qual me acostumei ao longo dos anos. Annie tem plena convicção de que eu sou incapaz de encontrar determinados objetos dentro da nossa casa. Ela também acredita que atribuí exclusivamente a ela a responsabilidade de saber onde podem estar as coisas que de vez em quando eu perco. Devo acrescentar que nenhum desses dois fatos é totalmente culpa minha. Embora eu na verdade não saiba onde ficam todas as coisas da casa, isso tem mais a ver com a diferença entre nossos sistemas de organização do que com alguma falta de aptidão minha. Minha mulher, por exemplo, acha que é lógico que a lanterna deve ficar em uma das gavetas da cozinha, enquanto o meu raciocínio me diz que deveria ficar na área de serviço, junto com a lavadora e a secadora de roupas. Por isso, a lanterna toda hora muda de lugar, e, como eu trabalho fora, é impossível me manter atualizado. Se eu ponho a chave do carro em cima da bancada, por exemplo, meu instinto me diz que é lá que ela vai estar quando eu precisar dela, enquanto Annie acredita que eu vou procurá-la no quadro de avisos junto à porta. Quanto à localização da agenda de telefones, para mim era óbvio que ela estaria na gaveta ao lado do telefone. Era lá que eu a tinha posto da última vez em que a usara, e estava a ponto de dizer isso quando Annie falou.
– Na prateleira ao lado dos livros de culinária. Olhei para ela.
– Claro – concordei.
Autor(a): eduardah
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 27
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franmarmentini♥ Postado em 22/10/2015 - 14:55:40
Ameiiiiiiiiiiii ameiiiiiiiiiiii ameiiiiiiiiiiii essa fic* todos deveriam ler...é uma lição pra muitos!!! Vale a pena....isso q é amor! Entre duas pessoas q se amam com a alma ;) bjusss
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franmarmentini♥ Postado em 22/10/2015 - 13:43:02
Eu ainda estou chorando....
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franmarmentini♥ Postado em 22/10/2015 - 13:33:45
Morri com essa carta ....to chorando rios...
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franmarmentini♥ Postado em 22/10/2015 - 13:23:36
To chorando rios akiiii
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franmarmentini♥ Postado em 22/10/2015 - 12:08:39
Meu deus...a any acha q ele ta tendo um caso ;(
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franmarmentini♥ Postado em 22/10/2015 - 11:22:20
Eitaaaaaa q acabou a fic ;( vou ler o resto...
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hadassa04 Postado em 05/10/2015 - 08:24:16
Bom dia flor, vou iniciar a leitura da sua fic agora e de acordo com a leitura deixo meus comentários.
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franmarmentini♥ Postado em 10/09/2015 - 17:09:21
OLÁAAAAAAAAAAAAAA AMORE ESTOU POSTANDO UMA FIC* TE ESPERO LÁ BJUS http://fanfics.com.br/fanfic/49177/em-nome-do-amor-anahi-e-alfonso
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franmarmentini♥ Postado em 08/09/2015 - 16:25:46
to doida pra eles estarem 100% bem e felizes...
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franmarmentini♥ Postado em 08/09/2015 - 16:01:56
ai que beijo lindoooooooo