Fanfics Brasil - Capitulo 29 O Casamento AyA (Adaptada)

Fanfic: O Casamento AyA (Adaptada) | Tema: Anahi e Alfonso


Capítulo: Capitulo 29

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–  Não – concordou ela. – Não consigo acreditar que Anna já tem idade suficiente para se casar. Não sei como o tempo passa tão depressa.


–  O que você teria mudado? – perguntei. – Se pudesse?


–  Na minha vida, você quer dizer? – Ela olhou para o outro lado. – Não sei. Acho que teria tentado aproveitar mais as coisas no momento em que elas estavam acontecendo.


–  Eu me sinto assim também.


–  Você? – Annie parecia genuinamente surpresa. Assenti.


–  Claro.


Ela pareceu se recuperar.


–  É que... Por favor, Alfonso, não me leve a mal, mas você não é de ficar lembrando o passado. O que quero dizer é que você é super prático  com tudo. Tem tão poucos arrependimentos na vida...  –  Ela  não  terminou  a frase.


–  E você tem algum? – indaguei, baixinho.


Ela passou alguns  instantes examinando as próprias  mãos.


–  Não, na verdade não.


Nessa hora, quase estendi minha mão para segurar a dela, mas Annie mudou de assunto e disse, animada:


–  Fomos visitar meu pai hoje. Depois que saímos do casarão.


–  Ah, é?


–  Ele disse que você tinha passado lá mais cedo.


–  Passei, sim. Queria me certificar de que podíamos usar a casa.


–  Ele falou. – Ela ficou remexendo os legumes no prato com o garfo.  – Ele e Anna estavam tão bonitinhos juntos... Ela ficou segurando a mão dele o tempo todo enquanto contava sobre o casamento.  Queria  que  você tivesse visto. Fiquei me lembrando da forma como ele e a mamãe costumavam se sentar juntos. – Por alguns  instantes, ela pareceu perdida em pensamentos. Então ergueu os olhos. – Queria que a mamãe ainda estivesse aqui. Ela sempre adorou casamentos. – falou.


–  Acho que é de família – murmurei. Ela sorriu, pensativa.


–  Tem razão. Você não imagina como é divertido fazer os preparativos, mesmo em cima da hora. Mal posso esperar para Leslie se casar e termos tempo de nos concentrar de verdade no planejamento.


–  Ela não tem nem namorado, quanto  mais  alguém  que  queira pedi-la em casamento.


–   Detalhes, detalhes – disse ela, balançando a cabeça. – Isso não significa que não possamos começar a pensar, não é?


Quem era eu para discordar?



–  Bom, quando isso acontecer, espero que o cara venha pedir minha autorização primeiro – comentei.



–  Keith pediu?


–  Não, mas o casamento deles está tão apressado que eu nem esperava que pedisse. Mesmo assim, considero isso uma  das  experiências formadoras de caráter por que todos os rapazes deveriam passar.


–  Como quando você pediu minha mão ao papai?


–  Ah, meu caráter se formou muito naquele dia.


–  Ah, é? – Ela me encarou, curiosa.


–  Acho que eu poderia ter me saído um pouco melhor.


–  Papai nunca me disse isso.


–   Provavelmente porque ficou com pena de mim. O momento  que escolhi não foi dos mais propícios.


–  Por que você nunca me contou?


–  Porque eu nunca quis que você soubesse.


–  Bom, agora vai ter que me contar.


Estendi a mão para pegar minha taça de vinho, tentando não dar muita importância ao assunto.


–  Tá bom, a história é a seguinte – comecei. – Eu passei lá logo depois do trabalho, mas tinha uma reunião marcada com  os  sócios  da empresa mais tarde no mesmo dia, de modo que não estava com muito tempo. Encontrei Noah trabalhando na oficina. Foi em pouco antes da nossa   viagem à praia. Enfim, ele estava pregando o telhado de  uma casa que  construiu para uns passarinhos que tinham feito ninho na varanda. Estava  muito decidido a terminar até o final de  semana e eu fiquei  tentando  encontrar um jeito de incluir o assunto do casamento na nossa conversa, mas a oportunidade nunca surgia. Por  fim, simplesmente  falei. Ele  me perguntou se eu podia pegar outro prego para ele e, quando lhe entreguei, falei: “Aqui está. Ah, falando nisso, me lembrei de uma coisa... queria pedir a mão de Annie em casamento.” Ela deu uma risadinha.


–   Você sempre foi jeitoso. Acho que eu não deveria ficar surpresa, levando em conta a forma como você me fez o pedido. Foi tão...


–  Inesquecível?


–   Malcolm e Linda nunca se cansam dessa história – disse ela, referindo-se a um casal de amigos nossos de longa data. – Principalmente Linda. Sempre que estamos com outras pessoas, ela me  implora  para contar.


–  E você, é claro, obedece.


Ela ergueu as mãos alegando inocência.


–  Se minhas amigas gostam das minhas histórias, quem sou eu para privá-las desse prazer?



Durante o jantar, enquanto continuávamos a nos provocar de forma bem-humorada, fiquei prestando atenção em tudo o que ela fazia. Observei- a cortar o frango em pequenos pedaços antes de  comer  e a forma como seus cabelos refletiam a luz; senti o cheiro suave do sabonete líquido de jasmim que ela havia usado mais cedo. Não havia nenhuma explicação para essa descontração recente e mais duradoura entre nós dois e não tentei entendê-la. Perguntei-me se Annie também tinha reparado. Se sim, não deu nenhuma pista disso, mas eu também não demonstrei nada e ficamos sentados  à mesa do jantar até os  restos de comida  esfriarem.



 A história de como eu a pedi em casamento é  de  fato  inesquecível e sempre provoca acessos de riso em todos os que a  escutam.


Compartilhamos essa história com bastante frequência no nosso círculo de amigos. Quando encontramos com eles, deixamos de ser indivíduos e passamos a ser um casal, uma equipe, e eu adoro essa  dinâmica.  Nós somos capazes de nos  meter no meio de uma história que o outro  começou e terminá-la sem nenhum  problema. Quando Annie conta, por exemplo, sobre o dia em que Leslie estava em um jogo de futebol americano como líder de torcida e um dos atacantes escorregou perto da linha lateral e começou a deslizar bem na sua direção, sei que se ela interromper a narrativa nesse momento é a minha deixa para continuar, dizendo que minha mulher foi a primeira a pular da cadeira para ver se Leslie estava bem, porque eu fiquei paralisado de medo. E que nesse dia, quando finalmente consegui reunir forças para me mexer, saí abrindo caminho entre as pessoas,  empurrando- as, derrubando-as e fazendo-as perder  o equilíbrio, quase  como o  jogador que tinha escorregado instantes atrás. Então, quando faço uma pausa para respirar, Annie prossegue com facilidade de  onde  eu parei. Fico admirado com o fato de nenhum dos dois achar isso estranho ou complicado. Esse troca-troca já se tornou natural, e eu muitas vezes me pergunto como é a vida daqueles que não conhecem tão bem os próprios cônjuges. Devo acrescentar que Leslie não  se machucou nesse  dia. Quando conseguimos nos aproximar, ela já estava estendendo a mão para pegar os pompons do chão.


Mas eu nunca participo da história de quando a pedi em casamento. Pelo contrário: fico sentado sem dizer nada, sabendo  que  Annie  a  acha muito mais engraçada do que eu. Afinal de contas, eu não queria que fosse um momento cômico. Tinha certeza de que esse seria um dia que ela  lembraria



 



para sempre e torcia para que o achasse  romântico.


Não sei muito bem como, mas Annie e eu conseguimos passar por aquele ano de separação com nosso amor intacto. No final da primavera, já falávamos em noivar e a única surpresa seria o dia em que faríamos o anúncio oficial. Eu sabia que ela queria  algo especial  – o romance  entre seus pais tinha estabelecido um padrão muito alto. Quando Noah e Allie estavam juntos, tudo sempre parecia transcorrer de forma perfeita. Se chovia durante um  passeio – algo insuportável para a maioria das    pessoas


–, Allie e Noah usavam isso como desculpa para acender  a lareira e  se deitar juntos em frente a ela, apaixonando-se ainda mais um pelo outro. Se Allie estivesse com vontade de ouvir  poesia,  Noah  recitava  de  cor uma série de versos. Se meu exemplo era ele, eu sabia que tinha de segui-lo e, por esse motivo, planejei pedir a mão de Annie  na  praia de  Ocracoke, onde sua família estava passando as férias de  julho.


Achei meu plano muito criativo. Depois de escolher um anel  de  noivado, eu planejava simplesmente escondê-lo dentro de uma concha que tinha achado no ano anterior, para que Annie a encontrasse mais tarde, quando fôssemos procurar bolachas-da-praia na areia. Quando ela o encontrasse, eu me ajoelharia, seguraria sua mão e lhe diria que ela faria de mim o homem mais feliz do mundo se aceitasse ser minha  mulher.


Infelizmente, as coisas não correram como planejado. Nesse fim de semana houve um forte temporal, com chuvas torrenciais e ventos fortes o suficiente para fazerem as árvores se curvar até quase o chão. Durante o sábado inteiro, esperei o tempo melhorar, mas a  natureza  parecia  ter outros planos e foi só no meio da manhã de domingo que o céu começou a clarear.


Eu estava mais nervoso do que tinha previsto e surpreendi-me ensaiando mentalmente as palavras exatas que queria dizer. Essa técnica sempre me ajudara na faculdade. Só não percebi que a minha preparação estava me impedindo de falar com Annie enquanto caminhávamos na praia.  Não sei quanto tempo passamos em silêncio, mas foi o suficiente para  a voz  de Annie me espantar quando ela enfim abriu a boca.


–  A maré está subindo mesmo, não é?


Eu não tinha me dado conta de que a maré ficaria tão afetada mesmo depois de o temporal passar e, embora tivesse quase certeza de que  a concha estava segura, não queria correr nenhum  risco. Preocupado, comecei a andar mais depressa, mas fazendo o possível para não despertar a desconfiança dela.


–  Por que tanta pressa? – ela perguntou.


–  Não estou com pressa – disfarcei.


Ela não pareceu satisfeita com a minha resposta e acabou diminuindo   o passo. Durante algum tempo, pelo menos até ver a concha, segui andando sozinho, alguns passos à frente dela. Quando vi as marcas da maré alta na areia perto da concha, soube que ainda tínhamos  tempo. Não muito,  mas pelo menos pude relaxar um  pouco.




Sem saber que Annie já havia parado um pouco mais atrás, virei-me para falar alguma coisa com ela. Ela estava curvada sobre a areia, com um braço estendido, e eu soube exatamente o que estava fazendo. Sempre  que ia à praia, Annie tinha o hábito de procurar pequenas bolachas-da-praia. As melhores, as que ela guardava, eram do tamanho de uma unha,  translúcidas e finas como papel.


–  Venha logo! – chamou ela, sem erguer os olhos. – Tem um montão aqui!


A concha com o anel estava uns 7 metros à minha frente e Annie, 7 metros atrás. Finalmente percebi que mal tínhamos nos falado desde que chegáramos à praia e decidi ir até onde ela estava. Quando me aproximei, ela ergueu uma bolacha-da-praia na minha frente, equilibrando-a na ponta do dedo como se fosse uma lente de contato.


–  Olhe esta aqui.


Era a menor que já tínhamos encontrado. Depois que me entregou a bolacha, ela tornou a se abaixar para procurar outras. Comecei a  procurar com ela, planejando conduzi-la aos poucos até a concha certa, só que, por mais que eu me afastasse, ela continuava no mesmo lugar. De tantos em tantos segundos, eu tinha que me certificar de que a concha ainda estava segura.


–  O que você tanto olha? – perguntou-me Annie por fim.


–  Nada, não – respondi. Mesmo assim, senti-me impelido a olhar outra vez dali a alguns instantes e, quando Annie me surpreendeu fazendo isso, levantou uma sobrancelha, desconfiada.


Dei-me conta de que, à medida que a maré subia, o nosso tempo se esgotava. Mas Annie continuou entretida no mesmo ponto. Tinha encontrado outras duas bolachas-da-praia ainda menores do que a primeira  e  não parecia ter qualquer intenção de sair dali. Enfim, sem saber mais  o que fazer, fingi reparar na concha adiante.


–  Aquilo ali é uma concha? Ela ergueu os olhos.


–  Por que não vai lá pegar? – disse ela. – Parece bonita.


Eu não soube muito bem o que dizer. Afinal de contas, queria que ela achasse a concha. A essa altura, as  ondas  estavam  quebrando perigosamente perto.


–  É, parece, sim – falei.


–  Você vai lá pegar?



–  Não.



–  Por quê?


–  Talvez seja melhor você ir.


–  Eu? – Ela pareceu não entender.


–  É, se você quiser.


Ela refletiu por alguns instantes antes de fazer que não com a cabeça.


–  Já temos várias em casa. Não é nada de mais.


–  Tem certeza?


–  Tenho.


Aquilo não estava correndo nada bem. Enquanto tentava decidir o que fazer, reparei em uma onda enorme que se aproximava da  praia. Desesperado – e sem dizer nada a Annie –, saí correndo de onde estava, do lado dela, para alcançar a concha.


Nunca fui especialmente rápido, mas nesse dia eu parecia um  atleta. Corri o mais rápido que pude e agarrei a concha como um apanhador de beisebol  pegando uma bola fora do campo. Instantes  depois, a onda   varreu a areia onde ela estava. Infelizmente, quando me abaixei para pegá-la, me desequilibrei e caí na areia, soltando o ar dos pulmões  com  um pfff  bem alto. Quando me levantei, tentando ao máximo manter a dignidade, limpei a areia das minhas roupas encharcadas. Ao longe, pude ver  Annie  me observando com os olhos arregalados.


Levei a concha até lá e a estendi para ela.


–  Tome – falei, ofegante.


Ela ainda estava me olhando com uma expressão de curiosidade.


–  Obrigada – falou.


Imaginei que Annie fosse virar a concha ou agitá-la de forma que escutasse o barulho do anel lá dentro, mas ela não fez isso e ficamos simplesmente olhando um  para o outro.


–  Você queria mesmo esta concha, não é? – disse ela por fim.


–  Queria, sim.


–  É bonita.


–  É.


–  Obrigada mais uma vez.


–  De nada.


Ela continuava com a concha na mão, sem movê-la. Fui ficando  nervoso e falei:


–  Dê uma sacudida nela.


Ela pareceu refletir sobre minhas palavras.


–  Uma sacudida... – repetiu.


–  É.


–  Alfonso, você está se sentindo bem?



–  Estou. – Balancei a cabeça em direção à concha para encorajá-la.


–  Tudo bem – disse ela, devagar.


Quando ela sacudiu a concha, o anel caiu na areia. Na mesma hora, ajoelhei- me e comecei a procurá-lo. Esquecendo-me de  tudo  o  que pretendia dizer, fui direto ao pedido, sem ter sequer  a presença de   espírito de erguer os olhos  para ela.


–  Quer se casar comigo?


 



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Autor(a): eduardah

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Quando terminamos de limpar a cozinha, Annie saiu para a varanda,  deixando a porta entreaberta como um convite para que eu me  juntasse  a ela. Quando saí, ela estava encostada no parapeito, como na noite em que Anna nos  dera a notícia sobre seu casamento. O sol havia se posto e uma lua cor de laranja nascia por cima das árvores, ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 27



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  • franmarmentini♥ Postado em 22/10/2015 - 14:55:40

    Ameiiiiiiiiiiii ameiiiiiiiiiiii ameiiiiiiiiiiii essa fic* todos deveriam ler...é uma lição pra muitos!!! Vale a pena....isso q é amor! Entre duas pessoas q se amam com a alma ;) bjusss

  • franmarmentini♥ Postado em 22/10/2015 - 13:43:02

    Eu ainda estou chorando....

  • franmarmentini♥ Postado em 22/10/2015 - 13:33:45

    Morri com essa carta ....to chorando rios...

  • franmarmentini♥ Postado em 22/10/2015 - 13:23:36

    To chorando rios akiiii

  • franmarmentini♥ Postado em 22/10/2015 - 12:08:39

    Meu deus...a any acha q ele ta tendo um caso ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 22/10/2015 - 11:22:20

    Eitaaaaaa q acabou a fic ;( vou ler o resto...

  • hadassa04 Postado em 05/10/2015 - 08:24:16

    Bom dia flor, vou iniciar a leitura da sua fic agora e de acordo com a leitura deixo meus comentários.

  • franmarmentini♥ Postado em 10/09/2015 - 17:09:21

    OLÁAAAAAAAAAAAAAA AMORE ESTOU POSTANDO UMA FIC* TE ESPERO LÁ BJUS http://fanfics.com.br/fanfic/49177/em-nome-do-amor-anahi-e-alfonso

  • franmarmentini♥ Postado em 08/09/2015 - 16:25:46

    to doida pra eles estarem 100% bem e felizes...

  • franmarmentini♥ Postado em 08/09/2015 - 16:01:56

    ai que beijo lindoooooooo


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