Fanfics Brasil - Capitulo 30 O Casamento AyA (Adaptada)

Fanfic: O Casamento AyA (Adaptada) | Tema: Anahi e Alfonso


Capítulo: Capitulo 30

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Quando terminamos de limpar a cozinha, Annie saiu para a varanda,  deixando a porta entreaberta como um convite para que eu me  juntasse  a ela. Quando saí, ela estava encostada no parapeito, como na noite em que Anna nos  dera a notícia sobre seu casamento.


O sol havia se posto e uma lua cor de laranja nascia por cima das árvores, como uma abóbora acesa no céu. Vi que Annie a estava   admirando. O calor finalmente havia diminuído e uma brisa começara a soprar.


–  Você acha mesmo que vai conseguir um bufê? – perguntou ela. Encostei-me ao seu lado.


–  Vou fazer o possível.


–   Ah! – disse ela de repente. – Amanhã me lembre de reservar a passagem do Joseph. Sei que ele pode ir para Raleigh, mas com  sorte podemos conseguir um voo direto para New Bern.


–  Eu posso fazer isso – ofereci. – Já vou estar no telefone, mesmo.


–  Tem certeza?


–  Não me custa nada – falei. No rio, pude ver um barco passando  por nós, uma sombra negra com uma luzinha acesa na frente.


–  E o que mais você e Anna têm que fazer? – perguntei.


–  Mais do que você imagina.


–  O quê, exatamente?


–   Bom, tem o vestido, é claro. Leslie quer ir conosco e  isso deve demorar pelo menos uns dois dias.


–  Dois dias para comprar um vestido?


–  Ela tem que encontrar o vestido perfeito e depois temos que mandar ajustar. Falamos com uma costureira hoje de manhã e ela disse que pode fazer os ajustes se conseguirmos lhe entregar o vestido na  quinta.  E também tem a recepção, claro. Quer dizer, se houver  mesmo  uma recepção. Encontrar um bufê é uma coisa, mas, mesmo que você consiga, ainda temos que ver a questão da música. E temos que decorar a casa,



 



também, então você vai ter que ligar para aquela empresa de aluguel de móveis...


Enquanto ela falava, deixei escapar um discreto suspiro. Sabia  que isso não devia me surpreender, mas ainda  assim...


–  Então amanhã, enquanto eu estiver dando telefonemas, imagino que vocês vão estar atrás do vestido, certo?


–   Mal posso esperar. – Ela estremeceu. – Vê-la experimentar os modelos, ver do que ela gosta. Desde que ela era uma menininha eu espero por isso. É muito emocionante!


–  Deve ser, mesmo – falei.


–  E pensar que Anna estava a um triz de não me deixar fazer nada.


–  Incrível como os filhos podem ser ingratos, não é?


Ela riu e tornou a olhar na direção da água. Ao fundo, pude ouvir grilos e sapos iniciarem sua cantoria noturna, um ruído que parecia nunca  mudar.


–  Quer dar uma volta? – perguntei, de repente. Ela hesitou.


–  Agora?


–  Por que não?


–  Aonde você quer ir?


–  Tem alguma importância?


Embora parecesse surpresa, ela respondeu:


–  Na verdade, não.


Alguns minutos depois, estávamos circundando o quarteirão. As ruas estavam desertas. Nas casas de ambos os lados, eu podia ver luzes    acesas e sombras se movendo por trás das cortinas. Annie e eu caminhávamos pelo acostamento, sentindo as pedrinhas e o cascalho estalarem sob nossos pés. Lá em cima, nuvens se estendiam pelo céu, formando uma faixa  prateada.


–  É silencioso assim de manhã? – indagou Annie. – Quando você sai para caminhar?


Em geral eu saio de casa até as seis horas, muito antes de ela   acordar.


–  Às vezes. Normalmente tem algumas pessoas correndo. E cachorros.


Eles gostam de vir por trás de você e latir de repente.


–  Isso deve ser ótimo para o coração.


–  É como um exercício extra – concordei. – Mas assim fico sempre alerta.


–  Eu deveria recomeçar. Adorava caminhar.


–  Você pode vir comigo.


–  Às cinco e meia da manhã? Não, obrigada.


Seu tom era um misto de brincadeira e incredulidade. Embora minha mulher já tivesse tido o costume de acordar cedo, isso mudara desde que Leslie saíra de casa.



 



–  Que boa ideia essa sua de dar uma volta – comentou ela. – A noite está linda.


–   Está mesmo – falei, olhando para ela. Passamos alguns instantes caminhando em silêncio até que Annie olhou de relance para uma casa perto da esquina.


–  Você soube que Glenda teve um derrame?


Glenda e o marido eram nossos vizinhos e,  embora  não frequentássemos os mesmos lugares, ainda assim éramos amigos. Em New Bern, parecia que todos se conheciam.


–  Soube. Que tristeza.


–  Ela não é muito mais velha do que eu.


–  Eu sei – falei. – Mas soube que ela agora está melhor.


Voltamos a nos  calar por algum tempo, até Annie de repente  perguntar:


–  Você costuma pensar na sua mãe?


Não soube bem como responder. Minha mãe tinha morrido em  um acidente de carro durante nosso segundo ano de casamento. Embora eu não fosse tão próximo dos meus pais quanto Annie sempre foi dos dela, a  morte de minha mãe foi um choque terrível. Até hoje, não consigo me lembrar da viagem de seis horas que fiz  de carro até Washington para ficar com  meu pai.


–  Às vezes.


–  Nessas horas, do que você se lembra?


–  Sabe a última vez em que fomos visitá-los? – perguntei. – Quando mamãe saiu da cozinha e abriu os braços para nos receber? Ela estava com uma blusa de flores roxas e pareceu muito feliz  em  nos  ver. É assim que me lembro dela. Essa imagem nunca mudou, parece um retrato. Minha mãe tem sempre as mesmas feições nos meus pensamentos.


Annie balançou a cabeça.


–  Eu sempre me lembro da minha mãe no ateliê, com os dedos sujos de tinta – disse ela. – Ela estava pintando um quadro da  nossa família,  coisa que nunca tinha feito antes, e eu me recordo de como ela estava animada porque ia dá-lo de presente a papai no aniversário dele. – Annie se calou por alguns instantes. – Não me lembro muito bem de como ela ficou depois que adoeceu. Mamãe sempre foi uma mulher tão expressiva... Gesticulava demais ao falar e ficava muito animada quando contava alguma história... mas depois do Alzheimer ela mudou. – Annie olhou para  mim.  – Simplesmente não era mais a mesma.


–  Eu sei – falei.


–   Às vezes eu tenho medo – disse ela em voz baixa. –  De  ter Alzheimer.


Embora isso também já tivesse me ocorrido, não falei  nada.



–  Não consigo imaginar como seria – continuou Annie. – Imagine não reconhecer Anna, Joseph ou Leslie? Perguntar o nome deles quando viessem me visitar, como mamãe fazia comigo? Fico de coração partido só de pensar.



À luz difusa que vinha das casas,  fiquei  olhando  para  ela  sem dizer nada.


–  Fico pensando se mamãe sabia como a doença iria evoluir –  refletiu ela. – Quer dizer, ela disse que sabia, mas fico  imaginando  se  sabia mesmo, bem lá no fundo, que não iria reconhecer os  próprios  filhos.  Ou papai.


–  Acho que ela sabia – retruquei. – Foi por isso que  eles  foram  morar em Creekside.


Pensei ter visto Annie fechar os olhos  por um instante. Quando ela   tornou a falar, foi com uma voz cheia de  frustração.


–  Odeio o fato de papai não ter aceitado vir morar conosco depois que mamãe morreu. Temos tanto espaço...


Não falei nada. Embora eu pudesse ter explicado por que Noah   continuou a morar em Creekside, Annie não queria ouvir. Conhecia a razão tão bem quanto eu, mas, ao contrário de mim, não a aceitava, e eu sabia que tentar defender Noah só iria provocar uma  briga.


–  Eu odeio aquele cisne – completou ela.


Existe uma história relacionada com o cisne, mas continuei em silêncio. Demos a volta em um quarteirão, depois em outro. Alguns de nossos vizinhos játinham apagado as luzes. Mesmo assim seguimos  em frente, sem pressa, mas também sem andar devagar demais.


Algum tempo depois, vi nossa casae ,sabendo que  nosso passeio estava chegando ao fim,   pareie ergui os  olhos  para as estrelas.


–  O que foi? – indagou ela, olhando para o mesmo lugar que eu.


–  Annie, você é feliz? Ela me encarou.


–  Por que está me perguntando isso?


–  Curiosidade, só isso.


Enquanto esperava a resposta, imaginei se ela adivinharia o motivo por trás da minha pergunta. O que eu queria saber não era se Annie era feliz de modo geral, mas sim comigo especificamente.


Ela passou um longo tempo sem tirar os olhos de mim,  como  se estivesse tentando ler meus pensamentos.


–  Bom, tem uma coisa que você pode fazer para me deixar feliz...


–  O que é?


–  É importante.


Aguardei enquanto Annie inspirava profundamente.



–  Arrumar um bufê – confessou ela. Ao ouvir isso, tive de rir.



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Autor(a): eduardah

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 27



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  • franmarmentini♥ Postado em 22/10/2015 - 14:55:40

    Ameiiiiiiiiiiii ameiiiiiiiiiiii ameiiiiiiiiiiii essa fic* todos deveriam ler...é uma lição pra muitos!!! Vale a pena....isso q é amor! Entre duas pessoas q se amam com a alma ;) bjusss

  • franmarmentini♥ Postado em 22/10/2015 - 13:43:02

    Eu ainda estou chorando....

  • franmarmentini♥ Postado em 22/10/2015 - 13:33:45

    Morri com essa carta ....to chorando rios...

  • franmarmentini♥ Postado em 22/10/2015 - 13:23:36

    To chorando rios akiiii

  • franmarmentini♥ Postado em 22/10/2015 - 12:08:39

    Meu deus...a any acha q ele ta tendo um caso ;(

  • franmarmentini♥ Postado em 22/10/2015 - 11:22:20

    Eitaaaaaa q acabou a fic ;( vou ler o resto...

  • hadassa04 Postado em 05/10/2015 - 08:24:16

    Bom dia flor, vou iniciar a leitura da sua fic agora e de acordo com a leitura deixo meus comentários.

  • franmarmentini♥ Postado em 10/09/2015 - 17:09:21

    OLÁAAAAAAAAAAAAAA AMORE ESTOU POSTANDO UMA FIC* TE ESPERO LÁ BJUS http://fanfics.com.br/fanfic/49177/em-nome-do-amor-anahi-e-alfonso

  • franmarmentini♥ Postado em 08/09/2015 - 16:25:46

    to doida pra eles estarem 100% bem e felizes...

  • franmarmentini♥ Postado em 08/09/2015 - 16:01:56

    ai que beijo lindoooooooo


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