Fanfic: O Casamento AyA (Adaptada) | Tema: Anahi e Alfonso
Eu precisava cortejar minha mulher outra vez.
Parece simples, não é? O que poderia ser mais fácil do que isso? Afinal de contas, situações como a nossa tinham certas vantagens. Para começar, Annie e eu moramos na mesma casa e, depois de quase 30 anos juntos, não precisamos começar do zero. Podemos pular as histórias de família, as piadinhas da infância, a conversa sobre o que cada um faz da vida ou sobre nossos objetivos serem ou não compatíveis. Além do mais, as surpresas que as pessoas costumam manter escondidas nos primeiros estágios de um relacionamento já foram reveladas. Por exemplo, minha mulher já sabe que eu ronco, então não há por que esconder dela algo desse tipo. Quanto a mim, já a vi de cama, gripada, e para mim não faz diferença o estado do cabelo dela ao acordar.
Considerando essas realidades práticas, achei que reconquistar o amor de Annie seria relativamente fácil. Bastaria que eu tentasse recriar o que tínhamos em nossos primeiros anos juntos – como Noah fizera com Allie ao ler para ela. No entanto, quando pensei um pouco mais, aos poucos percebi que eu nunca havia entendido de fato o que ela vira em mim, para começo de conversa. Embora me considere um sujeito responsável, esse não era o tipo de qualidade que as mulheres valorizavam na época. Afinal de contas, eu era um filho da explosão populacional ocorrida após a Segunda Guerra Mundial, um membro da geração da descontração e do individualismo.
Foi em 1971 que vi Annie pela primeira vez. Eu tinha 24 anos, já havia feito uma faculdade e estava cursando o segundo ano de direito na Universidade de Duke. A maioria das pessoas me consideraria um aluno sério, mesmo na graduação. Nunca dividi o quarto com a mesma pessoa por mais de um semestre, porque muitas vezes passava quase a noite inteira com a luz acesa, estudando. Grande parte dos meus ex-colegas de quarto parecia considerar a universidade um mundo de fins de semana com aulas sem graça no meio, enquanto eu encarava os estudos como uma preparação para o futuro.
Embora eu reconheça que era um rapaz sério, Annie foi a primeira a me chamar de tímido. Nós nos conhecemos em um café no centro, em um sábado de manhã. Era início de novembro e, por causa das minhas obrigações no periódico Law Review, as aulas estavam me parecendo especialmente difíceis. Com medo de ficar para trás nos estudos, eu tinha pegado o carro e ido até o café na esperança de encontrar um lugar onde pudesse estudar sem ser reconhecido ou interrompido.
Foi Annie quem veio até a mesa anotar meu pedido e até hoje me lembro perfeitamente desse instante. Ela estava com os cabelos escuros presos em um rabo de cavalo e seus olhos cor de chocolate eram realçados pelo leve tom moreno de sua pele. Usava um avental azul-escuro sobre um vestido azul-celeste, e fiquei admirado com seu sorriso fácil, como se ela estivesse contente por eu ter decidido ocupar uma de suas mesas no café. Quando ela perguntou o que eu iria querer, ouvi o sotaque sulista característico da região leste da Carolina do Norte.
Eu não sabia que acabaríamos jantando juntos, mas me lembro de voltar ao café no dia seguinte e pedir a mesma mesa. Ela sorriu quando me sentei, e não posso negar que fiquei feliz ao ver que ela parecia se lembrar de mim. Essas visitas de fim de semana duraram mais ou menos um mês e durante todo esse tempo nós nunca puxamos papo nem perguntamos o nome um do outro, mas eu logo percebi que minha mente se distraía toda vez que ela se aproximava para me servir mais café. Por um motivo que não sei explicar muito bem, ela sempre parecia estar cheirando a canela.
Para ser sincero, quando era jovem eu não me sentia totalmente à vontade com as mulheres. No ensino médio, não era atleta nem fazia parte do grêmio, os dois grupos mais populares. No entanto, gostava bastante de xadrez e fundei um clube que acabou chegando a 11 integrantes. Infelizmente, nenhum deles era do sexo feminino. Apesar da minha falta de experiência, eu conseguira sair com umas seis meninas durante a graduação e havia gostado de estar com elas. Contudo, como tinha tomado a decisão de não namorar antes de estar financeiramente pronto para isso, não cheguei a conhecer bem nenhuma dessas moças e logo as esqueci.
Depois de sair do café, volta e meia eu me pegava pensando na garçonete do rabo de cavalo, muitas vezes quando menos esperava. Em mais de uma ocasião, comecei a pensar nela durante a aula e a imaginei andando pela sala com seu avental azul, distribuindo cardápios. Esses devaneios me constrangiam, mas mesmo assim eu não conseguia evitá-los. Não sei em que teria dado isso tudo caso Annie não houvesse enfim tomado a iniciativa. Eu tinha passado quase a manhã inteira estudando entre as nuvens de fumaça de cigarro que emanavam das outras mesas do café quando começou a chover forte. Uma chuva fria, com vento, um temporal que vinha das montanhas. Eu, naturalmente, tinha previsto essa eventualidade e levado um guarda-chuva.
Quando Annie se aproximou da mesa, ergui os olhos imaginando que fosse me servir mais café, mas então percebi que ela trazia o avental debaixo do braço. Soltou a fita do rabo de cavalo e deixou que os cabelos cascateassem pelos ombros.
– Você poderia me acompanhar até meu carro? – pediu. – Vi que está de guarda-chuva e eu não queria me molhar.
Foi impossível recusar seu pedido, então guardei minhas coisas, segurei a porta para ela passar e, juntos, fomos pulando poças fundas como baldes. Os ombros dela roçavam nos meus e, enquanto chapinhávamos pela rua sob a chuva torrencial, ela precisou gritar para se apresentar e dizer que estudava em Meredith, uma universidade para moças. Estava cursando Letras, falou, e queria ser professora depois de se formar. Já eu não falei muita coisa, concentrado em protegê-la da chuva. Quando chegamos ao carro, imaginei que ela fosse entrar imediatamente, mas em vez disso se virou de frente para mim.
– Você é meio tímido, não é? – indagou.
Eu não soube muito bem como responder e acho que ela viu isso na minha cara, pois quase na mesma hora deu uma risada.
– Não tem problema, Alfonso. Eu por acaso gosto dos tímidos.
O fato de ela ter tomado a iniciativa de descobrir meu nome deveria ter me deixado surpreso, mas não deixou. Pelo contrário: enquanto ela continuava ali em pé, na chuva, com o rímel escorrendo pelo rosto, tudo em que consegui pensar foi que nunca na vida tinha visto uma mulher tão linda.
Autor(a): eduardah
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 27
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franmarmentini♥ Postado em 22/10/2015 - 14:55:40
Ameiiiiiiiiiiii ameiiiiiiiiiiii ameiiiiiiiiiiii essa fic* todos deveriam ler...é uma lição pra muitos!!! Vale a pena....isso q é amor! Entre duas pessoas q se amam com a alma ;) bjusss
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franmarmentini♥ Postado em 22/10/2015 - 13:43:02
Eu ainda estou chorando....
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franmarmentini♥ Postado em 22/10/2015 - 13:33:45
Morri com essa carta ....to chorando rios...
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franmarmentini♥ Postado em 22/10/2015 - 13:23:36
To chorando rios akiiii
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franmarmentini♥ Postado em 22/10/2015 - 12:08:39
Meu deus...a any acha q ele ta tendo um caso ;(
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franmarmentini♥ Postado em 22/10/2015 - 11:22:20
Eitaaaaaa q acabou a fic ;( vou ler o resto...
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hadassa04 Postado em 05/10/2015 - 08:24:16
Bom dia flor, vou iniciar a leitura da sua fic agora e de acordo com a leitura deixo meus comentários.
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franmarmentini♥ Postado em 10/09/2015 - 17:09:21
OLÁAAAAAAAAAAAAAA AMORE ESTOU POSTANDO UMA FIC* TE ESPERO LÁ BJUS http://fanfics.com.br/fanfic/49177/em-nome-do-amor-anahi-e-alfonso
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franmarmentini♥ Postado em 08/09/2015 - 16:25:46
to doida pra eles estarem 100% bem e felizes...
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franmarmentini♥ Postado em 08/09/2015 - 16:01:56
ai que beijo lindoooooooo