Fanfic: A Aposta - Adaptada | Tema: Vondy

Sessenta e nove: Acesso remoto – Parte II

Poncho digita com os dez dedos de forma frenética. O corpo do cara parece ter sido invadido por uma força demoníaca. Os olhos negros do pirata estão cravados na tela e

Annie e Ucker tentam acompanhar o raciocínio dele.

Ucker não manja bulhufas de computador. Já Anahi entende praticamente tudo o que Poncho está fazendo.

— É um programa para quebrar senhas. – ela explica para Ucker. – O problema é que demora um pouquinho.

— E então conseguiremos acessar os arquivos do Bola? – Ucker conjectura, num tom derrotista.

— Torça para que ele não tenha uma segunda senha.

Vinte e oito minutos e dois segundos depois, Poncho dá o grito da vitória. Ele está dentro do computador de Bola.

— O computador está liberado por aqui. – Rei anuncia.

— Certo, estamos procurando arquivos de áudio. – Poncho narra enquanto digita. – Vamos lá, se mostrem para o papai aqui.

— Devo fazer alguma coisa? – Rei pergunta.

— Não, man. Apenas vigie. – Poncho vai abrindo pastas e mais pastas de arquivos.

— E se não encontrarmos nada? – Ucker despenca na cama, abatido. – E se não tiver sido o Bola?

— Quem poderia ter sido? Não conheço mais ninguém além do Poncho que conseguiria entrar no sistema do colégio. –

Annie se senta ao lado de Ucker. – Foi ele, tenho certeza.

— Galera, isso está demorando demais. – Rei começa a ficar tenso. – Por acaso o Bola vai saber que invadimos o sistema dele?

— Está falando com o maior pirata de todos os tempos, meu camarada. Acha mesmo que eu deixaria pistas? – Poncho solta uma risada incrédula. – Estou apagando minhas pegadas conforme passo, man.

— E se nem assim a Dul quiser me ouvir?

— Nem pense nisso! – Anahi tem vontade de dar uns tapas em Ucker.

— Aqui! Achei! – Poncho comemora, lançando uma risada maquiavélica a seguir.

— Abra logo! – Annie chacoalha os ombros dele.

— Deixe eu copiar primeiro. – na pasta com o nome “vingança_bel”, Poncho descobre vários arquivos de áudio.

— Droga, galera, eles chegaram! – Rei entra em pânico. – O que eu faço, brow?

— Calma, Rei. Estou terminando de copiar.

– Poncho dá um tapa no monitor. – Anda logo com isso!

Annie rói as unhas. Ucker arranha o violão.

Poncho se ajoelha na cadeira. Rei, do outro lado da linha, morde o fio do mouse.

— Pronto! – Poncho volta a digitar, apagando o seu acesso do sistema de Bola. – Desligue o computador, Rei.

— Ok, feito. – quando Rei diz isso, Bola entra no quarto. Annie, Poncho e Ucker mergulham num silêncio sepulcral.

— O que está fazendo no meu quarto? – o tom de Bola é amargurado.

— Meu computador pifou e vim tentar usar o seu. Mas essa merda tem senha, não é? – Rei se levanta, pegando o celular.

– Como foi no psicólogo?

— Por que isso interessa? Você não me suporta.

— Não pode deixar aquela Beka arrasar com você desse jeito. – Rei tenta motivar o irmão.

— Não fale assim dela! – Bola brada.

— Tudo bem. Não está mais aqui quem falou.

~~***~~

Ucker e Rei conversam pelo celular, agora de maneira privada. Poncho está abrindo os arquivos, um a um, com Annie no seu cangote.

— Você é o melhor, ponchinho. – a garota lhe dá um beijo no canto da boca.

— Obrigado, bebê. Eu sou foda!

— E então? – Ucker finalmente desliga com Rei. – Tudo aí, Cabeça?

— Tudo aqui. São vários arquivos de áudio, provavelmente de conversas que a Beka gravou. Prontos para ouvir? – Poncho sustenta o indicador sobre a tecla, aguardando.

— Pode reproduzir. – Ucker autoriza.