Fanfic: A Aposta - Adaptada | Tema: Vondy

Dul assume uma postura endurecida, mas a verdade é que está se sentindo vulnerável.

Ucker a prende com os olhos e ela precisa fazer uma tremenda força para se soltar.

Anahí se aproxima, enganchando-se no braço da amiga, puxando-a para longe de Ucker: — Venha, vamos sair daqui.

— Foi uma aposta, Dul, mas você tinha escolha. – desolado, ele afirma acima do barulho da chuva.

— É, eu sei, sou uma idiota. – Dul fala por sobre os ombros, dirigindo-se para a saída da quadra.

O garoto pega a raquete do chão e encara o equipamento fixamente. O olhar matador do cara já diz tudo e Poncho recua alguns passos, não quer correr o risco de tomar uma raquetada nas ideias.

— Ucker?

— Ela vai me odiar para o resto da vida. – ele divaga num balbucio.

— É claro que não. Foi uma aposta, cara. E você deu alternativas, ela beijou porque quis.

— Não é bem assim, eu peguei pesado. – Ucker passa a raquete de uma mão para a outra.

— Na boa, essa aposta não foi nada do outro mundo. Amanhã isso já estará esquecido, confie em mim. – Poncho tenta confortar.

— Tudo isso é culpa dessa maldita Bekka dos infernos. – trincando os dentes e reunindo a pouca força que lhe resta, Ucker lança a raquete longe. O objeto gira no ar e a ponteira finca como uma estaca no alambrado verde.

— Pu*ta merda! Que tiro certeiro, meu irmão!

— Não serei mais chantageado, Cabeção.

Essa história termina hoje mesmo!

Vinte e oito: O contra-ataque

Dul está de banho tomado, com o corpo todo moído. Anahí traz um Dorflex e um copo d’água. Dul joga o comprimido no fundo da garganta e sorve todo o conteúdo do copo.

Seus olhos estão inchados de tanto chorar, a humilhação foi demais para ela. Resolveu não descer para o jantar e não há Cristo que a faça mudar de ideia. A única coisa que quer é se enfiar debaixo dos lençóis e hibernar, para só acordar no dia de ir embora.

Com exceção das Bekkazz, todas as garotas do Prisma estão atulhadas no quarto de Dul, consolando-a, dizendo palavras de incentivo.

Nada parece adiantar, a garota está irredutível: ela desistirá da Grande Aposta.

— Ah, Dul, não faça isso. – Camila ajeita uma mecha loira atrás da orelha.

— Concordo, você não pode desistir agora. – Mai toma uma posição. – Eu disse que você não deveria ter feito essa aposta, mas agora que fez, não pode simplesmente sair fora. Não pode deixar o Ucker vencer.

— Você ainda não contou como foi o beijo. – Annie para de lixar as unhas e encara Dul.

— Anahí! – Camila bufa.

— Quê? – Annie dá de ombros e interpela Dul: – O beijo tirou você do eixo, não foi?

A garota morde o lábio, pensativa. Só de se lembrar da boca dele contra a sua, das mãos em seus cabelos, da conexão que surgiu entre os dois… Dul perde o chão, o eixo como Annie disse.

— Dul? – Annie aguarda.

— Foi incrível. – Dul revela para espanto das meninas.

— Eu sabia! – Maite bate a mão espalmada na própria perna, furiosa. – Ai, meu Deus, você está se apaixonando pelo

Ucker. Isso se já não estiver apaixonada.

— Eu não estou! – Dul dá um salto na cama. – Quer dizer, eu não sei, não faço ideia do que está acontecendo comigo.

— O que isso quer dizer? Que o Ucker venceu a aposta? – Camila pergunta, tensa. – Ele não pode vencer. Esses caras já passaram dos limites e essas apostas me dão nos nervos.

— Sei de algo que poderia reverter o jogo a seu favor. – Mai toma a palavra.

— Você não está entendendo, Mai, eu não quero mais jogar. Vou desistir dessa aposta, preciso acabar com isso antes que… antes que eu…

— Antes que você se apaixone? – Mai termina a frase. – Ok, Dul, me parece tarde demais.

Tarde demais. Mai terá razão? Será que o beijo de Ucker despertou o congelado coração de Dul? Não, não pode ser. Ela saberia, não é? Bem, a única coisa que sabe é que Ucker mexe com ela de uma maneira que nem Bruno conseguiu.

— Qual é o seu plano, Mai? – Annie pergunta e o quarto mergulha num silêncio cheio de expectativa.

— A Dul vai reverter o jogo dando em cima do Ucker. Ela precisa deixar o cara tão doido, que é ele quem vai se apaixonar. – Mai expõe seu plano, com uma expressão diabólica no rosto.

— Como é? – Dul engasga. – Você ficou louca?

— Ei, não é má ideia. – um sorriso se desenha no rosto de Anahí. – Na verdade, essa é uma ideia genial! Mai, mandou muito bem!

— Isso não pode ser sério. Vocês estão mesmo cogitando essa possibilidade? – Dul entreabre os lábios, incerta.

— Ao invés de ficar trancada no quarto o restante da viagem, você vai virar esse jogo e nós vamos ajudar. – Mai é a segurança em pessoa.

— Dul, o plano é perfeito! Por favor, considere a possibilidade. Faça isso por todas as garotas que já foram apostas no Prisma. – Camila une as mãos, suplicante.

— Você não pode deixar o Ucker levar a melhor. – Mai ruge.

— Até você, Maie? – Dul choraminga, sentindo-se acuada.

— Não pode desistir da aposta, não a essa altura do campeonato. Essa é a minha opinião. – Annie se senta na beirada da cama, mirando DUL.

— É a opinião de todas nós. – Camila dá voz ao que todas estão pensando.

— E se as coisas só piorarem? Eu fui humilhada naquela quadra hoje. – Dul rebate, um tanto cansada de discutir.

— Por isso mesmo você precisa virar esse jogo. – Mai assume a voz de comando e continua: – Chritopher Uckermann ficará de quatro por você, escute o que estou dizendo.