Fanfic: A Aposta - Adaptada | Tema: Vondy

Quarenta e seis: Bola na mira

Na sala de jogos, os garotos começam a lançar especulações sobre a aposta Bola versus Belinda.

Poncho e Ucker estão em um canto, se entreolhando a todo momento.

Ninguém além deles sabe sobre a chantagem da Bekka e a vingança para cima de Dul. Poncho é a favor de abrirem o jogo, mas Ucker prefere deixar o restante da turma de fora. Envolvê-los pode piorar ainda mais a situação que já é tensa o bastante.

— Vamos pegar o Bola sozinho e prensá-lo contra a parede. – Poncho sussurra.

— Ele não vai falar. – Ucker soca o tampo de  uma mesa, enfurecido.

— Conte para a Dul, Ucker, ela precisa saber.

— Eu não faço ideia do que a Beka esteja armando. Antes de pegar o Bola de jeito, não vou contar nada, não me aproximarei dela. Protegê-la é minha única prioridade no momento.

 O luau chega ao fim. Os garotos não voltaram para a praia e as garotas estão chupando o dedo, sozinhas em volta da  fogueira. Na verdade não chupam o dedo, estão é devorando os espetos de marshmallow e queijo coalho, derretidos no calor do fogo.

Dul está pu/ta da vida. Não sabe o que pensar e muito menos o que dizer para Anahi e Mai.

Annie também não está entendendo nada.

Poncho a deixou naquela pista de dança, sem ao menos se explicar. E Hulk fez o mesmo com Mai. O que esses garotos estão armando? E por que parece ter tudo a ver com Bola e Belinda?

Aliás, esses dois já sumiram das vistas.

Belinda voltou para o quarto e Bola idem. No momento, os professores fazem a contagem dos alunos, para se certificarem de que todos estão no hotel.

As garotas vão se levantando, se despedindo, tristes pela viagem estar chegando ao fim. Dul não sabe se conseguirá pregar o olho. Uma voz interna afirma, categoricamente, que algo de muito ruim está para acontecer. Essa voz é vidente, só para constar.

As três amigas se levantam, sacodindo a areia. Caminham, pesadamente, até a ala das garotas. Nem sinal de Ucker, Poncho ou os outros garotos. Dul sente o peito se fechando, o coração ficando pequenino.

Novamente o vazio, a sensação de perda.

Mas que droga! Pelo jeito, não obterá qualquer resposta hoje. Mas, amanhã, o Ucker não lhe escapa.

Ucker e Poncho convenceram os garotos a ficarem do lado de fora do quarto, caso os professores apareçam. Entram, sorrateiramente, caminhando pela escuridão.

Se Bola não está dormindo, finge muito bem.

E não é que esse é o caso?

Com uma chave de pescoço, Ucker paralisa Bola. O garoto tenta gritar, mas não consegue. Poncho acende o abajur e o interrogatório começa, à meia luz.

— Certo. Começaremos com essa aposta Bola versus Belinda. – Ucker inicia, de forma casual, como se estivesse numa roda de amigos. – Como você conseguiu?

— Sem ar, sem ar. – a voz de Bola é apenas um sopro.

— Vou afrouxar a pegada. Se você gritar ou tentar qualquer gracinha, eu arrebento essa sua cara, estamos entendidos? – Ucker faz cara de mal. E a cara de mal dele é tão linda!

Bola meneia a cabeça, em concordância. Ucker afrouxa a chave de pescoço, o suficiente para que o cara possa responder as perguntas.

— Ucker, não tem nada a ver com vocês, caras. Eu chantageei a Belinda, só isso. – Bola choraminga.

— Você está trabalhando para as Bekazz, não está? – Poncho inclina o corpo, sondando os olhos de Bola.

— Eu só segui o Ucker e a Dul no dia da Caça ao Tesouro. A Bel me pediu e eu ganhei um beijo em troca. Que mal há nisso?

— Com o que você chantageou a Belinda? – Ucker se altera. – Fala!

— Eu disse a ela que contaria sobre aquele dia na mata. Disse que falaria para você e para a Dul também. Foi isso, caras, vocês precisam acreditar em mim.

— A Belinda não beijaria você na frente de todos só por isso. Tem algo grande aqui e você está me escondendo os fatos, Bolota. – Ucker aperta novamente a chave e Bola dá um pulo na cama, asfixiando.

— Meu camarada, se eu fosse você, abriria o bico. Eu não tenho forças para segurar o Ucker aqui, sacou? – Poncho dá dois tapas no ombro de Ucker e em seguida, levanta a manga da camisa do amigo. O bíceps e o tríceps dele são um espetáculo másculo. – Imagine tomar um soco desse cara? Você demoraria um ano para reencontrar o caminho de casa, acredite-me.

— Caras, eu juro que foi isso. Pelo amor de

Deus, Ucker, eu tô falando sério!

Toc, toc, toc.

Ops, professores a caminho. Um toque: tudo ok. Dois toques: monitores. Três toques: professores.

— Ucker, temos que ir. – Poncho tenta mover o braço do cara, mas não consegue. – Porra, man, quer se ferrar? Vamos sair daqui.

— Caras, eu tô falando a verdade, podem confiar. – Bola está com as bochechas vermelhas, respirando com dificuldades.

— Vamos, Ucker! – Poncho se levanta, encaminhando-se para a porta.

— Meu irmão, vou descobrir o que está havendo. E quando isso acontecer, é melhor você correr. – Ucker dá o ultimato e segue Poncho para fora do quarto.

Quando a porta se fecha atrás de Ucker, Bola se senta na cama, ajeitando o colarinho do pijama. Respira fundo, colérico. Num sussurro, ele diz para si mesmo:

— Você vai cair, Ucker. E quando acontecer, sou eu quem darei o golpe de misericórdia.__