Fanfic: A Aposta - Adaptada | Tema: Vondy

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Pronto. É o que basta para a sala de jogos explodir em mil pedaços. Mais gritos, mais acusações, muita choradeira…

Anahi desaba em lágrimas nos braços de Mai. Hulk consola Poncho que acaba de socar a parede com toda a força. Camila bate em Pollito toda a vez que ele tenta se aproximar. Fuzz cai prostrada no chão, levando as mãos à cabeça. Edgard olha para o nada enquanto os amigos tentam confortá-lo.

Dul está com o rosto escondido no peito de Ucker. O que virá agora? Qual a próxima bomba que Belinda jogará na turma? Como ela pode ser cruel a esse ponto?

Ucker afaga os cabelos de Dul, beijando sua testa. O corpo dela ondula de frio e o garoto a enlaça de forma vigorosa, buscando mantê-la aquecida. Apesar do lugar estar ruindo, é como se esses dois estivessem em uma outra dimensão, em segurança.

— Parem! – Margareth sobe em uma cadeira para se fazer ver e ouvir. – Não  chegaremos a lugar algum assim!

— Belinda, conte logo por que você e o Fabiano drogaram a Dul e que tipo de substância utilizaram. – o professor pega a garota pelo braço, irritado. – Agora!

— Certo, eu já iria chegar lá. – a Beka Mor sustenta um sorriso perigoso nos lábios. O momento máximo da vingança acaba de

chegar.

— Quietos! – Margareth desfere o grito, como um golpe. Finalmente o silêncio é retomado, em meio aos soluços de três garotas: Annie, Camila e Fuzz.

— Eu chantageei o Ucker para que ele aceitasse a aposta da Dul. – Belinda faz uma pausa, aguardando a reação da principal interessada. E a reação vem. Dul levanta o rosto do peito de Ucker e seus olhos trêmulos encaram os triunfantes da Beka. – Eu o chantageei com um vídeo detalhado, em vários ângulos, mostrando a verdade sobre o acidente com a moto. Vocês se lembram do acidente, não é? Pois bem, o Ucker mentiu para o pai dele, dizendo que um caminhão havia passado por cima da motinho novinha. Não devemos mentir, não é Ucker? Acho que aprendeu a lição.

— Continue, Belinda! – Margareth cruza os braços à frente do corpanzil. – E se atenha apenas ao que lhe for perguntado.

— Bom, o fato foi que o Ucker aceitou a aposta de Dul mediante a minha chantagem.

— O que você pretendia com isso? – o professor pergunta, intrigado.

— Vingança! – ela ruge, entredentes. – Todos vocês se lembram do que essa vagaba aprontou comigo, não se lembram? Eu só  queria me vingar.

— O lance dos cartazes. – o professor se lembra. – E nessa vingança você fez uso de substâncias ilícitas? Você drogou a Dul?

— Não fui eu. Foi o Bola ali. – Belinda sorri ao apontar o culpado.

— Como é? – Bola dá um pulo da cadeira. – Ei, eu não fiz isso sozinho!

Ai, meu Deus. O caos retoma a sala de jogos. Enquanto as acusações inflamam ainda mais o ambiente, Dul e Ucker se entreolham.

— Por que não me disse? – ela o encara tristemente.

— Eu iria contar, lá no Centro de Arborismo. Mas então, deu tudo errado. – ele se defende.

— Se o seu pai assistir a esse vídeo, o que acontecerá? – Dul pergunta e os dois conversam baixinho, como se o mundo não estivesse acabando ao redor.

— Ele não vai pagar a minha faculdade de música. Serei obrigado a trabalhar com ele e desistir da carreira. – Ucker morde o lábio, fazendo força para não chorar.

— Então foi encenação. Tudo o que aconteceu aqui foi porque você estava sendo chantageado. – Dul afirma em voz alta, para si mesma.

— Eu realmente estou apaixonado por você, Dul.

— Desde quando? – ela engole o choro.

— Eu não sei dizer. Talvez tenha acontecido no jogo de tênis ou depois disso.

Eu realmente não sei.

O silêncio recai após a tempestade de acusações. Belinda então retoma a palavra:

— O Bola, achando que iria me ajudar com a vingança, dopou a Dul com uma substância chamada Droga da Coragem. Ele só me contou que fez isso depois que ela havia ingerido o  negócio, diluído no suco de maracujá.

— Mentira! – Bola e Fuzz gritam em uníssono.

— Isso é mentira. A Belinda ficou com o Bola ontem no luau para que ele dopasse a Dul hoje! – Fuzz abre a verdade.

— Fuzz, o que a Belinda queria com tudo isso? – o professor pergunta, quando a turma finalmente faz silêncio.

— Ela passou a viagem inteira fotografando e filmando a Dul e o Ucker. Eu ainda não sei onde ela usará as imagens, mas ela tem fotos realmente boas para destruir a reputação da Dul. – Fuzz faz uma pequena pausa para respirar. – E não é só isso: Ela quer acabar com o Ucker também.

— Isso é caso de polícia. – o professor sussurra no ouvido de Margareth que meneia a cabeça em confirmação. – O diretor vai enlouquecer.

— Nem me lembre disso. – Margareth sacode a cabeça e quando dá por si, uma nova confusão está armada.

Poncho parte para cima de Bola. Fuzz se agarra aos cabelos da Beka Mor. Camila morde Nando, arrancando-lhe sangue. Annie está chorando, compulsivamente.

Dul olha para o nada. Ucker olha para ela.

A garota está imóvel, inconsolável. A tristeza deságua sobre ela como um tsunami.

Dul sente o brilho próprio se apagando, como uma estrela prestes a desaparecer.

Fazendo um tremendo esforço para se erguer, ela se desvencilha dos braços de Ucker.

— Onde vai? – os lábios do garoto tremem.

— Me deixe em paz. – ela lança um olhar áspero em sua direção.

— Dul...

— Já disse, me deixe em paz.

Dul busca o apoio de Mai que precisa se dividir em duas, amparando as melhores amigas. Belinda percebe que Dul está prestes a sair de cena e não perde tempo:

— Vai fugir, sua vagaba? Quem é a biscate agora, hein? Aquela droga só mostra quem você realmente é! – Belinda brada, empurrando Fuzz sobre uma mesa. – Ah, e só para você saber, fui eu que mandei o Ucker levar você para o Centro de Arborismo!

Euzinha aqui! E ele cumpriu as minhas ordens! – a Beka está vermelha de tanto gritar.

— É mentira! – Ucker se desespera. – Dul, isso é mentira! – o garoto tenta conversar, mas Mai não permite.

— Vem, vamos sair logo daqui. – Mai enlaça as amigas pelos braços e as três deixam a sala de jogos para trás.