Fanfic: A Aposta - Adaptada | Tema: Vondy

Sessenta: A mala da vingança – Parte I

Dul optou por não ir mais ao colégio. Não há sentido em se expor somente para mostrar que é forte e inquebrável. Isso está longe da verdade, afinal, sente-se fraca e quebrada em todos os sentidos.

Annie e Mai acabaram de chegar, trazendo novidades do Prisma. Fuzz e Edgard se tornaram amigos e a garota agora faz parte da turma das meninas do último ano.

Karla anda sozinha, de cabeça baixa, sem qualquer amigo para conversar. Com a expulsão de Belinda e o afastamento de

Fuzz, a garota vive pelos cantos, com um tremendo ar de tristeza.

Já Camila e Pollito vivem quebrando o pau.

Todos os dias ele deixa uma rosa na carteira dela, na tentativa de ganhar o perdão da garota. Hoje, na maior TPM, Camila deu várias “rosadas” na cabeça de Pollis. Annie  e Mai contam a cena rolando de rir. Dul imagina a situação e por um momento sente-se excluída por não ter estado ali num momento tão hilário.

Poncho e Anahi estão perdidamente apaixonados. Ela mostra toda orgulhosa, um livro que ganhou do cara hoje cedo.

— Podemos falar do Ucker ou você não quer ouvir? – Mai se senta na poltrona de fuxicos, colocando o violão sobre o colo.

— Não quero ouvir. – Dul termina de separar as roupas para a viagem.

— O Poncho continua a dizer que o Ucker é inocente e logo terão as provas disso. – Anahi fala rápido para que Dul não tenha tempo de mandá-la calar a boca.

— Annie, não quero ouvir. – a amiga a encara, fechando a expressão.

— Desculpe.

— Bem, vamos ao shopping? – Dul força um sorriso. – Preciso de uma mala gigantesca para enfiar isso tudo. – ela aponta as várias pilhas de roupas e sapatos.

— Adoro ir às compras! – Annie bate palminhas. – Eu vi um chinelinho tão lindo naquela loja de esquina, sabem?

— Outro chinelo? – Mai se sobressalta. – Cara, você tem altos problemas mesmo.

— Vamos antes que o Doc desista de me emprestar o carro. – Dul pega a bolsa sobre a cama. – Aliás, desde que vocês começaram a namorar, ele anda tão bonzinho. – a garota cutuca a barriga de Mai.

— É o amor. – Annie suspira alto, levando as mãos ao coração.

~~***~~

O shopping está abarrotado devido as festividades de fim de ano. O natal se aproxima a passos largos e as pessoas são tomadas por um ímpeto desenfreado em gastar, gastar, gastar.

Annie está toda feliz com seus quatro pares de chinelos dentro da sacola. Dul e Mai reviram os olhos quando a amiga para em frente a outra vitrine, apontando desesperadamente para um chinelo dourado com fitas de cetim.

— Eu preciso desse! – Annie cola o rosto no vidro da loja.

— Chega de chinelos! – Dul ruge.

— Só mais esse, eu juro! – Annie choraminga.

— Ai, tá bom! – Mai dá de ombros e elas entram na loja.

Com cinco pares de chinelos, agora Annie se dá por satisfeita. As três caminham pela multidão de pessoas e sacolas, a caminho da loja de departamentos. Dul precisará de uma mala tamanho extra mega super grande.

As garotas procuram pela mala e encontram duas bem bacanas. Dul não consegue se decidir e entra numa discussão com Anahi, averiguando os prós e contras das duas malas. Por fim, Dul decide-se pela roxa.

— Se abaixem! – Mai sussurra, puxando as amigas para o chão.

— O que foi? – Dul sussurra de volta, com um tremendo frio na barriga, temendo que Mai tenha visto Ucker na loja. O que poderia ser pior do que o Ucker?

— A Beka Mor está aqui. – Mai fita as amigas, em choque.

— Como é? – Anahi arqueia as sobrancelhas, surpresa.

— Só pode ser brincadeira. – Dul bufa, inconformada.

— Realmente era só o que faltava. – o rabo de cavalo de Annie balança, irritado. A garota sente uma pontada de fúria queimando o estômago.

Annie coloca a mente para funcionar. Seu olhar se congela e as amigas reconhecem essa expressão: a garota está maquinando uma vingança, a todo vapor.

— Nem pense nisso. – Dul se apressa em dizer. – Sei o que está pensando e não vou permitir.

— Não pode me impedir – Anahi liberta um sorriso desafiador, soltando as sacolas no chão. – Hoje a Beka não me escapa.

— O que pensa em fazer? – Mai arregala os olhos, sentindo um medo repentino. Quando Annie se propõe a algo, ninguém a segura.

— Me vingarei por nos duas. – Annie estala o pescoço lateralmente, como se estivesse prestes a entrar em um ringue de luta livre.

– Fiquem aqui.

— Não! – Dul tenta impedir, puxando a barra da saia de Annie. A amiga se desvencilha facilmente, resoluta.

Annie se detém em frente a uma gôndola de esmaltes, vasculhando apressadamente os produtos. Sorri quando verifica os preços e os alarmes anti furto dos esmaltes franceses.

— Que droga, temos que fazer alguma coisa! – Maite murmura, sacodindo Dul pelos ombros.

De onde estão, ambas acompanham quando Annie se aproxima de Belinda, sorrateira.

Sustenta duas caixinhas de esmaltes às costas e Dul já entendeu o que ela pretende com isso.

Essa será uma manobra arriscada, mas Annie não é besta. Checa as câmaras de segurança e sorri quando nota que Belinda está em um ponto aparentemente cego.

A Beka Mor está de cócoras, analisando um creme anti-envelhecimento para o rosto. A bolsa vermelha da garota, daquelas grandes e cheia de compartimentos, está aberta no

chão. Annie se mete entre Belinda e sua bolsa, chutando-a discretamente a fim de posicionála melhor.

— E aí, Bel? Como anda a vida após a expulsão? – Annie a encara, divertindo-se.

Belinda, sobressaltada, faz cara de quem foi pega roubando. Levanta-se num pulo e encara Annie com sua famosa expressão presunçosa.

Quando a Beka recoloca o creme na prateleira, Annie aproveita a brecha. Abre os dedos e as caixinhas de esmaltes caem direto no alvo. Torce para que Belinda não perceba a artimanha e é exatamente assim que acontece. A Beka nem imagina que carrega quase quatrocentos reais em esmaltes dentro da bolsa. Sim, duas caixinhas de esmaltes que custam em média duzentos reais cada.

Um absurdo, não?

— O que quer? – a Beka empurra Annie, pega a bolsa vermelha do chão e fecha o zíper.

Annie respira aliviada, assim como Dul e Mai, que acompanham o desenrolar dos acontecimentos ao longe.

— A expulsão foi muito pouco para você. – Annie requebra o quadril, tombando a cabeça de lado.

— Não me venha com essa. – as pálpebras de Belinda tremem de raiva. – Você deveria me agradecer, Annie.

— Surtou?

— Eu te alertei sobre o canalha que estava com voce. – a

Beka enfia o dedo no nariz de Annie. – Eu nem deveria ter feito isso e ter me vingado de você também!

—Voce é uma biscate, Belinda. – Annie passa a mãos nos cabelos Loiros, dando uma boa gargalhada.

— Sua ridícula! – trincandos os dentes, a Beka Mor joga os cabelos oxigenados para o lado, tromba no ombro de Annie e se encaminha para a saída da loja.

Capítulo grande pq só volto na segunda..

bjo. obrigada por lerem