- Sera que não posso ter um minuto pra mim nessa casa? - disse ainda de costas pra ele.
- Poder pode, mas precisa comer também. - ele se sentou ao meu lado. - eu trouxe isso pra você , não tem nada calórico. - disse colocando a bandeja com comida em cima de mim.
- Não quero nada. - dei a bandeja para ele de novo. - leva isso daqui e some junto com a bendeja.
- Não saio daqui enquanto você não comer. Nem que seja um pouquinho. - ele sorriu e apoiou a bandeja nas suas pernas.
- Eu não quero comer. - olhei para ele. - Qual parte você não entendeu?
- Eu entendi tudo. - ele ainda sorria. - Mas vou ficar aqui. Se não quer comer tudo bem, mas daqui eu não vou sair. - revirei os olhos.
- Garoto, sera que você não pode me deixar em paz pelo menos um minuto? - um nó já se formava em minha garganta, me contive.
- Posso, depois que você comer. - bufei novamente.
- me da isso aqui. - ele estendeu a bandeja e sorriu.
- Come tudinho. - ele disse e eu dei lingua.
- Cala a boca.
Terminei e entreguei a bandeja na mão dele, que estava com um sorriso enorme no rosto, não entendi porque.
- Pronto, agora some daqui. - disse me virando.
- Você é um doce sabia? - disse com ironia já se levantando.
- Não importa, some daqui por favor.
Ele sorriu e saiu, me deixando sozinha novamente. Eu não entendia qual era a dele. Porque se preocupava? Isso não tem nada haver com ele. Eu só queria que me deixasse em paz.
Voltei para a cozinha onde eles ainda almoçavam e me despedi de todos.
- Ué, já vai?! - perguntou Gas.
- Sim. Surgiu um trabalho para amanhã e eu tenho que descansar. - me despedi dele dando um beijo na bochecha.
- Se cuida! Qualquer coisa me liga. - disse Euge me dando um abraço.
Já estava saindo pelo portão e senti alguém pegar na minha mão.
- Não vai falar comigo? - me virei e era o Peter, de novo.
- Garoto, você é irritante. - puxei a minha mão e sai andando.
Cheguei em casa, fui direto falar com a minha mãe. Durante o caminho, fui pensando na hipótese de tentar conviver bem com ela. Afinal, ela tinha me defendido do meu pai. E isso já era um grande passo.
- Mãe! Eu tava lá na Euge e ligaram pra mim da agência me convidando para fazer uma campanha de um evento deles. - falei entusiasmada.
- Sério?! - ela mostrou interesse - E você vai?
- Sim!! - e sorri
- Sem eu nem precisar te obrigar? - ela me olhou meio assustada.
- Sim, mãe! - sorri - Amanhã as 14hrs eu tenho que estar lá. Quer ir comigo?
- Sério mesmo, Mariana? Você tá bem?
- Só não quero mais brigar com você. - peguei na mão dela e olhei em seus olhos - E obrigada por me defender do meu pai. Isso significou muito pra mim. - ela sorriu e beijou minha mão.
Passei o dia sem comer nada pesado. No máximo uma fruta ou uma salada. Não queria me sentir pesada.
Tomei um banho e também um remédio porque meu estômago ainda doía. Relaxei meu corpo na cama e tentei pegar no sono. Meu celular tocou. Era uma mensagem de um número desconhecido.
"Não vejo a hora de beijar essa sua boca linda de novo."
Não reconheci o número, mas provavelmente era o Mariano. Mais uma vez, não respondi a mensagem e a apaguei. Não queria mais problemas para mim.
Eu não conseguia dormir, talvez porque ainda era cedo. Peguei meu celular e fiquei fuçando, procurando alguma coisa para passar o tempo. Até que ele apitou, era outra mensagem, desconheci o numero.
"Boa sorte amanhã irritadinha.
- Peter"
"Sério que nem em casa eu vou ter paz?Como consegui meu número?"
"Gaston me deu..."
"Eu vou matar o Gas. Agora, por favor me deixa em paz."
"Eu quero ajudar você, com o lance da bulimia."
"Você ainda não entendeu? Eu não quero a sua ajuda garoto, eu nem te conheço direito."
"Isso nós podemos resolver."
"Você custa a entender as coisas néh? EU NÃO QUERO CONHECER, N QUERO SUA AJUDA, NEM MESMO QUERIA ESTAR CONVERSANDO COM VOCÊ AGORA."
"Você é muito estressada. Agora quem não quer mais falar com você sou."
"GRAÇAS A DEUS ENTENDEU."
Ele não respondeu mais, e eu respirei aliviada. Não sei porque, mais ele me irritava. Não conseguia manter a calma com ele e isso é raro.
Fechei meus olhos e tentei desvaziar a mente, só precisava descansar pra amanhã estar bem disposta e fazer a minha mãe sentir orgulho pelo menos uma vez.
- Mariana, acorda! Já está na hora. - disse minha mãe ao entrar no meu quarto.
Apesar de ter ido dormir cedo, sentia meu corpo cansado. Enrolei um pouco mais na cama até que finalmente levantei. Tomei um banho e desci para tomar o café.
- Nada muito calórico, hein Mariana. - disse minha mãe ao me ver entrar na cozinha.
- Sim, mãe. Só vou tomar um copo de suco e nada mais.
Ficamos ali conversando e tomando nosso café. Até que a conversa estava agradável e pela primeira vez conseguia conversar com a minha mãe sem brigar com ela.
- Gimena, onde está a Cande? - disse meu pai ao entrar na cozinha.
- Provavelmente está com Mariano, Nicolas. - minha mãe respondeu meio nervosa.
A ultima vez que eu havia visto a Cande foi na festa da Euge, quando ela me perguntou sobre o Mariano. A verdade é que eu não tinha ideia de onde ela estava
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Ooe, tchau....Nada não ... (• •)