Bati na porta umas 10 vezes e nada de alguém me atender. Não sairia de lá sem pelo menos ter notícias da Candela. Bati novamente até que escutei barulho na porta.
- O que você tá fazendo aqui? - ele me olhava assustado.
- Vim buscar a minha irmã. Cade ela? - tentava me fazer de brava mas não podia evitar olhar pra ele. Aquele corpo... E ainda por cima só de cueca. Tentei me conter.
- E desde de quando você se importa com ela?
- Desde que não é da sua conta. - respondi já entrando no seu apartamento.
Entrei no quarto e encontrei Cande lá. Ela estava deitada na cama e coberta por um lençol.
- Ahhhhhh!!! Você aqui na boa e minha mãe morrendo de preocupação com você! - falei em um tom alto.
- O que você tá fazendo aqui, sua intrometida? - ela retrucou em um mesmo tom.
- Custava ligar??????! DOIS dias fora de casa sem nenhuma ligação. Você não imagina o estado que a minha mãe está. E a sua sorte é que sou eu que tá aqui, não seu pai. - o pai de Cande não era violento como o meu, mas quando ele estava irritado conseguia ser pior que o meu.
- Deixa ela, Mariana! Vai embora! - Mariano pegou no meu braço e eu o olhei com uma cara de ódio. "Mariana"? Agora eu sou Mariana pra ele? - Você não se meta! - puxei meu braço. - Eu vou embora sim, mas você vem comigo!
- Você acha que eu vou obedecer a minha irmã mais nova? - ela riu. A puxei pelo braço fazendo com que ela levantasse da cama. Olhei para cama e havia pacotinhos de droga. Respirei fundo, não disse nada. Ela me olhava assustada e parece que agora sentia medo.
- Te espero no carro! - foi a única coisa que eu disse. Sai e fui para o carro.
Depois de alguns minutos Cande entrou no carro. Eu não disse uma palavra, apenas segui o caminho de casa.
Ela parecia estar assustada ou até mesmo com medo, não dei importancia.
Por um momento achei q Cande estava tentando puxar assunto. Ignorei.
Chegamos em casa e eu entrei na frente, não queria olhar na cara dela de novo.
- Achei a sua filha. - foi a única coisa que disse antes de subir e se trancar no meu quarto.
Não sei se elas estavam discutindo ou se era apenas um modo de matar a saudade, mas os gritos lá em baixo estavam bem exagerados. Tentei não me importar.
Depois de um tempo os gritos já tinham cessado e eu já estava mais calma, só não conseguia tirar da cabeça que Cande, a minha irmã, estava envolvida com drogas. Não descia.
Estava tentando tirar isso da cabeça quando escuto alguem bater na porta, tentei ignorar até começarem a me gritar.
- Mariana, abre a porta. - Cande gritava e murrava a porta sem parar. - Precisamos conversar. - fingi não escutar.
Minha cabeça explodia e eu já sabia oque ela queria. Não queria olhar na sua cara, não podia nem imaginar oque ela fazia lá.
- MARIANA. POR FAVOR. - não queria falar, mas seus gritos só pioravam as coisas. Então abri.
- Não quero saber okay ? Não me importa oque vocês faziam lá. - dei as costas pra ela tentando evitar olha-la.
- Não mesmo, mas acontece que você viu. - ela andava de um lado para o outro. parecia nervosa. - E não pode contar. Não pode contar pra ninguém.
Não podia acreditar. Sabia que Cande não valia um centavo, mas que se envolvia com essas coisas eu nem imaginava. Oque tem nessa familia ?
- Okay, é isso que você quer? Meu silencio? - me virei para ela. - Fica tranquila, não vou contar. - meus olhos estavam cobertos de lagrimas. - Agora sai daqui. Já conseguiu oque queria.
Me virei de novo e só consegui ouvir seus passos. Quando achei que ela já tinha ido me apoei na cama e fui surpreendida por seus braços. Ela me abraçou, sussurrou um "obrigada" no meu ouvido e saiu, me deixando em estado de choque.
Ainda estava tentando entender a boa ação da Cande quando meu celular começou a tocar. Peguei o mesmo e olhei o numero. Desconhecido. Atendi sem exitar, afinal podia ser alguem da agencia.
- Alo ? - falei.
- Temos um encontro hoje. Esteja pronta as 21:00 e não conte a ninguem. - a voz do outro lado me parecia familiar.
- Mariano? - perguntei e ouvi uma risada dando a confirmação. - Eu não vou sair com você. Ta louco? Tava comendo a minha irmã até hoje cedo e agora vem atrás de mim? Não sou a sua sobremesa okay? Não vai rolar. - o ouvi bufar.
- Serio que vai começar com isso? - ele ficou calado por um tempo e logo prosseguiu. - Isso não funciona. Eu sei que você também quer, pra que ficar fugindo se no final vou acabar conseguindo?
- Conseguindo oque? "Me pegar"? Para ta, eu não estou afim do seus joguinhos, isso me irrita.
- Se irritasse mesmo você não estaria falando comigo agora. - ele sorriu do outro lado. Aff, ele tem toda a razão, sou uma tonta.
- Não vai rolar. - não sabia mas oque dizer, estava prestes a me entregar.
- Vai sim. Me encontre na esquina da sua casa, as 21:00. - bufei, ele sorriu do outro lado e desligou.
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Sera q a Lali vai encontrar com ele? :0 COMENTEEEM