Uma semana havia se passado e minha mãe ainda me culpava por não estar em casa no dia que a minha vó se foi e na verdade, até eu me culpo por isso. Apesar disso, por incrível que parece, as coisas estavam melhores por aqui. Meu pai mudou. Nessa semana ele chegou em casa bêbado duas vezes, e em nenhuma delas me bateu, nem ao menos me dirigiu a palavra. Minha mãe não disse nada sobre o meu peso e nem me obrigou a entrar em uma dieta. E Cande, bom, a Cande esta me ignorando e isso para mim é ótimo. Eu estava me sentindo melhor por não ter que escutar as críticas deles todos os dias. Mas ser ignorada por todos também doía.
Com tudo isso que havia acontecido, eu acabei esquecendo do Gaston. Tinha mais ou menos umas 10 mensagens dele no meu celular. A última foi falando que soube da minha avó e estava preocupado comigo. Resolvi responder.
"Desculpa por te ignorar todos esses dias. As coisas estavam meio difíceis mas estão voltando ao seu devido lugar. Obrigada por se preocupar."
Aquela noite com o Gaston foi divertida. Mas não sei se estava a fim de algo sério com ele.
Escutei vozes na parte de baixo da casa e fui ver o que era. Eram meus pais e Cande na sala de jantar. Eles estavam jantando, rindo e conversando. Aquilo me doeu. E como doeu. Apesar de tudo, eu gostaria de estar ali com eles. Cande me viu e me deu o dedo do meio. Revirei os olhos e voltei para meu quarto. Por uns segundos pensei em recorrer as minhas queridas amiguinhas, mas lembrei da minha avó e ela não gostaria nada de me ver fazendo isso. Peguei um casaco e fui andar sem destino. Dessa vez sem pensar em me embebedar ou algo do tipo.
Enquanto andava pela estrada sem nem saber onde ia meu celular apitou. Era outra mensagem do Gas.
"Nada pequena. E não precisa pedir desculpas, sei que as coisas não estão fáceis pra você. Só quero que fique bem."
Sorri ao ler a mensagem. Eu não queria nada com ele, mas a mensagem me fez se sentir bem, ele se preocupa comigo de verdade e não é só por causa daquela noite.
"Será que seria incomodo demais se eu te pedisse para me encontrar em frente a casa do Stefano?"
Talvez uma companhia naquele momento me faria bem. Poderia ter mandado a mensagem para Euge, mas coitada, ela já tem me aguentado tanto.
"Claro. Na verdade, eu já tô aqui no Stefano. Mas o que houve?" ele respondeu segundos depois.
"Só vem aqui." respondi.
Sentei em um banquinho que tem na parte da frente da casa de Stefano para esperar o Gaston. Ele não demorou muito e logo que me viu abriu um sorriso.
- Oi Lali! - ele veio na intenção de me dar um beijo mas eu deviei.
- Oi Gaston!
- O que houve? - senti ele um pouco frio depois de ter desviado do seu beijo.
- Eu estava precisando de alguém... para conversar.
Ele sorriu e deu um beijo na minha testa. Comecei a andar e ele veio um pouco atrás me seguindo...
- Me conta. - disse ele me alcançando.
- Eu prefiro não falar nada. Você pode apenas me fazer companhia?
- Mas... Ah, tudo bem! - ele ficou meio sem entender nada, mas continuou me seguindo.
Passou o braço por cima do meu ombro e continuamos andando por uns bons minutos.
- Sabe, minha vida não é tão perfeita quanto parece. - disse eu quebrando o silêncio.
- Eu nunca achei que fosse. - confesso que olhei para ele um pouco assustada. - Digo. Ninguém tem a vida perfeita, Lali. - ele riu e eu tembem.
- Você não vai mesmo me contar o que tá acontecendo?
- Hoje não. - dei um beijo na sua bochecha.
Voltamos até a casa de Stefano. Ali ficamos por mais um tempo sem muito ter o que dizer.
- Tenho que ir. - disse para Gas.
- Posso te acompanhar até em casa?
- Antes, eu preciso te falar uma coisa. - ele me olho um pouco assustado - Eu gostei muito de você. Naquela noite eu realmente precisava me divertir e você fez com que isso acontecesse. Mas, não sinto vontade de continuar com isso. - ele prestava atenção em cada palavra que lhe dizia - Não me entenda mal. Se a gente pudesse continuar sendo amigos... Pois, eu acho que é o que eu mais preciso agora.
Ele sorriu e me abraçou.
No caminho pra casa conversamos sobre tudo. Um assunto ia emendando o outro e eu me sentia super confortável com ele. De algum modo, ele já fazia parte do melhor pedaço da minha vida e isso me encantava.
Quando chegamos, Gas se despediu e foi embora. Entrei devagar para não acordar ninguém. Tirei os sapatos e ia subir as escadas quando escutei uns cochichos vindo da cozinha. Fui me aproximando um pouco assustada. Me encolhi atrás da parede e pude ouvir nitidamente a voz de Cande e mais uma pessoa.
- Mariano você é muito pervertido. - Cande estava com a voz meio tremula.
- Você me faz ficar assim. - o homem falava baixo.
- Eu sei que sou muito gostosa e talls, mas se contenha. - pude perceber que ela sorriu.
- Não consigo. - dito isso não pude ouvir mais nada. Suponho que já estejam se pegando.
Me arrastei até a escada e subi devagar. Entrei no meu quarto e me joguei sobre a cama. Não pude conter meus pensamentos.
Quem seria aquele homem? Mariano ela disse? Estranho, Cande nunca comentou que tinha um namorado.
Desviei a mente desses pensamentos e me dirigi até o banheiro. Tomei um longo banho, coloquei uma roupa confortável e me aconcheguei na cama apagando logo depois.
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SIM, É O MARIANO MARTINEZ, ESSE BONBON... SÓ PRA CONSTAR ELE VAI SER MEIO Q UMA CHAVE PRO ROMANCE DA LALI E DO PETER... OQUE ESTÃO ACHANDO??