Fanfic: The course of true love | Tema: Vondy

Dulce 

Tudo ao meu redor se movimenta. A mentalidade do choque recua. A euforia toma conta de mim. EU VOU SER MÃE! Oh, e de um filho do meu primeiro e único amor, um fruto da nossa estonteante paixão... Lágrimas transbordam dos meus olhos e um sentimento inenarrável me invade.

Há um ser dentro de mim, dependente do meu calor e amor, um laço invisível e irreversível é feito, unindo duas almas à um corpo. Um filho...

Estou tão presa na mistura de emoções que nem percebo que acabei de ultrapassar o sinal vermelho. Espero que isso não me cause problemas mais tarde. 

A súbita fuga do consultório fez as meninas ficarem intrigadas e me fizeram um interrogatório até o caminho de volta para o apartamento que divido com Christopher. Eu queria contar à elas sobre a gravidez, mas quero que ele saiba primeiro, quero que divida essa emoção dominante que formiga em meu peito. Quero que ele pule comigo e me ajude a deixar a ficha cair dizendo que vamos ter um filho, o nosso filho.

Assim, expliquei superficialmente minha consulta as garotas e disse que mais tarde íamos conversar melhor. Elas se conformaram, por hora.

Agora estou dirigindo em direção ao prédio Uckermann`s, mas parecendo uma louca afobada do que uma futura mãe. Mãe... essa palavra engasga meus pensamentos.

Assim que avisto o prédio de mais de cinquenta andares, estaciono o carro e desço do mesmo.

Minhas pernas tremulam quando alcanço a porta de entrada. Comprimento com um gesto de cabeça as pessoas as quais conheço e me direciono ao elevador.

[...]

Assim que caminho em direção ao escritório que me recordo sei o do Chris, uma voz familiar atrás de mim chama minha atenção.

 - Dulce? 

Me viro para ver o rosto de quem pertence essa voz. Só espero que ninguém me detenha de falar com o meu futuro marido e presidente da rede empresarial.

 - Zoraida? - nossos olhares se encontram e sou surpreendida quando ela, literalmente, voa para cima de mim.

 - Meu Deus! Eu não acredito!  Depois de tantos anos finalmente eu te vejo. Caramba, você tá muita gata! -ela diz de maneira eufórica, segurando meu rosto entre as mãos. 

 - Também estou feliz em ver você - sorriu - Você está diferente Zo. Mais alegre. 

Ela ri. E me abraça de uma forma meio esmagadora.

 - Senti Saudades. Não acredito que você também trabalha aqui. 

Trabalhar aqui? Eu? Nunca me passou essa idéia, afinal Christopher sempre aconselhou a evitar trabalhos em grandes empresas assim, devido a grande disputa e competitividade entre os sexos opostos. Mas, agora essa idéia me parece atraente.

 - Ah, não trabalho aqui. Estou indo falar com Christopher. Você o conhece? - ela assenti - Bom...ele em breve vai ser meu marido.

 - Não brinca! Sério? Nossa Dul, você vai se casar em breve e nem me avisou? Eu sei que tem certo tempo que não nos falamos, mas... sei lá. - ela dá de ombros, aparentemente triste.

 - Bom, agora você sabe e será minha convidada de honrar a me acompanhar no altar.

 - Isso soa como se eu tivesse exigido. Mas tudo bem, eu aceito. - nós duas soltamos pequenos risos.

 - Eu não sabia que você trabalhava aqui.

 -Pois é. Fui contratada recentemente para ajudar na área de contabilidade dos Uckermann`s. Ou pelo menos, parcialmente já que eles são  bastante eficientes.  

 - Então boa sorte - sorrindo, continuo - sabe se ele está desocupado? Ou algo assim? O Christopher. 

Olhando para mim com uma cara de que já sabia de quem perguntava, ela diz:

 - Na verdade não. Mas se não me engano,  vamos participar da mesma reunião daqui à alguns minutos. Então ele já deve está se arrumando para sair.

 - Bem, obrigado Zo. Vou tentar a sala dele.

 - Acho que a secretária deve ter alguma informação. - ela olha na direção da mesa próxima a sala do Chris, onde deveria ter uma moça ou alguém sentado, prestando serviço. - Uhh... ela não está lá. Mas quem se importa? Ele não vai se incomodar se você for lá sem ser anunciada, acho. 

Sem querer adiantar mais a demora pra contar a notícia, me preparo para me despedir de Zo.

 -Ok, foi muito bom te ver e precisamos nos reencontrar de novo e conversar mais. - dizendo isso, a Abraço - Mas, preciso falar com o senhor Uckermann agora. Beijos. A gente se ver em breve. - afasto me dela e sigo em direção a porta do escritório. 

 -Hey, antes de você sair, poderia passar na minha sala? Ah, também não tenho seu novo número.

 Rindo, viro me e digo:

 - Não se preocupe. 

 - Ok

Assim que paro diante da porta que me separa do homem da minha vida, borboletas flutuam na minha barriga e meu coração dispara.

Segurando a maçaneta esguia e moderna, abro uma pequena brecha para não atrapalhar caso esteja ocupado. Meus olhos vasculham a sala e quando eu o encontro, meu coração tropeça, minhas pernas falham com os joelhos trêmulos, meus olhos ardem e um ácido chamado dor, me corrói.

A cena não é digerida e processada. Confusão e dor tomam meu corpo para si. Isso não pode ser real, não pode estar acontecendo. Não comigo...

Christopher está sentado com a camisa aberta e aparentemente manchada, expondo seu peito à mãos de unhas vermelhas que o acariciam. Minha curiosidade me força a olha para quem está sentado no seu colo, possuindo sua boca com extrema paixão e luxúria.

Observo madeixas loiras caírem sobre o rosto do homem o qual me entreguei de corpo e alma.  Assisto a mulher se esfregar de encontro ao corpo dele, acariciando seus cabelos sedosos e nunca abandonando o contato das bocas. Ela o beija. E me aparece que ele corresponde. As mãos dele estão posicionadas entre o ombro e a cintura da égua que monta.

Junto o que sobra de meu coração esmigalhado e minha dignidade destroçada e silenciosamente fecho a porta, deixando para trás tudo o que me trouxe e me fez feliz, tudo o que sonhei, todos os planos, tudo o que me tornou uma mulher autêntica... vejo tudo ser lentamente destruído e envenenado,  me impedindo de mergulhar no passado e sorri dos momentos fragmentados da memória agora infeliz.

Me perco na minha própria dor e corro em direção a um lugar que me abrigue e me esconda da maldade do mundo.

Ouço e vejo pessoas me olhando preocupados e perguntando se esta tudo bem.

Não tenho voz, estou me perdendo na escuridão dos meus maiores pesadelos, estou cedendo aos desencontros da vida, estou morrendo...

Dói, dói, dói, e não posso mais me controlar.

Imensa é a dor que, flexiono meus joelhos e vou de encontro ao chão, com a cabeça enterrada entre as mãos. Soluços descontrolados reverberam do meu peito, agora deteriorado.

E aí que  sei... Está acabado.

🙈😂 Acho que ficou muito grande...

💔 Coitada 😿