Fanfic: Preciso de Você || Vondy (Concluída) | Tema: Vondy
CAPÍTULO 9
POV CHRISTOPHER
Estava nevando. Eu estava na janela olhando para o que poderia ter feito outra pessoa suspirar, de admirar a paisagem limpa, branca. Nem sempre nevava no Natal. Alguns diriam que este foi especial. Não eu. Natal. Melancolia rolava através de mim e eu fiz o meu melhor para socá-lo. Era apenas mais um dia no calendário. Se eu não prestasse atenção, teria apenas passado como qualquer outro dia. Hoje realmente não era diferente de qualquer outro dia, exceto em minha própria mente.
— Chegamos juntos, Christopher — eu murmurei para mim mesmo, tomando um gole de café quente.
Bateram na porta e eu assustei um pouco. Que diabos? Quem ia para a casa de alguém na manhã de Natal? Eu fiz uma careta enquanto caminhava para a porta da frente.
— Quem é? — Exigi, em guarda.
— Dulce. — Eu pisquei. Dulce? Merda. Fiz uma pausa por apenas um segundo antes de abrir uma fresta da porta.
Ela estava ali, sua pequena árvore de Natal em suas mãos, um saco de papel com alças em seu braço, com um sorriso tímido no rosto, e os flocos de neve decorava seu cabelo escuro, e um pouco presos em seus grossos cílios. Suas bochechas estavam rosa com o frio e sua respiração emplumadas no ar. Ela estava impressionante. Eu abri a porta um pouco mais para que eu pudesse vê-la melhor.
— O que você está fazendo aqui? — Perguntei. Por/ra, isso soou frio. Mas ela precisava sair. Ela não poderia entrar.
O sorriso desapareceu de seu rosto e ela olhou para baixo por apenas uma batida antes de levantar os olhos para os meus, e sussurrando:
— Há quanto tempo ela foi embora?
Minhas sobrancelhas franziram.
— Ela? Ela quem?
— Sua mãe.
Meus olhos se arregalaram quando ficamos ali olhando um para o outro através do limiar. Neve continuava reunindo-se em seu cabelo e em sua jaqueta escura.
— O que... Por que você faria... — Eu comecei. Mas então soltei um grande fôlego e passei a mão pelo meu cabelo. — Como você sabe?
Sua expressão tornou-se suave.
— Nunca há luzes acesas em sua casa... Algumas outras coisas... — Ela balançou a cabeça. — Eu só adivinhei realmente. — Ela mordeu o lábio e meu coração fez alguma loucura no meu peito. Eu trouxe a minha mão para cima e massageei suavemente como se fosse física. — Me desculpe, eu estava certa. — Ela pausou. — Eu apenas pensei que se você estivesse sozinho, você provavelmente não teria nenhum Natal aqui. E assim eu — ela empurrou a pequena árvore em frente a ela — trouxe o Natal para você. — Ela sorriu, esperançosa.
Abri a porta todo o caminho e acenei minha mão para ela entrar. Seu sorriso cresceu mais, o alívio enchendo seus olhos quando ela entrou na minha casa. Por um minuto ela só ficou olhando em volta e eu empurrei minhas mãos nos bolsos enquanto tentava ver o lugar através de seus olhos. Ele era pequeno e os móveis eram antigos. As mesmas coisa que minha mãe tinha ficado de minha avó, como uma herança, depois minha avó morreu, coisas que não era boas, em seguida, e definitivamente, não eram agora, mas eu mantive o lugar limpo e organizado.
Os olhos de Dulce permaneceram na poltrona com a mesa ao lado que segurava uma foto de minha mãe...que eu coloquei lá inicialmente porque eu esperava tão forte que ela fosse voltar... aí que eu tinha conseguido o hábito de saudação. Eu realmente precisava levar isso para baixo.
Dulce se virou para mim sorrindo.
— É bom — disse ela. E dane-se, meu coração virou no meu maldito peito estúpido de novo, porque eu podia ver que ela realmente, realmente queria dizer isso e que não era aceitável. Uma garota como Dulce deve ver este lugar como o despejo que era. E ela não fazia. E algo sobre isso me irritou tanto quanto ele me encheu de alguma felicidade estranha.
— Posso pegar o seu casaco? Sua árvore de Natal? O seu saco de papel?
Ela riu e deixou a árvore para baixo na minha mesa de café quando ela encolheu os ombros fora de seu casaco. Ela ligou a árvore.
— As luzes funcionam com baterias — disse ela. — Nós podemos colocá-lo em qualquer lugar. — Arranjou-o na mesa de café ao seu gosto e, em seguida, levantou-se, olhando para ela, aquele mesmo olhar inseguro em seu rosto novamente.
Um silêncio constrangedor se seguiu.
Ela olhou para mim.
— Eu sinto muito, Christopher — ela sussurrou, balançando a cabeça ligeiramente. — Eu estou intrometendo você aqui. Eu só... — Ela mordeu o lábio de novo. — O que você ia fazer hoje?
— Ver televisão... Estudar... Chafurdar na solidão.
Ela não riu. Imaginei que ela percebeu que eu não estava brincando, embora fosse apenas sua reação que me fez ver, também.
— Você tem TV? — perguntou ela.
— Às vezes. Quando eu tiver energia elétrica.
Ela assentiu com a cabeça e ficamos em silêncio por um segundo.
— O que aconteceu com ela? — ela perguntou, finalmente, muito calmamente.
Fiz uma pausa. Eu nunca tinha contado a ninguém sobre isso. Eu não podia contar a ninguém. Eu não tinha planejado jamais ter dito a ninguém. Mas logo em seguida, por algum motivo muito estranho, eu desesperadamente queria dizer a Dulce sobre isso.
— Ela nos deixou. Uma semana antes do acidente na mina. — Seus olhos se encheram de simpatia, mas ela não disse nada. — Meu pai estava tão envergonhado. — Eu balancei a cabeça e cocei a parte de trás do meu pescoço, buscando aquelas memórias de longe, assim eu as revelei. — Então, estava muito envergonhado com isso. Ele era um homem tão orgulhoso. Ele nos fez jurar não contar a ninguém até que ele estivesse pronto. Eu acho que... Eu acho que talvez ele estava tentando chegar a uma história que soava melhor do que, ‘ela só não queria mais a gente’. — Fiz uma pausa. — Ou talvez ele estava esperando que ela voltasse. Minha mãe, porém, nunca foi feliz com a nossa vida. Meu pai, ele não tinha sequer o ensino médio, não fez muito na mina. Eles lutavam o tempo todo. — Eu passei a mão pelo meu cabelo e fiz uma careta. — Veja, Dulce, seu pai deixou você quando tinha três dias de idade, e dói porque ele não queria nem conheceu quem você era. Mas a minha mãe, ela me conhecia, sabia que eu a amava. E mesmo assim, ela nos deixou de qualquer maneira.
— Christopher — ela sussurrou.
Eu balancei a cabeça, incapaz de parar as palavras que pareciam estar fluindo para fora da minha boca por sua própria vontade.
— Então, o acidente na mina aconteceu e... — Eu tomei uma respiração instável profunda, surpreendeu ainda poderia me sentir emocional sobre isso. Parecia que eu tinha vivido com isso por tanto tempo. Mas, falar disso, era como trazê-lo à vida de algum modo... — Eles morreram e parecia que cada família acima e abaixo desta montanha estava de luto por alguém. Ninguém notou que a minha mãe não apareceu para qualquer um dos serviços de memorial ou eles pensaram que ela estava doente, com dor. Outras pessoas foram também. Eu esperava que ela voltasse. Achei que ela tinha ouvido falar do acidente. Ela tinha que ter ouvido. Ela devia saber que eu estava sozinho. Eu esperei e esperei para ela vir de volta para mim, mas ela nunca fez. — Eu respirei fundo. — Eu não queria ser enviado para a assistente social, ou orfanato. Eu queria a chance da bolsa de estudos. Eu queria uma chance de... uma vida. E a única maneira que eu conseguiria era continuar fingindo que ela ainda estava por aqui. E assim, quando as pessoas perguntavam, eu dizia que ela estava acamada. — Eu dei de ombros.
— Não é de admirar — disse ela tristemente.
— O que?
— Não é à toa que você odeia tanto isso aqui. — Olhei em seus olhos. — Você não tem que estar sozinho mais. — Ela estendeu a mão e agarrou a minha, um olhar de tristeza em seus olhos. Sua mão estava fria e suave. Parecia pequena dentro da minha própria.
— Dulce... Você não entende. Se eu ganhar essa bolsa de estudos, ou se eu não fizer isso, eu vou embora daqui. Em poucos meses, vou embora. Se por alguma pequena chance eu não ganhar essa bolsa, vou vender tudo de qualquer valor nesta casa e vou pedir carona para fora daqui. Eu vou conseguir um emprego em algum lugar e trabalhar meu caminho em todo o país. Eu não vou ficar aqui. Não importa o que. Eu não posso trabalhar naquela mina. E eu não posso sentir mais fome. Vou deixar isso aqui, e eu não vou olhar para trás. Eu nunca mais vou pensar Dennville, Kentucky novamente.
Seus olhos vagaram sobre o meu rosto por várias batidas antes que ela balançou a cabeça, lançando minha mão.
— Você já disse isso. E eu disse a você que está tudo bem.
Jesus. Esta menina.
— Sim, eu acho que fiz.
— Eu realmente, realmente quero dizer isso. Você tem uma amiga. — Ela sorriu para mim, esperançosa. E, no entanto algo se moveu por trás de seus olhos.
Amigos. Sim. Isso é o que nós tínhamos decidido. Isso não me fez feliz na noite passada e não me deixou feliz agora.
As moléculas de ar que nos rodeavam pareciam acelerar e aquecer o espaço em torno de nossos corpos.
— Então — ela disse alegremente: — Eu trouxe um presente de Natal.
Eu levantei lentamente uma sobrancelha, tentando livrar-se do calor que tinha começado zumbindo através do meu sistema nervoso. Eu queria ela. Eu queria ela nua. Eu queria empurrar para dentro dela, duro e rápido, e olhar em seu rosto enquanto fazia isso. Eu queria saber o que ela estava pensando quando meu corpo preenchesse o dela. Eu queria ouvi-la falar, ouvir a forma como soava o sotaque de Kentucky que ela tentava esconder, e tornava-se mais pronunciado quando ela estava envolvida de alguma forma emocional. Eu queria ver esse lado impetuoso dela que só saia de vez em quando, como um raio súbito e impressionante relâmpago corria através de um céu claro, sem nuvens. Eu queria levar sua virgindade e não suavemente. Eu queria machucá-la como se ela estivesse me prejudicando cada vez que eu olhasse para ela. Eu queria marcá-la, reclamá-la, deixar todo mundo saber que ela pertencia a mim e somente a mim.
Por/ra!
Não.
Não.
Não.
Eu não podia me deixar pensar nada disso. Eu estava saindo daqui e estava deixando Dulce para trás. Isso era o que era. Eu não era tão idiota que iria tirar sua virgindade e, então partir da cidade e nunca mais entrar em contato com ela novamente. Eu não faria isso, nem para ela ou para mim mesmo. Eu queria um novo começo. Não queria sair e deixar qualquer parte de mim em Dennville. Eu tinha trabalhado quatro malditos anos para isso. E ele estava certo ao meu alcance. Uma menina bonita com um espírito tão brilhante que eu queria apertar os olhos quando a olhava para ela, não iria me atrapalhar agora.
Ela pegou algo fora do saco de papel que tinha deixado no chão e olhou para mim com curiosidade.
— Isso é um olhar muito intenso em seu rosto.
Eu bati até o presente.
— Desculpe. Só pensando.
Dulce inclinou a cabeça.
— Podemos tentar não pensar hoje? Só por hoje? Será como na noite passada quando era apenas um e o outro? Isso não foi tão ruim, foi? — Ela olhou para mim através de seus cílios.
— Não, esse é o problema. Eu vou querer mais. — Ela piscou para mim. — Merda, Dulce. — Passei a mão pelo meu cabelo e me afastei dela. — Isto não é... — suspirei em voz alta. — O que você tem para mim aí?
De repente, ela parecia incerta.
— Uh... Bem — ela olhou para o pequeno objeto embrulhado em tecido em suas mãos de forma breve e riu desconfortavelmente — isso de repente parece estranho.
Eu levantei uma sobrancelha.
— Agora eu realmente quero isso. — Estendi minha mão para fora e ela hesitou, mas em seguida, colocou o objeto na minha mão. Parecia semelhante ao que Buster lhe dera na noite anterior. Fiz uma pausa. Isso não poderia ser... Tirei-a rapidamente e com certeza, um dos entalhes eróticos de Buster estava sentado na minha palma: uma mulher de quatro com um homem a pegando por trás, as mãos segurando seus quadris, suas costas arqueadas. E maldição se não fosse escandaloso, e inferno que isso me deixou ligado. E maldição que eu queria muito fazer isso com a menina que estava na minha frente. Aqui. Agora mesmo. Senti meu corpo contrair.
Eu olhei para Dulce que de repente parecia mortificada.
— Eu tenho uma coleção inteira — disse ela. — Eu achei que você poderia rir disso. — As palavras dela desapareceram quando nós olhamos fixamente um para o outro. Ela não podia saber o quanto isso me ligou. Ela não teria dado a mim se soubesse o quanto eu queria realizar exatamente o que tinha sido reduzido por Buster. Com ela. Para ela. Olhei para baixo nas figuras.
E então eu não poderia ajudá-la. Comecei a rir, o objeto era ridículo apenas sentado na minha mão.
Dulce riu também, provisoriamente em primeiro lugar e, em seguida, mais duro à medida que ambos ficamos lá rindo muito.
Finalmente me reuni suficiente para andar sobre a janela da cozinha e colocá-lo lá. Perfeito.
Voltei para Dulce, sorrindo.
— Obrigado. Sério. — E eu quis dizer isso. Ela não tinha intenção de me dar um pedaço de madeira talhada pervertida. Ela tinha a intenção de me fazer rir. E ela tinha conseguido. E para mim, foi o melhor presente de todos.
— Eu trouxe um presunto, também — disse ela, acenando para o saco de papel. — Al deu um para todos seus funcionários. Minha irmã ganhou um. — Ela sorriu. — Talvez a gente possa aquecê-lo mais tarde?
— Claro, que...
Antes mesmo que eu tivesse tempo de responder plenamente, ela bateu palmas e me assustei, as minhas palavras foram cortadas.
— Trenó!
— O Quê?
— Trenó. Isso é o que podemos fazer hoje. Maite e eu costumávamos encontrar um par de câmaras de ar de pneus na frente do jardim de alguém e íamos até o morro, eu conheço alguns dos melhores pontos.
Olhei para ela.
— Eu aposto que conheço alguns outros mais. Meu irmão e eu costumávamos fazer isso também.
Ela sorriu e inclinou a cabeça.
— Sério? Estou surpresa que nunca nos encontramos. — Eu ri baixinho e balancei a cabeça. Apenas Dulce tinha a capacidade de transformar o meu humor de um extremo ao outro.
Como tinha sido há poucos minutos que eu estava contando a ela sobre uma das coisas mais traumáticas que já tinha experimentado e agora eu estava rindo?
— Eu acho que é tão boa idéia como qualquer outro. O que mais é que vamos fazer?
— Certo. — Ficamos parados olhando para o outro por um minuto até que ela deu de ombros e disse: — Então... Está pronto?
— Sim. — Mas eu estava franzindo a testa por um minuto. — Eu vou ter que pegar um pouco das coisas de neve do meu irmão. Você vai ter que enrolá-lo e nós vamos ter que improvisar em algumas coisas, mas... Eu só tenho um conjunto para mim mesmo.
Ela assentiu com a cabeça, mas seus olhos pareciam cautelosos como se ela estivesse tentando ler se eu estava bem com isso ou não. Sinceramente, nem eu sabia. Suspirei e fui e pegar as roupas. No espaço de 15 minutos, este dia tinha se transformado em algo completamente inesperado, e embora eu estivesse cheio de incerteza, também estava repleto de felicidade. Esta menina.
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 136
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ktya_camposdm Postado em 15/04/2021 - 22:54:22
Amei essa fanfic. Chorei e me emocionei muito com ela😍😍
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manu_amaral Postado em 24/01/2018 - 05:13:41
Mds, nunca li uma fanfic como essa, inclusive me ajudou muito em muitas questões minhas, ela é uma fanfic incrível..
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stellabarcelos Postado em 03/05/2016 - 07:06:12
Beca que fanfic incrível! Tô apaixonada por tudo! Quanto amor! Chorei em várias partes! Mil vezes Parabéns e obrigada por ter adaptado!
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nathycandy Postado em 24/11/2015 - 08:43:24
Ouuuuuu meu amorrrrrrr.....já acabou... .fiquei sumida por esses tempos.....mas vim aqui me atualizar....ameiiiiii o fim....e chorei pois não queria que acabasse....mas como vc falou todas tem um fim e esse foi perfeito!!!
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barken_vondy Postado em 23/11/2015 - 22:50:41
Lindo final, adorei que eles formaram uma familia juntos ;D foi mt linda a historia parabens
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Melicia Postado em 21/11/2015 - 19:19:39
Gostei muito da fic, obrigado por posta-la. Adorei o final, eles tendo filhos, foi lindo.
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LetíciaVondy Postado em 21/11/2015 - 15:05:51
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LetíciaVondy Postado em 21/11/2015 - 15:04:49
Amei muito a fic obg :) vou esperar a proxima concerteza
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Dulce Amargo Postado em 20/11/2015 - 18:56:11
Mil parabéns pela fanfic +_+
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Lêh Postado em 20/11/2015 - 18:29:08
é por que esse site bulina comigo, o bom foi que sofri menos kkk.. gente essa historia é perfeita, muito linda.. parabéns