Fanfics Brasil - 023 Preciso de Você || Vondy (Concluída)

Fanfic: Preciso de Você || Vondy (Concluída) | Tema: Vondy


Capítulo: 023

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CAPÍTULO 14


POV DULCE


Houve uma batida suave na porta do meu trailer. Eu me recompus do sono profundo que estive e me sentei. Estava totalmente escuro. O que diabos?


A batida veio novamente. Eu puxei a colcha em volta do meu corpo e disse muito calmamente contra a porta.


— Quem é?


— Christopher.


Meu coração capotou. Eu puxei a porta aberta. Christopher ficou lá em seu casaco e chapéu, as mãos enfiadas nos bolsos e um olhar que eu não podia ler em seu rosto.


— Oi. — Sorri sonolenta. — O que você está fazendo aqui? — Eu perguntei, olhando de volta para o quarto.


— Eu, uh, só queria ter certeza de que estava tudo bem. — Franzi minha testa, puxando o cobertor mais firmemente em torno de mim, quando o ar frio de fora me gelou.


— Por que eu não estaria bem? — Perguntei.


Ele piscou para mim.


— Uh, eu percebi que a sua mãe estava em casa. Você sabe, só queria ver você... ela...


— No meio da noite? Você poderia ter vindo hoje mais cedo.


Christopher olhou para o céu escuro, iluminado pelas estrelas como se esta fosse a primeira vez que ele percebesse que era noite.


Ele olhou para mim, a expressão em seu rosto envergonhado e inseguro. Inclinei a cabeça e o estudei ali, sob o céu de inverno, sua respiração emplumando no ar frio.


— Você está solitário, Chris? — Perguntei baixinho.


Ele parecia chocado.


— O quê? — Ele balançou a cabeça. — Não, quero dizer, não é por isso que estou aqui. Eu não estou aqui por mim. Eu estou aqui por você.


Inclinei a cabeça e lambi meu lábio inferior. Seus olhos corriam para ele e ele engoliu.


— Não há problema em querer algo para si mesmo, às vezes. — Não há problema em me querer. Espero que você faça. Deus, eu espero que você faça.


Ele assentiu com a cabeça.


— Eu sei, apenas pensei que você provavelmente estaria recebendo sua mãe... Como ela está?


— Ela está bem. Melhor. Ela se levantou e ajudou a fazer o jantar hoje à noite. Então isso era um bom sinal.


Ele balançou a cabeça e ficamos em silêncio por um segundo quando ele trocou de pé.


— Você deve me dizer para ir, Dulce. E dizer isso, querendo mesmo dizer. Diga-me para sair porque eu não posso fazê-lo por conta própria.


Eu pisquei para ele.


— Eu não quero que você saia. — Uma lufada de ar alto escapou de sua garganta e ele se moveu em seus pés um pouco mais. — Você quer que eu volte para a sua casa?


Seus olhos encontraram os meus.


— Você poderia? Quero dizer, você pode? Você poderia? — Eu balancei a cabeça.


— Sim. Espere um pouco. — Eu dei um passo para dentro e silenciosamente fechei a porta. Eu rapidamente escrevi uma nota para Maite, para deixá-la saber que eu tinha ido para casa de Christopher e que eu estaria em casa na parte da manhã. Ela tinha que dar uma desculpa minha para mamãe. Nós não falamos com mamãe sobre esse tipo de coisa. Nós simplesmente nunca falamos. Seria estranho começar agora.


Eu já estava usando calça de moletom e uma camisa de manga comprida, então eu só puxei minhas botas e jaqueta em silêncio e deixei o trailer.


A expressão no rosto de Christopher quando pisei fora, foi puro alívio.


— Tem certeza que está tudo bem? — ele perguntou.


— Sim, está tudo bem. Eu percebi que você ainda não tinha preenchido meu corpo ainda — eu provoquei. Ele parou, olhando ferido.


— Dulce, não, não é por isso que estou aqui. Eu não estou aqui para te usar. Eu só... Dormir com você na última noite foi tão... e eu não podia, e pensei, talvez você não podia... — Ele deu uma risada sem graça, franzindo a testa para o céu. — Estou realmente atrapalhado com isso. E eu te acordei no meio da noite com...


— Está tudo bem. Eu gostei de dormir com você, também. Apenas a parte de dormir. — Eu sorri. — Quero dizer, eu particularmente gostei das outras partes, mas a parte de dormir foi bom, também. Então, podemos chegar a isso? Está tarde. Se você já teve suficiente ninhada torturando, quero dizer.


Ele fez uma pausa, esfregando a parte de trás do seu pescoço e, em seguida, rindo baixinho.


— Eu não choco.


Eu bufei.


— Oh, você cria. Você poderia dar lições sobre uma ninhada. Você pode muito bem ser o maior especialista em ninhada. — Eu estava quase surpresa com a minha capacidade de brincar, mas eu estava realmente feliz em vê-lo. E eu estava mais feliz que ele queria me ver também.


Ele riu de novo, e apertou a minha mão enquanto caminhávamos. O clima parecia mais leve.


Cinco minutos depois, nós estávamos andando em sua porta da frente.


Nós não falamos enquanto caminhamos para a sua cama. Tirei minhas botas e jaqueta e, em seguida, tirei a minha calcinha. Nós só estivemos juntos uma vez, só havíamos tocado um ao outro intimamente uma noite, mas de alguma forma eu já me sentia confortável na frente dele.


Ele tirou a sua própria roupa de baixo e entrou debaixo das cobertas ao meu lado. Ele puxou minhas costas em seu peito e enterrou o nariz no meu cabelo. A exalação que veio dele soou como se tivesse estado armazenado por horas e horas. Eu puxei seus braços em volta de mim e segurei-o enquanto ele me segurava.


— Obrigado — disse ele, com a voz baixa e rouca. Algo em seu tom soou quase... desesperado. Virei-me em seus braços, preocupada.


Ele olhou para mim na penumbra da sala, seus olhos se encheram com algum tipo de dor que eu não sabia como identificar. Eu fiz uma careta e coloquei minha mão em seu rosto.


— Christopher... — Eu comecei.


Mas ele balançou a cabeça, me cortando.


— Eu sinto muito — disse ele.


— Sente muito por quê? — Eu sussurrei.


— Desculpe-me por não ser capaz de ficar longe de você. Desculpe por não ser capaz de parar de pensar em você. Desculpe-me por caminhar para o seu trailer a cada cinco minutos desde que eu acordei e você tinha sumido. Desculpe por ser tão maldito egoísta.


Meu coração disparou ao mesmo tempo em que caiu.


— Você não está sendo egoísta. Eu senti sua falta hoje também. Está tudo bem. Não estou lhe pedindo nada mais do que você pode dar. Eu não estou.


— Eu sinto muito por isso mais do que tudo.


— O quê? Isso o quê?


Ele balançou a cabeça lentamente novamente.


— Isso que eu não tenho nada para lhe dar. Só posso tirar de você. E isso é errado.


— Não é errado se eu estou te oferecendo.


— Sim, é. Ainda é errado.


Estudei os ângulos de seu rosto na semi-escuridão e corri o dedo sobre a maçã do seu rosto, para baixo de sua mandíbula, e ao longo desses completos, belos lábios.


— Bem. Eu sinto muito por tornar o seu dilema moral nulo e sem efeito, mas estou apenas nisso pelo seu corpo, Christopher Uckermann. Assim, você pode deixar-se fora do gancho.


Ele riu, me puxando para ele. Eu inalei o cheiro da sua pele, masculino e limpo.


Depois de um minuto, eu perguntei:


— Você estava tendo um pesadelo de novo? É por isso que não conseguia dormir?


Ele fez uma pausa e me perguntei se ele ia me responder, e por isso, quando sua voz profunda encheu o silêncio, eu calei completamente.


— Os sonhos não são a parte mais difícil. Não falar sobre a minha família é o que tem sido o mais difícil. E eu acho que nem percebi até ontem à noite. — Ele soltou uma sonora respiração trêmula. — Foi a primeira vez que eu falei sobre a minha mãe, pai e irmão em voz alta desde que os perdi.


Inclinei a cabeça para trás e acariciei sua bochecha novamente.


— Isso deve ter sido tão difícil. Eu sinto muito você ter segurado toda essa dor dentro. — Ele assentiu com a cabeça.


— Eu já passei muitas noites solitárias aqui nesta cama e ontem à noite, ter você aqui foi tão maldito de bom. — Ele fez um som no fundo de sua garganta. — Isso, você aqui. É tão bom.


— Eu sei. É bom para mim também — eu sussurrei. Ficamos ali testa com testa, respiração com respiração, e os dedos dos pés por alguns minutos, até que eu finalmente tive a coragem de perguntar. — você vai me contar sobre o seu irmão? Eu o vi em torno da cidade, mas eu nunca o conheci.


Ele soltou um suspiro.


— Ele era... — ele parecia demorar alguns segundos para considerar — cheio de vida. Ele era um espertalhão e um brincalhão. — Seus lábios se moviam em um sorriso no quarto escuro. — Ele estava sempre rindo. Eu ainda posso ouvir sua risada, se eu fechar meus olhos. Ele ria com todo o seu corpo, você sabe? Como ele se dobrava e tropeçava e era isso... — Ele riu uma pequena risada e eu sorri. — Ele poderia ser um tal bobão. No outro dia, quando estávamos no trenó, eu juro que ouvi sua risada ecoando através das montanhas quando eu estava costeando abaixo desse monte. Eu juro que eu fiz.


Meu coração se apertou com tanta força que engasguei com um pequeno suspiro. E então nós dois estávamos em silêncio por um minuto. Eu lhe permiti reunir seus pensamentos.


— Ele era cinco anos mais velho que eu, mas nós fazíamos tudo juntos. Nós corremos através destas montanhas, fingimos que fazíamos parte de um bando de índios selvagens. — Ele sorriu de novo, mas então seu rosto ficou sério e ele ficou quieto por um segundo. — Ficamos sempre com medo do escuro quando éramos crianças. Silas, sempre implorava para nossa mãe manter a luz do corredor acesa. — Ele parou de novo. — Ele morreu na escuridão do campo subterrâneo, Dulce. — Ele engasgou o meu nome. — A energia caiu após o desmoronamento e eles estavam todos lá embaixo na escuridão. E eu não pude ajudar... Eu não pude ajudar, mas acho que ele estava com medo. Ele provavelmente estava muito assustado. Ouço-o mais e mais em minha mente sussurrando para mim como ele fazia de sua cama quando éramos crianças, ‘levante-se e ligue a luz, Chris’. E não há nada que eu possa fazer por ele. Absolutamente nada.


Eu apertei meus olhos fechados contra as lágrimas que ameaçavam cair.


— Eles estavam juntos, porém, seu pai e seu irmão. Todos aqueles homens. Aposto que eles ajudaram uns aos outros a lidar com isso. Todos os que eu conhecia, eles eram homens bons. Aposto que eles estavam todos lá, um para o outro no final.


— Sim — ele disse suavemente.


Ficamos ali em silêncio por alguns minutos até que Christopher se inclinou e me beijou de forma lenta e profundamente e havia algo diferente em seu beijo, mas eu não sabia exatamente o quê.


Ele puxou seus lábios para longe, mas mudou seu corpo mais perto do meu.


— Você me deixa louco — ele murmurou.  Ele roçou os lábios nos meus bem de leve e eu tremi. — E você faz a escuridão ir embora. Você me traz algum tipo de paz. — Ele soltou um suspiro de ar severo e eu bebi. — Eu não sei o que fazer com isso.


— Pegue, Chris. — eu sussurrei. — Você merece um pouco de paz. Deixe-me dar isso a você.


— E o que eu te dou, doce Dulce? — ele sussurrou, parecendo quebrado. — O que posso possivelmente dar para você?


Eu pensei sobre isso por um segundo.


— Você me ajuda a acreditar.


— Em que?


— Em Deus, na força.


No fato de que existem homens bons lá fora que são honrados.


Ele alisou um pedaço de cabelo para trás do meu rosto.


— Além disso, o seu ra/bo. Você tem realmente uma grande bun/da — eu disse.


Ele riu e depois ficou sério rapidamente.


— Eu sei.


Eu dei um soco de leve no ombro dele e ele sorriu, cruzando os olhos.


Eu ri.


— Você está tocado — eu disse, usando uma palavra que os povos da montanha usam para dizer "louco".


Ainda sorrindo, ele esfregou seu nariz no meu pescoço.


— Hmm. Eu gosto de como seu caipira interior sai quando você está irritada.


Eu ri, não me sentindo aborrecida com tudo.


— Você sabia que o dialeto das montanhas pode ser rastreado Isabelino Inglês?


— Não, eu não sabia disso — disse ele, correndo o nariz ao longo da minha mandíbula. Eu sorri.


— Hmmhmm. Appalachia e outros locais têm isso, porque há tantas áreas que são tão remotas, cortado do resto da sociedade, em uma série de maneiras... como a forma como nós adicionamos um ‘t’ para o fim das palavras como ‘duas vezes’ e ‘em frente’.


— Ah. Então, quando eu for para Nova York e dizer: ‘Puxe um brinde e faça um feitiço. Você parece uma alucinação’, eles vão pensar que eu estou falando o Inglês do rei?


Eu ri.


— Não, eles vão pensar que você precisa de um tradutor, mas você soa sexy quando fala tudo como um caipira.


Ele fez um som cantarolando e mordiscava minha mandíbula.


— Você gosta disso, hein? Bom saber. Porque mais tarde — ele arrastou seus lábios no meu pescoço — eu acho que vou lá embaixo.


Eu ri novamente e empurrei-o, enquanto ele ria também. Quando nosso riso desapareceu, Christopher empurrou meu cabelo para trás do meu rosto com ternura, o olhar cheio com algo que eu não tinha certeza de como ler, seus lábios ainda transformaram-se em um pequeno sorriso. Meus olhos se moviam sobre seu belo rosto, tentando discernir o que era aquele sentimento.


Depois de um momento, ele se inclinou e me beijou de leve.


— Quais são os seus sonhos? Diga-me — ele sussurrou.


Se apaixonar por alguém que vai ficar. Parar de desejar tão forte você.


— Hmm. Quero ver o mar. Dançar no surf. Ir jantar em um restaurante. Ter mais de um par de sapatos. Conseguir um desses bolos de aniversário comprados em lojas com as rosas perfeitas nos cantos. Achar um bom médico para minha mãe que sabe como curá-la. Ser uma professora para inspirar as crianças a amar livros tanto quanto eu. Viver em uma casa com um quintal e um jardim e minha própria cama.


Ele ficou quieto por um segundo. Finalmente, ele disse baixinho:


— Você deve ter todas essas coisas e mais.


— Quais são os seus sonhos, Christopher? Além de sair daqui... Que outras coisas você espera?


Ele ficou em silêncio por várias batidas.


— Eu quero ser um engenheiro. Eu quero ter uma geladeira que está sempre abastecida com alimentos. Eu quero fazer algo que importe, que realmente, realmente faça a diferença. E eu quero reconhecer aquela coisa quando aparecer.


Eu sorri, agradecida de que ele tinha compartilhado uma parte de seu coração comigo.


— Aposto que você vai fazer todas essas coisas, e ainda mais — disse eu, sentindo apenas uma pontinha de tristeza. Eu queria que ele alcançasse seus sonhos, mas eu queria saber se, quando ele fizesse, eu seria apenas uma pequena memória em sua cabeça.


Ele teceu seus dedos no meu cabelo e colocou sua boca na minha novamente e eu derreti em seu beijo.


Encontramos-nos se lançando um no corpo do outro como fizemos na noite passada e depois dormimos, envoltos em torno de si, a solidão e o frio deixado de fora do nosso casulo quente em nossos cobertores.



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 136



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  • ktya_camposdm Postado em 15/04/2021 - 22:54:22

    Amei essa fanfic. Chorei e me emocionei muito com ela😍😍

  • manu_amaral Postado em 24/01/2018 - 05:13:41

    Mds, nunca li uma fanfic como essa, inclusive me ajudou muito em muitas questões minhas, ela é uma fanfic incrível..

  • stellabarcelos Postado em 03/05/2016 - 07:06:12

    Beca que fanfic incrível! Tô apaixonada por tudo! Quanto amor! Chorei em várias partes! Mil vezes Parabéns e obrigada por ter adaptado!

  • nathycandy Postado em 24/11/2015 - 08:43:24

    Ouuuuuu meu amorrrrrrr.....já acabou... .fiquei sumida por esses tempos.....mas vim aqui me atualizar....ameiiiiii o fim....e chorei pois não queria que acabasse....mas como vc falou todas tem um fim e esse foi perfeito!!!

  • barken_vondy Postado em 23/11/2015 - 22:50:41

    Lindo final, adorei que eles formaram uma familia juntos ;D foi mt linda a historia parabens

  • Melicia Postado em 21/11/2015 - 19:19:39

    Gostei muito da fic, obrigado por posta-la. Adorei o final, eles tendo filhos, foi lindo.

  • LetíciaVondy Postado em 21/11/2015 - 15:05:51

  • LetíciaVondy Postado em 21/11/2015 - 15:04:49

    Amei muito a fic obg :) vou esperar a proxima concerteza

  • Dulce Amargo Postado em 20/11/2015 - 18:56:11

    Mil parabéns pela fanfic +_+

  • Lêh Postado em 20/11/2015 - 18:29:08

    é por que esse site bulina comigo, o bom foi que sofri menos kkk.. gente essa historia é perfeita, muito linda.. parabéns


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