Fanfics Brasil - 032 Preciso de Você || Vondy (Concluída)

Fanfic: Preciso de Você || Vondy (Concluída) | Tema: Vondy


Capítulo: 032

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Eu pensei nisso por um segundo. A repugnância de Christopher estava apenas um degrau abaixo de odiá-lo, e eu achei difícil odiá-lo completamente, eu ainda sabia do que ele era capaz de fazer. Ainda assim, eu precisava de algo para me agarrar.


— Sim. Sim, eu faço. E ninguém vai tirar isso de mim. Pelo menos, ainda não. Quando se trata de homens, nunca perdoar, nunca esquecer, esse é o lema da minha vida.


Ela olhou para mim com ar de dúvida.


— Esse é o meu lema de vida.


Eu suspirei.


— Bem, eu já adotei.


Ela mordeu o lábio e assentiu com a cabeça em compreensão.


Eu só tinha perguntado a Maite sobre Christopher uma vez, ou seja, a cerca de Anahí. Alguns meses depois de eu ter ido embora, eu tinha acordado no meio da noite, algo de um sonho, ou um pensamento meio-formado me convencendo que tudo o que ele disse — naquele dia horrível tinha sido uma mentira. Na escuridão da noite, parecia tão possível, provável mesmo, que ele não tinha dito a verdade. Eu sabia quem ele era. E isso não era ele. Não era. Os pedaços de alguns quebra-cabeças que eu não conseguia entender, uma vez que eu estava acordada, haviam chegado juntos na minha cabeça no nevoeiro do sono. Mas na parte da manhã, quando eu tinha ligado para Maite perguntando se ela tinha visto Anahí em torno da cidade, recentemente, ela confirmou que tinha e que ela parecia com alguns meses de gravidez. Poucos meses. Significando que Christopher tinha estado com ela no tempo que ele tinha dormido comigo. Eu tinha passado aquele dia na cama, enrolada, olhando para a parede, contemplando a lentidão de uma hora que passava, meu coração quebrou todo de novo. Eu prometi a mim mesma não perguntar sobre ele de novo e eu não o fiz. Nem uma vez. Até o mês que passou que eu tinha calculado na minha cabeça que seu bebê provavelmente teria nascido, eu não perguntei a Maite nenhuma coisa. Isso tinha tomado um ato de força de vontade diferente de qualquer coisa que eu tinha mostrado antes, mas eu consegui.


No dia, quatro anos antes, que ele me disse o que tinha feito, o dia que eu fui de sua casa de volta para a minha, foi a última vez que eu o vi. Naquela noite, minha irmã tinha me balançado em seus braços como se eu fosse um bebê e ela fosse uma mãe. Eu estava tão chocada e muito triste, que eu não conseguia nem chorar. No dia seguinte tinha ido falar com a diretora, a Sra. Branson, e perguntei-lhe se havia alguma maneira que eu pudesse mudar para San Diego imediatamente. Ela me disse que eu não podia me mudar para o dormitório, mas disse que ela tinha uma sobrinha que vivia lá, e ela ligou e perguntou se eu poderia ficar com ela por um par de meses até que as aulas começassem. A Sra. Branson conhecia muito bem minha situação em casa e eu fiz parecer que não podia suportá-lo mais nem um minuto. A verdade era que eu não poderia viver na mesma cidade que Christopher Uckermann, depois daquele dia — não por mais tempo do que eu tinha que fazer. E assim, uma semana depois que fiquei sabendo que eu tinha ganhado a bolsa de estudos da Tyton Coal, eu tinha deixado Kentucky, pela primeira vez na minha vida. E eu já tinha voado todo o país, deixando tudo o que eu já tinha conhecido para trás. Eu olhava desolada para fora da janela do avião apenas focando em tomar um fôlego após outro.


— Eu acho que você deveria saber...


— O quê? — Perguntei.


— Bem, ele trabalha abaixo do solo na mina. Eu o vi chegando em casa, coberto de pó de carvão.


O choque bateu no meu peito e eu congelei por um segundo, imaginando como Christopher ficaria como rosto enegrecido de um mineiro, apenas os dentes e os brancos de seus olhos aparecendo.


— A mina? — Eu guinchei. — Embaixo da terra? Ele não pode. — Lembrei-me do medo de pequenos espaços de Christopher, como ele detestava o escuro... seu irmão... Eu balancei minha cabeça. — Isso não é possível. — Ele nunca faria isso.


— Bem — disse ela suavemente — deve ser, porque ele faz. Eu sei que eu não deveria falar sobre ele, mas só achei que você poderia querer saber. — Ela me olhou com uma expressão sensível em seus olhos. — No caso de que você esteja indo para ir ver o Christian lá, eu não quero que você seja pega de surpresa.


— Obrigada, May — eu sussurrei. Minhas mãos tremiam só de pensar de Christopher lá em baixo... abaixo do chão, no escuro... Eu sabia que ele teria que trabalhar em algum lugar, mas nem por um segundo, imaginei que ele iria trabalhar no Tyton Coal. Como?


Maite me observava com preocupação, finalmente dizendo brilhantemente e, obviamente, para mudar de assunto:


— Então me conte mais sobre esta escola. — Ela bateu no meu joelho uma vez. Minha atenção retrucou a Maite.


Forcei um pequeno sorriso. Maite e eu tínhamos falado o mais rápido possível — eu mesmo enviei a ela um celular que ela poderia carregar com minutos, para que eu pudesse saber um pouco delas quando eu queria ou precisava.


Infelizmente, ela não mantinha sempre cheio, e se ela estivesse no trailer, não havia recepção de qualquer maneira.


Se ela estava no Al, só podia falar por alguns minutos antes de alguém, geralmente o Al, gritar com ela para voltar ao trabalho. Por isso, ainda tinha muito para conversarmos.


— Vamos nos encontrar na periferia da cidade, onde costumava ser a Sorveteria do Zippy, antes do desabamento da mina.


Maite assentiu.


— Não é na biblioteca?


Eu balancei a cabeça, um sentimento de profunda tristeza se movendo através de mim. Esse pequeno edifício de praticamente um galpão, realmente tinha sido o meu santuário em um ponto... e o lugar onde eu recebi o meu primeiro beijo... O lugar onde...


Eu cortei esses pensamentos, concentrando-se em Maite.


— O edifício vai ser demolido para dar espaço para a escola, mas vou arrumar os livros em algum lugar. — Eu respirei fundo. — De qualquer forma, eu já comecei a gastar o dinheiro dos subsídios. Eu tenho uma equipe de construção alinhada. Vai ser um monte de trabalho, mas estou animada com isso. E ela vai fazer tanta diferença para as crianças que vivem nesta montanha e os que ainda vivem em Dennville.


Maite assentiu.


— Isso é certo. Eu não posso nem imaginar o que teria sido se não tivéssemos que andar 9.6km até a escola todas as manhãs e, em seguida, de volta para casa.


Eu balancei a cabeça. Eu conheci um monte de crianças na montanha que não faziam esse esforço a maior parte do tempo, daí o ciclo interminável de analfabetismo, pobreza, desemprego e desesperança. Mas eu estava esperando mudar um pouco disso. Pelo menos para alguns, o inferno, mesmo para um.


Iria até mesmo ajudar as crianças que viviam em Evansly a irem para a escola de lá. Como estava agora, o sistema escolar público era tão superlotado, e os que dele necessitavam, não recebiam qualquer atenção.


Quando eu comecei a faculdade em San Diego, tinha me jogado em meus estudos com força total. Eu tinha estado em modo de sobrevivência, apenas tentando passar um dia após o outro, meu coração tão rachado e agredido, alguns dias eu parecia que estava muito quebrada para se mover.


Tendo outra coisa que não fosse Christopher para ocupar minha mente, tinha sido a minha graça salvadora. Um dia no fim do outono do meu primeiro ano, eu tinha chegado a uma discussão sobre as taxas de educação e pobreza em Kentucky em um pequeno grupo de estudo que eu estava. Eu disse a eles como as crianças como eu, que viviam na montanha caminhava 9.6 km ou mais para a escola todos os dias. Eu tinha me segurado de dizer-lhes o pior de tudo, mas o grupo tinha ficado espantado que, onde eu morava, poucas pessoas tinham carros ou até mesmo aquecimento. Havia um menino nessa classe, Howard, que mencionou que eu deveria procurar por subsídios para a construção de escolas. Esse comentário tinha vivido na parte de trás da minha cabeça por vários meses até que eu finalmente decidi realmente procurar por isto.


Eu passei os próximos anos recebendo minha licenciatura em literatura Inglesa e aplicação de concessão após a concessão, tanto públicas como privadas, para construir uma escola na cidade pobre de Dennville, Kentucky. Para minha surpresa e alegria, eu tinha garantido algumas doações de vários investidores privados antes que eu me formei há alguns meses. O financiamento iria pagar a construção, todos os custos operacionais, e uma pequena equipe.


E então eu estava em casa. Início de dar a volta por cima.


— Então, uma vez que esta escola for construída, você acha que é onde você vai trabalhar?


— Eu não tenho certeza. — eu disse baixinho, correndo o dedo ao longo do meu lábio inferior. — Talvez. Eu queria falar com você sobre isso, porém, May, quer dizer, voltar aqui, bem, isso significa que você e mamãe terão que esperar um pouco mais para sair desse trailer. — Eu fiz uma careta. — Eu vou ver se eu posso trabalhar no Al enquanto a construção está em andamento, e eu já guardei um pouco de dinheiro, enquanto estive fora, uma vez que minhas despesas eram todas pagas. Eu usei algum no meu carro, mas qualquer outra coisa que eu não enviava a você e mamãe, eu coloquei em uma conta bancária. Mas se eu trabalhar aqui na escola em Dennville, ou se todos decidirmos nos mudarmos para que eu possa trabalhar em outro lugar, pode ser.


Maite colocou a mão no meu joelho.


— Primeiro de tudo, Dulce, mamãe vai ficar longe por um pouco mais de tempo, pelo menos. Seus médicos dizem que mais três meses lá seria o ideal. Você só levou três anos e meio para se formar. Nós nem sequer esperamos você em casa até o verão. Podemos esperar, podemos esperar para você decidir, a construir o seu sonho. Estamos muito orgulhosas de você. — Ela puxou a mão para trás e estudou as unhas.  — De qualquer forma, eu... Bem, eu não passo muito tempo aqui.


Eu levantei uma sobrancelha.


— William?


Ela assentiu com a cabeça.


— Sim, seu lugar é bom. É quente. Ele é quente.


— Por que Maite, eu acredito que você está corando. — Eu frisei. — Você o ama, não é?


Ela fez um som estrangulado.


— Não, não, ainda é apenas casual. Mas por que ficar aqui — ela acenou com o braço em torno do nosso pequeno trailer — se eu posso ficar lá. É mais perto do trabalho, também.


Estudei ela. Eu não acreditei.


— Bom, tudo bem, isso é bom, então. — Eu me levantei. — Na verdade, eu preciso ir. Vou me encontrar com Christian no local em meia hora.


— Como está Christian? — perguntou ela. Notei hesitação em sua voz.


— Ele é bom. Você deve conhecê-lo, Maite ele é um cara muito legal. Eu sei que parece meio estranho com a história entre os nossos pais, mas ele nunca me julgou por isso, e eu não julgo também. Sério, ele teve coisas ásperas em seu próprio caminho.


Enquanto eu estava em San Diego, a minha amizade com Christian tinha florescido. Ele tinha ido para a escola em Califórnia, bem como eu, em Harvey Mudd, apenas algumas horas de mim, e quando eu estava fortemente envolvida na aplicação dos subsídios, eu pedi uma mão para ele por algumas informações sobre a Tyton Coal que pensei que seriam aplicáveis para a minha causa. Nós tínhamos chegado juntos várias vezes durante o almoço que se transformaram em jantar. Ao longo de uma algumas taças de vinho, eu disse a ele sobre Christopher e como ele tinha quebrado meu coração. Na verdade, tinha sido uma amizade realmente curadora para mim, considerando tudo. Christian também havia me dito que ele contou para seus pais antes de sair para a faculdade e não tinha ido nada bem. Ele não tinha certeza que ia ser recebido de volta na casa de seus pais. Ele já tinha um emprego esperando por ele de volta na mina, porém, assim ele teria que ter pelo menos algum tipo de interação com o pai. E, pelo menos, ele não havia sido cortado financeiramente.


Mas ele ficou afastado durante os verões como eu e se formou um pouco mais cedo também. Engraçado como era diferente as nossas vidas, e ainda o quão semelhante nossos corações sentiam.


Maite assentiu, mas parecia cética. Depois de um segundo, ela abriu um grande sorriso.


— Estou tão feliz por tê-la de volta, irmãzinha. Eu senti tanto sua falta.


Sorri para ela, meu coração apertado.


— Eu também. Você não tem idéia, Maite. — Ela se levantou e eu a segurei apertado, afundando-se no conforto do seu abraço, tão feliz por estar de volta com minha melhor amiga.


Quando eu me afastei, ela disse:


— Então, você quer visitar mamãe na próxima semana? Ela está nos esperando.


— Claro — eu disse. — Eu gostaria que pudéssemos ir mais cedo.


Maite balançou a cabeça.


— Ela faz muito bem em um horário específico. Ela está muito melhor, Dulce. Espere até vê-la. — Seus olhos se iluminaram de uma forma que eu não tinha visto desde que éramos crianças. — Espere até você falar com ela. É... — Ela ficou com lágrimas e começou a rir, como Maite normalmente fazia quando estava chorosa, que era raramente. — De qualquer forma...


— Eu mal posso esperar. — Eu sorri, pegando as mãos e apertando novamente. — Ok, estou indo. Eu sei que você tem de trabalhar até tarde. Vejo você na parte da manhã?


Ela assentiu com a cabeça.


— Sim, eu vou vê-la de manhã. — Eu a abracei novamente com força e com isso, eu estava de volta, porta a fora, recebendo de volta meu carro, e fazendo a viagem de volta para baixo da montanha.


Enquanto dirigia pela rua principal em direção à escola que seria construída, senti a mesma felicidade a partir de quando eu tinha avistado as montanhas pela primeira vez, mais cedo hoje. Sim, eu estava em casa. E vai ser bom — tudo ia ficar bem.


Mas esse sentimento durou pouco, quando olhei para a minha esquerda e vi a figura da pessoa quietinha me assombrado por quase quatro anos: Christopher. Meu coração gaguejou no meu peito e eu respirei fundo.


Ele tinha um pequeno menino nos ombros e Anahí estava atrás dele, rindo de algo que o menino estava dizendo. Christopher virou-se e disse algo a ela também, e depois riu. Eu vi como ele balançou o menino no chão, o menino gritando e rindo. Ele pegou a mão dele enquanto eles continuaram. Meu coração caiu em meus pés e eu segurava o volante enquanto meus olhos se encheram de lágrimas. Ele não tinha me visto. Eu suguei o ar, e o ar que veio estava afiado, como se fosse feito de um milhão de pequenas lâminas de barbear. Doeu para respirar. Ó Deus, dói para respirar. Todos esses anos eu tinha me torturado com a imagem de Christopher como um pai — Christopher como o pai de algum garoto, mas a realidade me perfurou tão profundamente, era uma dor física. Era verdade. Christopher teve um filho, uma criança.


Respire, Dul. Respire. Engoli em seco em uma pequena respiração saiu torturada. O que diabos eu estava pensando em voltar aqui?



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CAPÍTULO 22 POV DULCE Eu não voltei a ver Christopher novamente essa semana. Não que eu não esbarrasse com ele exatamente, eu não achava que ele tinha me visto, mas fiz um ponto para orientar de qualquer lugar que eu pensasse que ele poderia estar, e que incluía a avenida principal. Eu tinha puxado para fora da estrada naquele dia ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 136



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  • ktya_camposdm Postado em 15/04/2021 - 22:54:22

    Amei essa fanfic. Chorei e me emocionei muito com ela😍😍

  • manu_amaral Postado em 24/01/2018 - 05:13:41

    Mds, nunca li uma fanfic como essa, inclusive me ajudou muito em muitas questões minhas, ela é uma fanfic incrível..

  • stellabarcelos Postado em 03/05/2016 - 07:06:12

    Beca que fanfic incrível! Tô apaixonada por tudo! Quanto amor! Chorei em várias partes! Mil vezes Parabéns e obrigada por ter adaptado!

  • nathycandy Postado em 24/11/2015 - 08:43:24

    Ouuuuuu meu amorrrrrrr.....já acabou... .fiquei sumida por esses tempos.....mas vim aqui me atualizar....ameiiiiii o fim....e chorei pois não queria que acabasse....mas como vc falou todas tem um fim e esse foi perfeito!!!

  • barken_vondy Postado em 23/11/2015 - 22:50:41

    Lindo final, adorei que eles formaram uma familia juntos ;D foi mt linda a historia parabens

  • Melicia Postado em 21/11/2015 - 19:19:39

    Gostei muito da fic, obrigado por posta-la. Adorei o final, eles tendo filhos, foi lindo.

  • LetíciaVondy Postado em 21/11/2015 - 15:05:51

  • LetíciaVondy Postado em 21/11/2015 - 15:04:49

    Amei muito a fic obg :) vou esperar a proxima concerteza

  • Dulce Amargo Postado em 20/11/2015 - 18:56:11

    Mil parabéns pela fanfic +_+

  • Lêh Postado em 20/11/2015 - 18:29:08

    é por que esse site bulina comigo, o bom foi que sofri menos kkk.. gente essa historia é perfeita, muito linda.. parabéns


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