Fanfics Brasil - 003 Preciso de Você || Vondy (Concluída)

Fanfic: Preciso de Você || Vondy (Concluída) | Tema: Vondy


Capítulo: 003

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Eu deixei escapar um suspiro.


— Você me assustou! — Eu dei um passo para fora da lama, sentindo a umidade se infiltrando em minhas meias onde minhas solas estavam rachadas ou se soltando. Ótimo. Obrigada, Christopher.


Ele olhou para os meus pés, mas não mencionou os meus sapatos em ruínas. Seus olhos se estreitaram e ele estudou-me por algumas batidas.


— Por que você fez isso? Na loja? Por que você me ajudou? — Sua mandíbula ficou marcada de raiva.


Apertei os olhos para ele, inclinando a cabeça ligeiramente. Ele estava com raiva de mim? Mais que inferno?


— Por que você deu o sanduíche para a Sra. Lytle? — Perguntei. — Por que você não comeu? — Eu cruzei os braços. — Eu sei que você precisa de comida. — O meu olhar caiu para o chão na referência a esse momento privado no refeitório quando nossos olhos se encontraram. Mas então rapidamente olhei de volta.


Ele não me respondeu, e nós dois apenas ficamos nos olhando por alguns momentos em silêncio.


Por fim, ele disse:


— Ele demitiu você?


Seu rosto estava tenso e sério, e eu não pude deixar de admirar sua mandíbula forte, a linha reta do seu nariz, a plenitude de seus lábios. Eu suspirei. Nada bom viria dessas observações.


— Sim, ele me demitiu.


Christopher enfiou as mãos nos bolsos e quando comecei a andar, ele fez, também, jurando sob sua respiração.


— Merda. Você precisava desse trabalho. — Eu bufei uma risada sem graça.


— Você acha? Não, só achava que era inspirador trabalhar varrendo o chão por causa da disposição


encantadora de Rusty. Ah, se houvesse mais Rustys no mundo. — Eu trouxe a minha mão para o meu coração como se estivesse transbordando de amor e admiração.


Se Christopher notou meu sarcasmo, ele não o reconheceu. — Esse foi um movimento muito estúpido. — Parei e me virei para ele. Ele parou também.


— Um agradecimento não estaria fora de linha. Rusty teria prestado acusação em um minuto de Nova York. Ele teria deixado esse para prestar queixa, talvez até mesmo sua vida patética.


Christopher olhou para trás, para o horizonte. Ele chupou seu lábio inferior cheio e franziu a testa, finalmente olhando para mim.


— Sim, eu sei. — Ele fez uma pausa, seus olhos se movendo sobre o meu rosto lentamente. Eu me mexia sob seu olhar detalhado perguntando o que ele estava pensando. — Obrigado.


Aproveitei o tempo para estudá-lo também, agora que ele estava perto. Ele olhou para mim, seus olhos castanhos cautelosos, seus cílios longos e grossos. Era difícil realmente odiar alguém de tão boa aparência. Isso era apenas a injustiça da vida. Porque eu realmente gostava de odiar o menino que estava na minha frente. Em vez disso, eu olhei para o lado e comecei a andar. Ele caiu no passo ao meu lado, e nós caminhamos em silêncio por vários minutos.


— Você não tem que andar comigo.


— Uma jovem garota andar no escuro sozinha é perigoso. Eu posso garantir que nada de ruim acontecerá com você. — Eu bufei.


— Todas as evidências pesam ao contrário.


— Christopher soltou uma curta, surpreendida risada.


Eu ergui minha mochila em cima do meu ombro.


— De qualquer forma, jovem garoto? Eu sou tão velha quanto você. Talvez até mais velha. Faço dezoito anos em maio. — Ele me olhou de lado.


— Que dia? — ele desafiou, movendo-se à minha frente e andando para trás para que ele pudesse me olhar no rosto.


— 2 de maio. — Seus olhos se arregalaram.


— De jeito nenhum. Esse é o meu aniversário também. — Parei, surpresa.


— Que horas você nasceu? — Perguntei.


— Eu não sei exatamente... Algum tempo na parte da manhã.


Eu comecei a andar novamente e ele caiu no passo ao meu lado.


— Tarde — eu disse, relutante. Eu podia ver o satisfeito olhar em seu rosto com o canto do meu olho e apertei meus lábios.


Depois de um minuto, ele disse:


— Sério, porém, você deve ter cuidado. Há linces nesta montanha.


Eu suspirei.


— Linces são a menor das minhas preocupações.


— Você pensa assim até que um faminto está de pé direito na frente de você. Em seguida, ele se torna o seu maior e verdadeiro problema rapidamente.


Eu fiz um som divertido, agradável e Christopher olhou para mim.


— E o que exatamente você faria se um lince entrasse no nosso caminho agora, Christopher Uckermann? — Ele pareceu surpreso.


— Você sabe o meu nome. — Eu comecei a andar novamente.


— É uma cidade pequena. Eu sei o nome de todos. Não é?


— Não, eu nunca me preocupei com isso. Eu não preciso ouvir a história de qualquer um, e não preciso saber dos seus nomes.


Inclinei a cabeça enquanto olhei para ele.


— Por que não?


— Porque quando eu ganhar a bolsa de estudos Tyton Coal e sair daqui, não quero levar um bando de informações inúteis desta inútil cidade de merda comigo. — Virei-me para ele de novo, surpreendida.


— Você está tentando ganhar a bolsa de estudos?


Ele levantou uma sobrancelha para mim.


— Sim, isso te surpreende? Você não vê meu nome em toda a parte superior das listas acadêmicas?


— Eu... Eu quero dizer... — De repente, Christopher sorriu. Meus olhos se arregalaram e eu tropecei ligeiramente. Eu nunca tinha o visto sorrir assim, nem uma vez, e transformou seu rosto em algo... totalmente belo. Eu o encarei por um momento antes de reunir-me e aumentar a velocidade dos meus passos. Ele acelerou ao meu lado.


Eu balancei a cabeça, sentindo-se inquieta, e tentando lembrar o que tinha falado. Certo - a bolsa de estudos. Sim, fiquei surpresa. Eu já tinha visto o nome de Christopher em listas acadêmicas, mas não imaginava que ele tinha pedido a Bolsa de estudos da Tyton Coal. Ele nunca tinha aparecido em qualquer grupos de estudo ou cursos preparatórios. Era sempre eu, Angelique Rawlins e Zoraida Cooper. Eu sabia o que havia sido aplicado para a bolsa porque tínhamos discutido isso. Eu pensei que elas eram a minha competição. Christopher, apesar de suas boas notas sempre pareceu assim... desinteressado?


— Como é que você vai ganhar a bolsa de estudos quando eu vou ganhar a bolsa de estudos? — Perguntei, levantando uma sobrancelha.


Christopher olhou para mim rapidamente, a diversão em seu rosto quando ele balançou a cabeça.


— Não é um acaso — ele disse, sorrindo. — Mas faz as coisas mais interessantes, não é?


Eu bufei baixinho. Eu não precisava de interessante. Eu precisava de erudição. Mas eu mal podia acreditar que Christopher tinha muita chance de vencê-la se não tivesse ouvido falar dele aplicando até agora. Eu não descobrir se havia muito motivo para se preocupar.


Caminhamos em silêncio por alguns minutos antes que eu disse:


— Anahí não vai ficar louca se descobrir que você está...protegendo uma outra menina de linces? — Ele olhou para mim, confuso.


— Anahí? Por que ela... — Ele riu. — Ah, certo. — ele balançou a cabeça e passou a mão pelo cabelo castanho-dourado. Notei que era espesso e brilhante e enrolado em seu pescoço. — Eu e Anahí, nós somos apenas amigos.


Eu levantei minhas sobrancelhas, mas optei por não comentar sobre isso. Eu tinha o suficiente com que se preocupar, do que ficar pensando em quem Christopher Uckermann andava beijando.


— Então, onde você vai ir se ganhar essa bolsa? Não que você vá.


— Longe daqui.


Eu balancei a cabeça e mordi meu lábio.


— Sim — eu disse simplesmente. Christopher olhou para a esquerda, enquanto caminhávamos, passando uma casa de madeira atrás da estrada, a grande floresta por trás disso, e nem uma única luz acesa. Quando ele olhou para mim, estava usando uma pequena carranca. — Bem, obrigado, Christopher. Foi muito cavalheiresco de você me acompanhar até a montanha, sabe, apesar do fato de que você me fez ser despedida do meu trabalho, arruinou o meu único par de sapatos, e roubou o meu aniversário.


Continuei andando, e quando ele ficou ao meu lado, rindo baixinho com o que eu disse, olhei para ele interrogativamente.


— Eu vou apenas virar a direita da estrada. Eu não espero que existam quaisquer linces entre aqui e ali. — Dei um sorriso nervoso. Eu não sabia se ele já tinha visto o meu trailer, e não queria que ele especialmente visse. Mas ele apenas continuou andando ao meu lado em silêncio.


— Então, Dulce... O trabalho, você vai ficar bem? Quero dizer, — ele olhou para o lado, desconfortável, — há algo que eu posso fazer?


Mordi o lábio. O que ele vai fazer? Ele tinha uma mãe doente em casa também. Pelo que eu sabia, ele estava pior do que eu.


— Não. Eu vou sobreviver.


Christopher assentiu, mas quando olhei para ele, o olhar preocupado não tinha desaparecido de seu rosto.


Quando chegamos no meu trailer, eu parei e sorri, um pequeno sorriso, apertado para ele.


— Bem, boa noite — Eu disse. Christopher olhou para onde eu vivia por longos momentos enquanto a cor se levantou no meu rosto. Por alguma razão, ali com ele, aquilo parecia ainda pior do que costumava ser. Não só era pequena e frágil, mas a pintura estava descascando e enferrujada e havia um filme sujo sobre as janelas que eu nunca conseguia limpar, não importa o quanto o vinagre eu usasse. Sua casa não era muito melhor, mas eu ainda não podia deixar que a vergonha me enchesse enquanto eu olhava para minha casa através dos olhos de Christopher. Ele olhou para mim e meu embaraço deve ter sido evidente no meu rosto porque seus olhos se arregalaram e algo que parecia compreensão entrou em sua expressão. Girei sobre os calcanhares e caminhei com as pernas trêmulas para o meu trailer.


— Dulce Saviñon — Christopher chamou, deixando-me saber que, na verdade, ele sabia o meu nome também. Eu parei e olhei para ele interrogativamente.


Ele passou a mão pelo cabelo, parecendo incerto por um breve momento.


— A razão pela qual dei os sanduíche para Joan Lytle... — Ele olhou para longe como se estivesse escolhendo as palavras com cuidado. — Mesmo para pessoas como nós, há sempre alguém que está com mais fome. E a fome, bem, ela vem em diferentes formas. — Ele abaixou a cabeça. — Eu tento não esquecer isso — ele terminou e ficou em silêncio, parecendo um pouco envergonhado.


Ele enfiou as mãos de volta nos bolsos e se virou e se afastou de mim, de volta para estrada abaixo. Encostei-me ao lado de meu trailer e o assisti até que ele desapareceu.


Christopher Uckermann não era nada do que eu esperava. E algo que tanto me deixou confusa como me emocionou em uma maneira que eu não tinha certeza se gostava.


 


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 136



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  • ktya_camposdm Postado em 15/04/2021 - 22:54:22

    Amei essa fanfic. Chorei e me emocionei muito com ela😍😍

  • manu_amaral Postado em 24/01/2018 - 05:13:41

    Mds, nunca li uma fanfic como essa, inclusive me ajudou muito em muitas questões minhas, ela é uma fanfic incrível..

  • stellabarcelos Postado em 03/05/2016 - 07:06:12

    Beca que fanfic incrível! Tô apaixonada por tudo! Quanto amor! Chorei em várias partes! Mil vezes Parabéns e obrigada por ter adaptado!

  • nathycandy Postado em 24/11/2015 - 08:43:24

    Ouuuuuu meu amorrrrrrr.....já acabou... .fiquei sumida por esses tempos.....mas vim aqui me atualizar....ameiiiiii o fim....e chorei pois não queria que acabasse....mas como vc falou todas tem um fim e esse foi perfeito!!!

  • barken_vondy Postado em 23/11/2015 - 22:50:41

    Lindo final, adorei que eles formaram uma familia juntos ;D foi mt linda a historia parabens

  • Melicia Postado em 21/11/2015 - 19:19:39

    Gostei muito da fic, obrigado por posta-la. Adorei o final, eles tendo filhos, foi lindo.

  • LetíciaVondy Postado em 21/11/2015 - 15:05:51

  • LetíciaVondy Postado em 21/11/2015 - 15:04:49

    Amei muito a fic obg :) vou esperar a proxima concerteza

  • Dulce Amargo Postado em 20/11/2015 - 18:56:11

    Mil parabéns pela fanfic +_+

  • Lêh Postado em 20/11/2015 - 18:29:08

    é por que esse site bulina comigo, o bom foi que sofri menos kkk.. gente essa historia é perfeita, muito linda.. parabéns


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