Fanfics Brasil - Capítulo 1 - Tempos de revolta Arcadia Clan

Fanfic: Arcadia Clan | Tema: Lobisomem


Capítulo: Capítulo 1 - Tempos de revolta

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A história passa na cidade de Saboya, em Leda (um país industrializado, sendo uma potência econômica no mundo fictício desta fanfic). Saboya é a capital de Leda, e também a cidade mais habitada do país e uma das mais movimentadas de seu continente. Além das indústrias e a vida de cidade grande, Saboya também é uma cidade portuária.


Nela também, esta uma prestigiada instituição de ensino: A Universidade de Saboya, cujo renome é internacional. Nela estudam duas personagens pelas quais começaremos a desenvolver a história; As estudantes Beatrice e Milena. Saindo da aula, Milena espera Beatrice em frente ao prédio onde sua amiga tem aula. E impaciente, ela olha o relógio, e suspira.


Milena: Que saco. Meio-dia e ela ainda não saiu. Desse jeito vou comer sem ela.


Mas logo ao dizer isso, toca o sinal daquele prédio que, embora aparentemente velho, possua estrutura bem acabada, abrigando laboratórios, salas de aula, dentre outras coisas com que se ocupam em seu vasto tamanho. Os alunos de lá começam a sair, e esperando bem em frente as escadas, perto de uma estátua e um soldado que carrega a bandeira de Leda, está Milena esperando por sua amiga. Em meio àquela multidão, Beatrice aparece e vai ao encontro de sua amiga.


Beatrice: Amiga, desculpa te fazer esperar. - elas se cumprimentam com um abraço. - É que o professor demorou muito. Só espero que ele não esteja cansado de nos esperar.


Milena: Então vamos logo. Ele é paciente, mas com sua demora entendo caso tenha comido na nossa frente. - Milena pega sua amiga pelo pulso e corre com ela até a portaria daquele campus. - Vamos!


Beatrice: Ai, vai com calma.


Por sorte, o prédio onde Milena estava não é tão longe da portaria da Universidade. As duas saem por aquele enorme portão e atravessam dois quarteirões, indo para um restaurante onde marcaram de encontrar um amigo. Pelo fato do horário ser de pico, o trânsito da cidade está movimentado, ainda mais por aquela região, onde perto estão muitos centros comerciais e empresas grandes. Chegado ao restaurante, elas encontram na sua faixada dois garotos com a aparente faixa etária das duas. Um é mais baixo, de cabelo castanho claro e curto, e usa uma camisa simples de azul. O outro é mais alto, e usa uma roupa comprida e preta, com uma faixa que possui o emblema do clã. Ao se aproximarem do primeiro, o mais baixo, elas o tratam amigavelmente, por ser o amigo com quem marcaram o encontro.




Beatrice: Que fofo, usado o colar que te dei. - disse Beatrice ao garoto mais baixo, que usava um colar com uma pedra azulada - Como vai, Bruno?


Bruno: Obrigado. Eu vou bem. - diz enquanto fica mexendo na pedra do colar - E as duas?


Milena: Eu vou bem. Mas me diga, quem é o do teu lado aí? É o amigo que disse que viria contigo?


Bruno: Sim garotas, ele é meu amigo Norman, ele...


Norman: Olá, garotas, prazer em conhecê-las. Me chamo Norman. 


Beatrice: (sorridente) Prazer. Eu me chamo Beatrice, e essa é a minha amiga Milena.


Milena: (acena para ele) Olá.


Beatrice: Não querendo ser chata, mas não está com calor com essa roupa? 


Milena: Bonita, mas extravagante.


Norman: Isso é um uniforme. Como soldado, nunca descanso para defender meu Clã. Embora essa roupa não seja feita para lutar, ela serve para patrulha.


Beatrice: Lobisomens ... Por quê são tão complicados?


Norman: Sei que para um humano é difícil entender, mas...


Bruno: Ei, ei, gente. Alô? Estou com fome. Vamos comer?


Milena: Concordo com o Bruno! Vamos.


Bruno: Lá dentro a gente conta melhor sobre isso, Bea.


Ao entrarem no restaurante, ambos se direcionam ao self-service e montam, cada um, o seu próprio prato. Como foram mais para se encontrarem e conversar, escolheram um lugar que fosse perto da Universidade das garotas e que fosse de serviço rápido, imaginando a fome de todos na ocasião. Cada um monta um prato ao seu gosto, escolhendo o que melhor lhe convém. O que chama a atenção, porém, é o prato de Roman e Bruno: Roman fez um prato cheio, apenas com carne, e Bruno colocou majoritariamente carne, mas também, outras coisas do gosto dos humanos, como macarrão, batata frita, salada, etc. Ao se sentarem, eles retomam o assunto. Norman explica para as garotas o porque de usar um uniforme mesmo num contexto tão casual. O motivo é, como ele alega, por orgulho do Clã Arcadia, ao qual ele e Bruno pertencem.


Explica que, para um lobisomem, não existe noção de individualidade, ou de sujeito. Todos são partes que integram um todo, pelo qual zelam e dão suas vidas quando e se preciso. Este todo é o Clã. Alguns membros são, desde a infância, treinados para servir diretamente ao Clã, protegendo-o e atentos a qualquer ameaça ao seu todo ou seus membros. Por isso, o uso daquele uniforme para ele significa tanto. As garotas reparam, nas mangas da blusa de Bruno, o emblema do clã estampado de preto, diferente das mangas da roupa de Roman, onde o emblema está em cor azul. 


Milena: Vendo assim os lobisomens parecem ser tão bonzinhos. Nem parece com os monstros que cresci ouvindo meu pai descrever.


Bruno: Pois é. Nossas espécies não tiveram uma boa relação ao longo da história, mas muitos clãs ultimamente visam estabelecer paz entre eles e os humanos. 


Roman: Mas tem gente de ambos os lados que faz questão de criar problema. - diz enquanto come, cortando e levando um pedaço de carne à boca.


Milena: Mas Roman, você não disse ao que está protegendo. Você se sente em serviço agora? Parecia tão atento quando o vimos com o Bruno. Estava procurando alguma coisa parece.


Roman: É que o Bruno, além de ser meu amigo, ele é príncipe do Clã. Como parte do meu dever, devo proteger os integrantes da família real.


O espanto de Milena ao ouvir isso faz com que ela levante e bata as duas mãos na mesa. Seus olhos, tal como o tom de sua voz, ressaltam sua surpresa.


Milena: O quê? Um príncipe?! - No mesmo instante, vira-se para sua melhor amiga. - Bea, você sabia disso?


Beatrice: Sabia, Milena. Senta. - ela faz sinal para sua amiga se sentar e prossegue. - Pelo o que eu saiba, o pai dele era o rei, e antes o avô...


Milena: Mas príncipe não usa joias? O Bruno é sempre tão simples. Como pode isso?


Roman: (suspira) Nos olhando com olhos humanos de novo!


Bruno: Milena, é que a família real do Clã Arcadia não guarda para si nenhuma riqueza. Nossas leis nos desapropriam de luxo, pois toda a riqueza é compartilhada em benefício do Clã. Logo, não temos como ostentar bens.


Milena: É, bem os humanos poderiam adotar isso. O mundo seria mais pacífico.


Enquanto conversam mais um pouco, logo depois de terminarem, as garotas depois avisam que precisam ir embora. Por cortesia, Bruno se oferece para acompanhá-las até em casa, e pede para Roman seguí-lo. Caminham por aproximadamente vinte minutos até o lugar onde as duas moram. Bruno e Roman chegam com elas num prédio pequenos, de três andares.


Milena: Roman, posso fazer uma pergunta?


Roman: Sim, pode.


Milena: É que tipo, eu sei que o Bruno não come humanos. Mas e você, come?


Roman: Serei sincero quanto a minha resposta. Eu fui educado pelos meus pais, tal como qualquer lobisomem, a comer carne humana. O tempo, contudo, me mostrou que não vale a pena. 


Beatrice: Agora eu que "tô" curiosa. Por que viu isso?


Roman: Não é algo tão necessário para nós. Podemos viver bem sem carne humana, eu mesmo não sinto falta.


Milena: E você, Bruno?


Bruno: Oi? ... Bem, é, eu nunca experimentei.


Milena: Como? O Roman disse que os lobisomens comem carne humana desde pequeno.


Bruno: É que meu pai prezava pelo convívio em harmonia com os humanos. Por causa disso, nunca experimentei. E além do mais, minha mãe era humana.


Milena: E isso não lhes fazem falta?


Os dois acabam dizendo ao mesmo tempo que não.


Roman: Temos uma vida saudável do mesmo jeito.


Bruno: Assim como existem humanos que optam por viver sem comer carne ou doces, nós o fizemos por não comer carne humana.


Breatice: Faz sentido. Bem, garotos, precisamos ir. Beijos.


As duas se despedem dos dois, e entram em seu prédio. Bruno e Roman acabam seguindo de volta aonde moram, mas sabem que o caminho até lá é um pouco demorado, devida a distância. Mesmo assim, optam por pegarem um ônibus. No ponto de espera, Bruno pergunta para seu amigo. Conversam baixo, porém, para não se exporem demais diante para as pessoas ali próximas.


Bruno: Por que não viramos lobo e vamos correndo? Chegaríamos mais rápido na forma de licantropo do que nessa forma andando.


Roman: Não podemos nos expor assim. É perigoso. Lembre-se que podemos esbarrar com caçadores. E falando nisso, entendo que tenha amigos humanos, mas não acha perigoso irem assim sabendo de sua identidade?


Bruno: A Bea é minha amiga de infância, calma. E mais, a Milena é legal. Não tem com o que se preocupar.


Roman: É, você é mesmo filho do Zeno.


O ônibus dos dois chega no mesmo instante, e ambos embarcam. Procuram um lugar para sentarem, e Roman se senta à janela e Bruno do lado dele. Bruno remota a conversa quando o ônibus segue pelo trânsito.


Bruno: Não vejo porque nossas raças precisas precisam ter tantos atritos assim. Eu gosto dos humanos.


Roman: É, você tem razão. Me desculpa. É que eu cresci com aquela visão que você bem conhece de humanos serem apenas comida.


Bruno: Visão que meu pai combateu, e eu sigo. Afinal, lembre-se, minha mãe era humana.


O assunto quanto aos seus pais é algo que sempre deixa Bruno triste, pois ambos estão mortos. A mãe dele, com quem passou os seus primeiros anos, morreu num acidente de carro, no qual Bruno também estava também. Era uma humana com quem seu pai se relacionou casualmente. O pai dele, contudo, era um lobisomem puro, isto é, filho de lobisomens, porém, via os humanos como semelhantes, amigos, e acreditava um dia num mundo onde pudesse coexistir em sociedade.


Roman: Ei, Bruno, está bem?


Bruno: Sim, estou, só lembrei do que meu pai dizia: Os humanos não são para nós como as vacas e os porcos são para eles. Humanos comem esses animais, e alguns de nós comem humanos, isso é verdade, mas...


Roman: Mas...? O quê?


Bruno: Os humanos não são amigos dos animais que comem, coisa que podemos ser dos humanos. Humanos podem ser nossos amigos, vizinhos, colegas de trabalho, até pais e mães de nossos filhos.


Roman: Assim como a Beatrice e sua mãe são para você, imagino.


Bruno: Isso. Mas vamos mudar de assunto. E seu "tio", como ele está?


Roman: (dá um leve riso ao ouvir isso) Meu pai está bem. Ele foi no Oeste ver o caso de uns assassinatos num gueto de lá. 


Bruno: Por isso ele está fora esses dias. Mas espera, assassinatos? O que aconteceu? Problemas com caçadores?


Roman: Eu não sei lhe dizer ao certo, mas até onde fui informado, houveram marcas de dentes e arranhões profundos nas vítimas. Os cortes são irregulares demais para terem sido feitos por armas.


Bruno: Então o autor das mortes é um lobisomem.


Roman: Um ou mais. Creio que seja obra de algum lobisomem fazendo isso contra nosso Clã.


Ao chegarem no ponto de descida, eles segue andando mais um pouco até o gueto. O "gueto" é como os lobisomens referem-se ao bairro deles. O Clã instrui que, para os lobisomens que vivam fora de da aldeia do Clã, que se organizem num único bairro, para que fique mais fácil dos soldados encarregados de sua segurança garantirem melhor a segurança destes indivíduos que vivem em outras cidades. No caso, como Bruno e Roman vivem em Saboya, os lobisomens que vivem nessa cidade tendem a viverem todos nesse "gueto". Ao chegarem lá, percebem um tumulto. Muitas pessoas em volta de algo, e correm para ver do que se trata. Observam, no meio da roda, um corpo sendo coberto por um manto e homens usando as mesmas roupas de Roman carregando este corpo.


Bruno: O que aconteceu? - Pergunta para quem vê do seu lado.


O indivíduo responde que o corpo foi visto com rasgos no abdômen e no pescoço. Usava, além de tudo, uma faca, o que faz presumir que morreu em combate.


Bruno: Roman, vamos ver do que se trata.


Roman: Quer mesmo ir?


Bruno: Você é um soldado, você pode estar por dentro disso. E eu sou da família real, eles não podem me esconder informações.


Roman: Então vamos.


Os integrantes do Clã que carregam o corpo são seguidos por Roman e Bruno. o gueto é um lugar que visa ser autossustentável: Possui escola, pequenos estabelecimentos como mercados, hospital, entre outras coisas que sejam de utilidade dos membros do Clã. Como não há instituto legista, os casos onde as autópsias são feitas é no subsolo do hospital do Clã. Para lá que eles se dirigem, e bem depois Bruno e seu amigo chegam ao hospital, e se dirigem ao subsolo. Chegando lá, eles vão para a sala da autópsia e entram nela. 


Um dos lobisomens: (voltando seus olhos para a porta) Não sei se é bom verem isso. Vocês são novos.


Roman: Aconteceu igual do que está no interior.


Ao verem o cadáver descoberto, percebe as aberturas no abdômen e no pescoço. O pescoço não está tão grave, mas o corte expõe a traqueia do indivíduo. O corte no abdômen é mais grave, chegando a expor as vísceras.


Bruno: Será que foram os mesmos autores?


Outro lobisomem: O que querem dizer com isso?


Bruno: Pensa. Sabe as mortes do interior? Os casos que ocorrem no Oeste?


O mesmo lobisomem: Sim, eu sei.


Bruno: Este membro morreu da mesma forma. Certeza que o responsável é o mesmo.


Roman: Droga, isso quer dizem que o gueto foi infiltrado. Seja quem for, já se encontra aqui.


Bruno: Nós vamos nos retirar. Informem os parentes da vítima e encaminhem o funeral, entendidos?


Ao dar ordens, Bruno e Roman saem do hospital, e enquanto chegam a porta, encontra três homens parados na porta, e um deles diz o nome de Bruno. Dois deles aparentam ter uns trinta anos de idade, e o do meio, que é mais baixo que Bruno, aparenta a mesma faixa etária dele e do Roman.


Bruno: Pois não, digam.


O homem do meio, o mais baixo, apresenta-se.


Valens: Olá, me chamo Valens. 


Bruno: Prazer em conhecê-lo. Já sabem meu nome, pelo visto. Nunca os vi no gueto, quem são?


Valens: Perdoem a gente, somos novos na área. Nos mudamos de outro gueto, mas somos membros do Clã.


Ao olhar as vestimentas deles, percebe que um dos acompanhantes de Valens usam um pano na barra da calça. O pano é de cor laranja, e possui um emblema em roxo claro.


Roman: Vejo que não estão dizendo tudo. E esse pano com o emblema? Falem a verdade, de que Clã vocês são?


O lobisomem do pano: Tudo bem, não dissemos tudo. Somos, ou melhor, éramos do Clã Guevaud, 


Bruno: Guevaud? Esse nome não me é estranho...


Valens: Os Guevaud travaram uma guerra com os Arcadia trinta anos atrás. Os Guevaud perderam, e o Clã foi dissolvido, tendo seus membros incluídos no Clã Arcadia.


Roman: Mas esse pano? Por que o usa dessa forma? O que quer insinuar sendo que o Clã Guevaud nem existe mais?




O lobisomem do pano: Ei, deixa de ser insensível. Ele pertencia ao meu pai, guardo em tributo à ele.


Roman: (olhando meio desconfiado) Tudo bem. Me desculpe.


Bruno: Agora, se nos dão licença, precisamos ir.


Ao dizer isso, tanto Bruno quanto Roman se retiram do hospital, mas...


Valens: Bruno, esse é seu nome. Né? Eu o vi com duas humanas hoje, há poucas horas.


Na hora, Bruno para.


Bruno: O que quer dizer?


O outro lobisomem Guevaud: Elas parecem ter um gosto bom.


Valens: Gramimond, não seja tão grosseiro. Elas parecem ter um bom gosto sim, mas também são duas gatas.


Roman: Eu não estou gostando desse assunto. DIGAM, O QUE QUEREM LOGO!


Valens: Ei, foi mal. Se já estão em mente comê-las, tudo bem. Procuraremos outros humanos para isso.


Bruno: ELAS NÃO SÃO COMIDA. SÃO PESSOAS QUERIDAS PRA MIM.


Na hora, Valens e os outros dois começam a rir disso.


Valens: Brincando com a comida? Não sabia que isso era costume do Clã Arcadia.


Roman: Chega! Se desrespeitarem nosso Clã de novo, eu mato os três.


Valens: Calma aí garotão, não quis ofender ninguém não, oh. Além do mais, minha mãe é uma Arcadia. Sou um mestiço.


Roman: Peça para que ela lhe ensine boas maneiras.


Essa frase cai como um soco para Valens. Ele fica mais quieto, com uma expressão triste.


Valens: Ela está morta.


Bruno: Perdoe meu amigo. Roman, vamos nos retirar. Temos mais o que fazer.


Roman: Tudo bem, vamos.


Roman e Bruno em seguida correm, como é típico dos lobisomens se deslocarem. Embora ainda em forma humana, os dois correm numa velocidade maior do que um humano comum consegue.


Gramimond: (virando-se para Valens) Acha que eles podem nos oferecer ameaça? Vai mesmo ameaçar as amigas deles?


Valens: Não, relaxa. Usei as humanas apenas para testar a ira dele. Vejo que esse príncipe é frouxo. Mas sabe, acho uma boa ideia usá-los como reféns. Acho que o chefe não vai se incomodar de fazermos um pouco mais de barulho.


Já está quase anoitecendo, e Valens e seus companheiros se encontram nos arredores de Saboya. Eles caminham pela mata, e se deparam com um homem de porte médio, mas com musculatura desenvolvida. Ele usa uma capa preta, e aparece pulando de uma árvore e caindo em pé no chão. Tirando seu capuz, ele revela seu rosto caracterizado com um corte horizontam no olho direito, diante de Valens.


Valens: Chefe, Armand matou o lobisomem que pediu hoje no gueto. 


Armand é o lobisomem que usa o pano que Roman havia implicado horas antes, e ele se ajoelha diante ao home de capa.


Armand: Chefe, peço para que da próxima vez não nos mande para matar um Arcadia em plena luz do dia. Se fôssemos pegos, seria nosso fim.


Valens: E chefe, deixa eu perguntar... Eu conheci hoje o príncipe de quem falou. Bruno é o nome dele, certo? Ele é exatamente como me descreveu.


Clovis: Caso se refira ao jeito calmo, se deve à influência do pai dele. 


Valens: Exato. Ele embora tenha se irritado comigo, sequer deu sinal de ataque. Mas eu pensei uma forma em testar a ira dele, eu posso por esse plano em prática?


Clovis: E que plano teve em mente?


Valens: O segui hoje, como me pediu, e percebi que ele tem amizade com duas humanas. 


Clovis: Tudo bem, pode fazer isso caso se sinta à vontade.


Armand: E chefe, hoje um soldado me viu com esse pano do nosso Clã, devo escondê-lo? Ele implicou comigo, e se outro soldado...


Clovis se aproxima de Armand e o segura pelo pescoço. Aperta-o com força, de modo a sufocar e impedir que seu recruta termine suas palavras. 


Clovis: ESTÁ COM MEDO? - Diz num tom enfurecido, com sua voz robusta e intimidadora. - SE PREOCUPA COM UM SOLDADO DE MERDA RECLAMANDO? VOCÊ É UM GUEVAUD.


Levnatando Armand pelo pescoço, Clovis o solta quando o joga fazendo bater com as costas em uma árvore, e termina de falar enfurecidamente.


Clovis: Vejo que alguns de nós amarelaram desde que nosso Clã foi desfeito. Nosso emblema não deve ser mais um símbolo a ser escondido. Em breve, podemos voltar a usar a bandeira de nosso Clã orgulhosamente, e para isso, faremos os Arcadia pagarem pelo o que fizeram as Guevaud.


Gramimond: Chefe, já trouxeram comida? Estou com fome.


Clovis: (ele faz um sinal com a mão para cima e assobia)


Ao fazer o sinal, um lobisomem anda em forma de lobisomem. Ele usa uma roupa toda laranja, havendo na estampa da camisa o emblema do Clã Guevaud. Ele está na forma de lobisomem, rendo robusta. Seu olhar é feroz, íris castanhas, e pelagem castanho claro, havendo um leve tom ruivo em seus pelos, Carrega, pelos braços, dois humanos amordaçados, com panos sobre a boca e fazendo "não" com a cabeça, implorando para não serem comidos. Todos os demais ali, tanto o Clovis quanto Valens e os seus colegas, adquirem a forma de licantropo, e atacam os dois humanos, jantando-os com o anoitecer.


Chegado o dia seguinte, Valens se dirige com Gramimond até a Universidade de Saboya. Ambos estão em sua forma humana, e passam por lá buscando reconhecer Milena e Beatrice, as amigas de Bruno. Ele passa pelos arredores de uma das faculdades ali naquele vasto campus. Passam a manhã inteira procurando pelas duas, até que, por volta das nove e meia da manhã, avista-as saindo da biblioteca. 


Valens: São elas, vamos.


Gramimond: Quais?


Valens: (apontando para as duas) A morena ali de azul e a loira do lado dela, aquela peituda ali de branco.


Gramimond: Tudo bem, vamos.


Ambos pulam das telhas de um prédio para outro, de modo a seguir as garotas até um lugar menos movimentado. Durante o caminho, elas ouvem algo pular entre os prédios da Universidade, como também formar-se sombras por cima delas (por conta de Valens e Gramimond passando por elas). Ao passarem por entre dois prédios, indo em direção a outro que serve como beco em saída, ele aproveitou a ausência de testemunhas e pulam diante delas. Pela força sobre-humana dos lobisomens, a queda pouco surte impacto sobre o corpo deles, fazendo com que caiam como se fosse se ajoelhar, e se levantem rapidamente.


Tanto Beatrice quanto Milena assustam-se ao verem os dois homens aparecerem diante delas após um salto. Gramimond saca uma faca de seu bolso e aponta para elas.


Gramimond: Anda, anda! Venham logo!


As duas, aterrorizadas, aproximam-se deles. 


Gramimond: Estiquem os braços, e juntem os pulsos. - Aponta a faca para elas. - Sem demora. Rápido.


As duas atendem ao pedido e, em seguida, Valens tira laços de seu bolso, que usa para amarrar os pulsos de ambas e amordaçar as mãos. Valens deita Milena nos braços e Gramimond aproxima-se para deitar Beatrice. Em seguida, ambos pulam novamente em direção ao telhado, e saem da universidade e passam pela cidade pulando telhas em telhas de casas e edifícios. 


Valens: (olhando para Milena) Mina, na boa, você é muito peituda. DEMAIS!


Milena: Seu tarado. Me solta! O que querem com a gente?


Gramimond: Valens, seja mais respeitoso. Aposto que dariam um bom lanche.


Valens: Fale por você. Mulher bonita só consigo pensar em comer em outro sentido da palavra.


Gramimond: (suspira) Adolescentes!


Valens: Mas, enfim, nosso objetivo não é comê-las, e sim, usá-las.


Beatrice: Como assim? Seu pervertido, não vai me encostar não.


Valens: Vocês são amigas do Bruno, não são? Digamos que tenho contas à acertar com ele. Ou melhor, meu Clã tem contas contra o dele.


Gramimond: Por isso, pedimos para que cada uma fique na sua. Nosso chefe não é muito tolerante. 


Valens: Isso é verdade. O Clovis, caso se irrite com elas, ou as mata ou as serve de jantar.


Chegado numa parte periférica do centro de Saboya, eles levam as garotas para um depósito abandonado, deixando-as fechadas num quarto onde só tenha uma mesa de centro pequena e uma lâmpada com a luz já bem fraca. Elas são mantidas ali amarradas, uma de frente para a outra, cada uma sob uma parede. Antes de sair, Valens conversa com elas.


Valens: Eu não tenho nada contra vocês. Se não perturbarem os meus colegas de Clã, garanto que posso tirá-las com vida daqui. Então, por favor, peço para que colaborem.


Beatrice: E o Bruno?


Valens: O Bruno é certamente a pessoa que não queremos garantir a vida. Ele e toda a família real do Clã Arcadia.


Beatrice: Por quê? - Ao ouvir isso ela começa a ficar aflita. - O Bruno é uma ótima pessoa. Ele não fez nada para vocês.


Valens: Olha, eu não sei como os humanos pensam, mas nós lobisomens pensamos assim. Mexeu com um, mexeu com o clã inteiro. 


Do lado de fora, Gramimond chama por Valens.


Gramimond: (gritando) VALENS, DEIXE-AS AÍ E VENHA JÁ.


Valens: (vira-se para as garotas) Eu estou indo. Tratem de ficarem quietas. 


Em seguida, fecha a porta do depósito. Valens dirige-se ao pátio que existe naquele prédio velho aonde se encontram. Lá estão, além de Gramimond e Armand, Clovir recém-chegado com outros comparças. Todos formam uma roda, na qual Clovis está no meio discursando.


Clovis: Nossos irmãos vindos do oeste estão para chegar em dois dias. Seguinte, quanto todos estivermos aqui, iniciaremos nosso ataque. Primeiro, ao gueto de Saboya, depois, à aldeia dos Arcadia. Eles não quiserem destruir nosso Clã? Então nós quem vamos destruir o deles. 


Um lobisomem na roda: Somos Guevaud!


Todos começam a gritar, como numa marcha: "Somos Guevaud".


Clovis: E para ajudar ao Clã ... Valens, tu trouxe as amigas do príncipe Bruno?


Valens: Sim, elas já estão aqui.


Clovis: Então seguinte, preste atenção. Você vai usá-las para atrair o Bruno, e você mesmo irá matá-lo. Usaremos a cabeça dele para intimidar o rei e quem tiver da família real.


Outro lobisomem na roda: Chefe, temos uma informação sobre a família real que creio que gostaria de saber.


Clovis: E sobre o que se trata?


O outro lobisomem na roda: O rei legítimo está morto, junto de seus pais e seu irmão. Só dois integrantes da família principal restaram. Um é o Bruno, e o outro, o irmão dele de quem não conseguimos descobrir o paradeiro.


Clovis: Isso se torna ainda melhor. Com o Bruno indo, depois só faltará o irmão dele. Agora Valens, me ouça!


Valens: Sim, senhor.


Clovis: Te deixaremos aqui apenas com as garotas, o Gramimond e o Arnaud. Sairemos todos nós para buscar alimento para a nossa ceia antes de por o plano em prática.


Passadas algumas horas, no gueto de Saboya, Bruno e Roman estão treinando no pátio da casa desse segundo. Ambos estão na forta de licantropo, na qual ambos possuem o corpo um pouco mais robusto, e caracterizados pela pelagem castanha escura de ambos. Eles estão curvados, e se posicionam e correm em direção para desferir ataques um no outro. Os golpes consistem em socos e chutes em alta velocidade, nos quais cada um consegue se defender ou esquivar da maioria. Roman, por ser mais habituado com os treinos, possui mais êxito, mas ele leva um chute certeiro no queixo que o faz voar e cair no chão. Sua queda, porém, é amortecida por ele colocar a mão no chão e dar uma cambalhota no ar que o faça cair de joelhos no chão.


Roman: Bom ataque. Está começando a melhorar.


Bruno: (diz ofegante) Sabia que começar a treinar todo dia melhoraria minhas habilidades.


Roman, ao ver seu amigo descansando e de guarda baixa, corre em direção à ele. Ao chegar perto, salta e vira seu quadril de lado, dando um chute frontal que acerta a barriga de Bruno, Com o impacto, Bruno para na parede e bate com as costas com tudo. Além do impacto, sua expressão mostra surpreendimento pelo golpe.


Roman: Mas ainda precisa ficar mais atento.


Da mureta da casa de Roman, dois soldados do Clã Arcadia aparecem com o pé sobre o topo. Eles estão na forma de licantropo, com uniformes do Clã. Um deles, porém, carrega um outro lobisomem algemado. Este lobisomem algemado possui pelagem igual à um Guevaud.


Um dos soldados: Senhor Roman, príncipe Bruno, não quero atrapalhar o treinamento, mas este sujeito possui algo à dizer para o príncipe.


Lobisomem algemado: Suas amigas humanas foram raptadas por nós. Qual o nome delas mesmo? Deixa eu ver...


Ao ouvir isso, os olhos de Bruno saltam. Ele fica preocupado, zeloso pela vida de suas amigas humanas, ainda mais por Beatrice ser sua amiga desde a infância.


Lobisomem algemado: Lembrei. Uma se chama Milena e outra Bea, Bea... Beatriz, Beana, não lembro. Ah sim, Beatrice.


Bruno; Quem são vocês? O que fizeram com elas?


Lobisomem algemado: Elas estão bem, e vão ficar, à menos que se recuse a ir onde elas estão.


[Próximo capítulo]



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Autor(a): kaiferreira

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[Capítulo anterior] Bruno: E que lugar é esse? Diga!  Lobisomem algemado: Elas estão numa antiga casa no centro da cidade. Não faremos nenhum mal à ela, desde que você vá até lá hoje ao anoitecer. Um dos soldados: Bruno, vai querer que levemos este Guevaud para interrogatório? Bruno ...



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