Fanfic: Arcadia Clan | Tema: Lobisomem
Após chegarem no gueto, Manio encaminha Bruno e Roman ao hospital. O hospital ali do gueto parece, externamente, um casarão branco. A intenção disso é que, caso algum humano passe pelo gueto, ele passe despercebido pelo hospital. Os lobisomens lá vivem, mas de forma a não chamar a atenção dos humanos.
Chegando lá,um médico os recebe.
Médico: Obra, boa noite xerife. - Diz enquanto bebia seu chá.
Manio: Boa noite, doutor. Os dois precisam de atendimento, pois estão com algus machucados.
Médico: O que eles têm?
Bruno: Relaxa doutor, foi pelo Clã.
Médico: Foi no incidente contra os Guevaud?
Manio: Sim, doutor.
Médico: E Roman, soube que Adrian voltou hoje no fim da tarde. Xerife, soube que um de seus homens voltou hoje da aldeia do Clã, e disse que o rei regente já está ciente da situação.
Ao ouvir aquela notícia, Roman fica empolgado. Afinal, o médico estava falando do pai dele.
Roman: Que legal, meu pai voltou.
Bruno: Pode ir ver o "tio", Roman. Não se sinta segurado aqui por minha causa, e aproveita e manda um abraço para ele.
Roman: Não tem problema, Bruno, eu o espero receber alta. E lembre-se, eu também vim passar por consulta.
Médico: Venham comigo, verei o que vocês têm.
Roman e Bruno seguem o médico até uma sala de atendimento. Por estar com ferimentos maiores, Ele é deitado de bruços na cama ali da sala, e o médico que o atende primeiro lava os locais de ferimento, e depois passa uma pomada caseira feita com ervas, feita pelo Clã há gerações. Ela possui efeito anestésico, como também, auxilia o processo de generação a ficar mais rápido. Após deixá-lo ali alguns poucos minutos, e antes de liberá-lo, o médico passa curativos. Bruno se levanta e consegue andar melhor, e o doutor o dá um saco de ervas e instrui como ele deve fazer a pomada. Em seguida, Roman é atendido, e por ter ferimentos bem mais leves, o médico apenas lava-os e passa um curativo, dizendo para lavar bem as marcas após cicatrizarem. Depois de serem atendidos, Manio os acompanha até a saída do hospital, e se dirige para a casa dele, e Roman para a própria casa junto do Bruno.
Roman: Está vendo, seu tonto? Você não me atrapalhou, pude o esperar tranquilamente.
Bruno: Obrigado, de verdade.
Roman: E também, não tive pressa de ir agora ver meu pai. Pelo horário, creio que já esteja dormindo.
Enquanto andam, um silêncio se forma, e lembrando da luta de hoje, Roman decide fazer uma pergunta ao seu amigo.
Roman: Bruno, eu posso te fazer uma pergunta?
Bruno: Sim, claro que pode.
Roman: Quando eu disse para você matar o Valens naquela hora, quando teve oportunidade, o que o fez se negar a fazer isso?
Bruno: Duas coisas, e creio que tenha prestado atenção desde que havíamos chegado naquele lugar.
Roman: Eu não estou lhe entendendo. O que era para eu ter visto?
Bruno: Então foi o que você não viu. Primeiro, foi o fato da Bea e da Milena estarem ilesas. Fora uma leve marca braços de algo ter as amarrado, elas estavam bem, sem qualquer sinal de maus tratos. O outro motivo foi aquela faca que ele usou. - Na mesma hora, Bruno saca de seu bolso uma faca simples, com o emblema. - Uma igual a essa que temos. E quando falamos da mãe, que é uma de nós, deu para ver que isso mexeu com ele. Vejo que o Valens não é tão mau quanto os outros daquele bando.
Roman: Sua generosidade é uma virtude em certas horas, como a de salvar suas amigas, mas essa virtude em excesso se torna um defeito. Sei que não gosta de usar violência, mas ela é necessária algumas vezes para o bem do Clã.
Enquanto caminhavam, logo chegam em casa para descansar.
Amanhece. Tendo invadido uma casa onde havia um casal e uma empregada, Clovis os usa para o café da manhã dele e alguns de seus homens. Ele usou a casa para que deixassem Valens descansando no quarto que antes era da empregada, e enquanto isso, eles assistem televisão. Arnaud é encaminhado a levar algo para que Valens coma, e vai ao quarto servir-lhe.
Arnaud: Valens, acorda. - O chama, oferendo a metade de um braço e uma mexirica para ele. - O chefe pediu para lhe dar algo de comer.
Valens ao escutar o chamado acorda, e se senta na cama e bem devagar vai despertando. Ele sente a luz do sol bater em pela janela e iluminar bem o quarto, e pega o que Arnaud oferece por sua comida. Valens, contudo, fica olhando pela janela, com um olhar reflexivo.
Valens: Obrigado, mas não estou com tanta fome. - Diz enquanto morde a mexirica apenas.
Na delegacia dos caçadores, porém, Marco estava interrogando incessantemente o lobisomem capturado na noite anterior, junto de outro caçador, que passaram madrugada à dentro tentando extrair informações. Raphael e Victor foram para um quarto da delegacia descansar, mas a proatividade de Raphael o faz despertar, e ele levanta de sua beliche e vai até a do lado, na qual seu colega dorme, e mexe em seu ombro.
Raphael: Victor, levanta.
Victor: (sonolento) Deixa eu dormir, só mais cinco minutos.
Raphael: Durma o dia inteiro depois, se quiser. Mas temos nosso dever.
Emburrado, Victor levanta da cama, e coça seu olho. Ao lado do beliche de cada um havia um mancebo, no qual deixaram seus sobretudos, e os vestem, no qual deixaram junto suas armas, e saem do quarto e se encaminham para a sala de interrogatório, na qual avistam o supervisor deles, Marco, interrogando o lobisomem capturado com outro caçador ao lado do lobisomem, apontando uma seringa em seus braços bem machucados. Tal como o Marco, o caçador está com olheiras, e Marco com uma xícara cheia de café fumigante do seu lado.
Marco: Já amanheceu, e estou ficando com sono e sem paciência. Me diga aonde fica o paradeiro das pessoas raptadas ontem.
O outro caçador: Diga logo, não antes que perca os braços. Acho que deve saber o que estou injetando em suas veias desde a madrugada.
O lobisomem: (gemendo de dor) Seus malditos! MISERÁVEIS!
Marco: Vejo que a dor está dificultando sua capacidade de raciocinar. Deixa eu primeiro aclarar o conteúdo da seringa. Nela tem nitrato de prata, algo que os médicos usam para remover alguns tumores de pele e verrugas, e também para revelar fotos. Em contato com a pele humana, ela apenas escurece a pele, mas devida a presença de prata na sua composição, o contato dela para vocês, lobisomens, é algo bem doloroso. Seus braços, de tanto injetarmos o nitrato de prata, deve estar à beira de necrozar. Acho melhor querer colaborar logo conosco.
O lobisomem: Vão à merda, caçadores! Se tem algo que odeio mais do que nossos inimigos, são vocês.
Marco: Você usou o plural para se referir à si mesmo. Com quem está? Qual o grupo ou clã de você e aquele seu amigo que matei ontem? E que inimigo é esse que vocês se referem?
O lobisomem: Pelo visto não conhecem nossa grandeza. Sou um lobisomem do grande Clã Guevaud.
O outro caçador: Grandeza? Nunca ouvi falar. Marco, você já ouvir falar desse clã... Qual o nome mesmo?
O lobisomem: (num acesso de fúria) CLÃ GUEVAUD, SEUS IDIOTAS! COMO PODEM NÃO NOS CONHECER?
Tanto Victor quando Raphael assistem, pelo vidro da sala de interrogatório, mas logo se aproxima da sala um homem de estatura média, em torno de uns cinquenta e poucos anos de idade. Ele tem cabelos grisalhos, penteados para o lado e com algumas entradas na testa. Ele usa uma roupa social azul marinho, camisa branca e gravata vermelha, e os garotos ao o verem fazem reverência em sinal de extremo respeito.
Victor: Bom dia, comandante Bernard.
Este homem que se aproxima é Bernard, o comandante de todas as unidades de caçadores em Saboya.
Bernard: Bom dia, meus jovens, podem me chamar apenas de Bernard.
Ao cumprimentá-los com um sorriso, ele entra na sala de interrogatório, dando para ouvir melhor o interrogatório, querendo tomar melhores detalhes. Os dois caçadores, ao o verem, abaixam a cabeça em sinal de respeito.
Bernard: Você disse que é do Clã Guevaud? Mas achei que estivessem sido dissolvidos há trinta anos.
Marco: Você já ouviu falar deles, comandante?
Bernard: Sim, o Clã Guevaud era um pequeno clã que vive no oeste do país. Trinta anos atrás, eles travaram uma guerra contra o Clã Arcadia, mas perderam e tiveram maior parte do Clã massacrada durante o confronto. Ao saírem vitoriosos, o Clã Arcadia porém fez um acordo com os membros restante dos Guevaud, propondo que fossem integrados aos Arcadia. Mas o que não entendo é porque esse lobisomem refere-se à si mesmo como um Guevaud, sendo que esse clã nem existe mais.
O lobisomem: Finalmente, aqui aqui reconhecendo meu querido Clã. Então velhote, é o seguinte, nós vamos reerguer o Clã, e para isso, vamos dar um fim nos Arcadia.
Ao ouvir isso, o caçador que está com a seringa começa a rir.
O outro caçador: Acha mesmo que vão conseguir vencer os Arcadia? Até nós temos problemas das vezes que já os enfrentamos.
O lobisomem: Poderíamos ter medo, se fosse ainda no reinado do Terrível, mas o filho dele e o rei que está agora são frouxos.
O outro caçador: O que ele quer dizer com isso? Comandante... Marco... Algum de vocês têm ideia?
Bernard: Ele se refere ao rei Romulus, o Terrível, que reinava os Arcadia na época que venceram os Guevaud. Mas o filho que sucedeu Romulus no reinado era diferente, ele prezava por estabelecer paz, seja com outros clãs ou com os humanos, mas ele morreu, e como seus filhos na época eram pequenos demais para disputarem o trono, um rei regente foi instaurado até que eles atinjam a idade apropriada.
Marco: Obrigado, comandante. - E logo volta a olhar o lobisomem interrogado. - O que você e o Clã Guevaud querem com os Arcadia? E por que sequestraram as pessoas de ontem? Por conta de vocês, muitos de nós estamos até agora buscando informações de seu paradeiro. Não me diga que isso foi uma tentativa barata de encriminar os Arcadia.
O lobisomem: Que isso, chefe. - O lobisomem diz com um sorriso irônico. - Elas serão nosso estoque e nosso banquete antes de atacarmos os Arcadia.
O caçador que estava com a seringa, ao ouvir isso, puxa o lobisomem em sua forma humana pelos cabelos e faz com que bata a cabeça dele na mesa algumas vezes, e ao ouvir isso pretende injetar mais da seguinta, mas o comandante porém o interrompe.
Bernard: Não gaste nitrato com ele. Com certeza ele já perdeu essas partes dos braços. Vamos logo cortá-las.
Ao ouvir isso, o caçador pega um facão que havia deixado de baixo da cadeira e passa para seu comandante. Ao pegar o facão, o comandante coloca na dobra entre os braços e antebraços do lobisomem, procurando um lugar apropriado para o corte.
Bernard: Algemes os pés dele na cadeira!
Enquanto acontecia aquilo na delegacia, Beatrice e Milena estavam no intervalo de suas aulas na faculdade. Elas fazem cursos diferentes, mas se encontram em todo intervalo para conversar e comer. Elas estão um pouco chocadas com o acontecimento do sequestro, mas procuram usar o intervlao para se acalmarem, e vão para uma cafeteria dentro da Universidade. Bea pede um cappuccino, e Milena um vanila, e ambas ficam em pé no balcão, tomando seus cafés e conversando.
Milena: Amiga, ânimo. Já passou, e saímos bem.
Beatrice: Eu sei, Milena. - Beatrice fica mexendo no café dela com o palito de plástico. - Mas estou preocupada com o Bruno. Ele está bem? Ou melhor, ele sobreviveu?
Milena: Ele está sim. Lembra o que aquele homem que levou a gente ontem disse? Tinham amigos dele por perto, e o Roman ele garantiu que interviria caso preciso para ajudar o Bruno.
Beatrice: Ligarei para ele assim que sairmos da aula, tudo bem?
Milena: Aproveita e manda um beijo para ele.
A televisão da cafeteria passa o noticiário local, que informa que os autores do sequestro de ontem tiveram a identidade revelada pelos caçadores. Foram identificados como membros do Clã Guevaud, e se sabe que pretendem usar as pessoas raptadas como suprimento de seus integrantes. O telejornal informa que os caçadores procuraram ir atrás para evitar que o maior número dos raptados consigam sairem vivos. A notícia choca todos, pois como informam, os moradores de Saboya estão aterrorizados com isso.
Enquanto ouvem a notícia, um garoto se aproxima de Milena. Ele possui porte alto, cabelo curto e espetado, corpo másculo e uma boa aparência.
Garoto: Não precisa ficar assustada com esses pulguentos. Eu cuida da tua retaguarda, e afinal, que bela retaguarda.
Beatrice: Garoto, sua mãe não te ensinou a tratar uma mulher não?
Garoto: Não precisa ficar com ciúmes, linda. Tem de mim para as duas se quiserem. Não precisam brigar por mim.
Milena: (tensa, ela grita) SAI DAQUI!
O grito de Milena é o suficiente para todos na cafeteria voltaem a atenção para ela, e o constrangimento do garoto ao perceber o faz se desculpar com as duas e sair de cabeça baixo do estabelecimento.
Beatrice: Amiga, os garotos mexem muito contigo. - Ela ri e termina de tomar seu café.
Milena: Sem chance que um escroto daquele teria chance comigo.
Voltando ao que se passa na delegacia, o lobisomem levado ao interrogatório por Marco está com os cotocos do braço, pois o restante fora amputado por Bernard. Foi algemado, contudo, com as pernas na cadeira, que é presa ao chão. Uma corda foi usada para o amarrar com o tronco na cadeira, apra evitar de se debater. Assim como Bernard, Victor e Raphael assistem Marco e o outro caçador fazerem as perguntas.
Marco: Já sabemos que seus amigos querem se vingar dos Arcadia, e sabemos que querem se alimentar das pessoas raptadas na noite de ontem. Diga onde elas estão.
O lobisomem: Poxa chefe... - Refere-se com cinismo ao caçador. - O que vamos comer antes de nosso plano ser posto em prática?
Marco: Quero que se dane! O que vocês e os Arcadia têm entre si não me interessa, apenas quero que tirem os humanos de fora disso.
Enquanto assistem, os jovens Raphael e Victor ficam impacientes, e decidem fazer alguma coisa para sairem daquela aporia na qual o supervisor deles está desde a noite anterior.
Victor: (cochichando) Seu Bernard, podemos sair em busca de informações?
Bernard: Sim, podem. Estou vendo que pelo visto eu terei que interrogá-lo.
Enquanto as perguntas prosseguem, Bernard bate na mesa, e os três que estão em volta dela se assustam por estarem cansados.
Bernard: Vocês dois! - Diz fazendo referência aos caçadores. - Descansem. O sono de vocês está dificultando a atenção de vocês. Raphael, Victor, saiam em busca de possíveis informações. Vão aos locais onde recebemos as denúncias em busca de pistas ou testemunhas.
Ao ouvirem as ordens, tanto Raphael quanto Victor fazem continência em sinal de respeito, e dizem "sim, comandante" e logo se retiram, indo ao carro para sairem por Saboya em busca de informações. O caçador e Marco, que estavama té então conduzindo as perguntas ao lobisomem, se levantam e retiram-se da sala, na qual Barnard estava perto. Marco, porém, decide conversar com seu superior.
Marco: Bernard, acha mesmo uma boa eles saírem por aí? Eles ainda estão em fase de avaliação.
Bernard: Estão sim, fique tranquilo. Eles acabam de sair da academia preparatória, mas são talentosos, e são seus alunos. Dê a mesma confiança no potencial deles, assim como eu fiz contigo quando você estava começando.
Marco: Tem razão. Afinal, eles são meus aprendizes, assim como eu fui o seu. Não tem como eles nos deixarem na mão.
Marco em seguida se retira para ir dormir. Ele sabe que Raphael e Victor faram com todo o empenho o trabalho de buscar informações para o caso.
Mas, enquanto isso, Valens ainda está se recuperando. Ele olha a janela pensativo, ainda sentado na cama, lembrando das palavras que Bruno o dissera. Na sala daquela casa, Gontran e Clovis assistem televisão, e Gramimond passa por ali comendo um braço que segura.
Gontran: Onde conseguiu este braço, Gramimond?
Gramimond: O Valens não quis comer, então Arnaud me deu e eu estou comendo antes que estrague.
Enquanto presta atenção ao noticiário, Clovis ouve dizerem que os caçadores irão atrás do paradeiro das pessoas raptadas pelos Guevaud e dar a sentença devida à eles. Segundo o próprio telejornal, um dos lobisomens do Clã foi levado sob custódio à uma delegacia, sendo interrogado por caçadores qualificados.
Clovis: (num acesso de raiva) DROGA! OS RATOS VÃO SE METER NO MEIO.
"Ratos", como ele se referiu as caçadores, é um jargão informal, usado para se referir à eles de forma pejorativa.
Gontran: Isso é mau.
Clovis: Isso quer dizer que precisaremos adiantar o nosso ataque ao gueto.
Gontran: Nossos homens que vêm do oeste já devem estar chegando em Saboya. Podemos adiar o ataque para até daqui dois ou três dias. Precisaremos nos adiantar.
Clovis: Só que como, Gontran? Uma parte dos nossos homens no oeste morreram, e ontem na emboscada que fiz, seis dos dez homens que deixei perto da região morreram, e ainda por cima tem o que foi levado pelos caçadores.
Comovido com o que ouviu vindo da sala, Valens se levanta e decide ir até lá, e fica em pé ouvindo tudo.
Valens: Chefe, ainda temos o irmão na delegacia. Por que não vamos atrás dele? Afinal, com um homem à mais, são inimigos à mais para abatermos.
Clovis: NÃO SEJA BURRO. - Grita em tom de esporro. - OS RATOS JÁ DEVEM TER O MATADO.
Gontran: As coisas seriam mais fáceis se todos os nossos iguais tivessem nos dando apoio. Mas nosso Clã está dividido, pois há aqueles que ouvem aquele traidor.
Clovis: Não tem problema. Quando restabelecemos o Clã e estivermos no poder, eles serão mandados para a vala. Um por um.
Passadas umas horas, no gueto, Roman e Bruno estão treinando num pátio apropriado, feito para treinos. O instrutor deles está sendo Adrian, que na forma de licantropo, pede para que o ataquem. Na forma de licantropo também Bruno e Roman tentam cercar Adrian pelos lados e ir com tudo em ataque direto. Adrian, porém, salta quando eles se aproximam e os acertam com um chute na cabeça cada um. Roman é golpeado, mas ao cair no chão ele dá um mortal e se joga para cima para atacar seu pai, e Bruno fica no chão esperando. Roman acerta um chute na barriga do pai, e o manda para cair no chão, e Bruno pensa em o acertar com uma rasteira enquanto cai, mas Adrian apoia uma mão no chão e pega impulso, se jogando para cima para virar o corpo e ficar em pé.
Adrian: Boa, garotos. Gostei do ataque planejado.
Ao ficarem contentes com a notícia, Bruno e Roman voltam à forma humana. Bruno continua deitado, e Roman sentado. Ambos estão sem camisa, apenas com uma calça preta que possui o emblema do Clã.
Adrian: Até os treinaria mais por hoje, mas vejo que ainda precisam se recuperar da luta de ontem. Mas deixa eu avisar uma coisa: O ataque combinado nem sempre dará certo. Vocês podem conhecer bem o modo do outro lutar, mas lembrem-se que o adversário será, muitas vezes, alguém que antes nunca viram na vida. Por isso, prestem mais atenção aos movimentos do oponente.
Bruno: Quer dizer o que? Que não vamos poder ficar sempre contando com o outro?
Roman: Não só isso, como também não teremos, em algumas vezes, tempo de discutirmos como surpreender o adversário em um ataque conjunto.
Adrian: Tudo bem, vamos comer.
Em seguida, todos eles vão apra a casa, pois a mãe de Roman estava preparando algo para que comessem, aguarando a volta deles. Mas, logo que chegam, a comida está toda servida na mesa, e a mãe do Roman está ao telefone.
Mãe do Roman: (ao telefone) Sim, bem, ele acabou de chegar, aguarde... - Ela interrompe a própria conversa telefônica. - Bruno é pra você!
Mesmo sem pensar muito em quem possa ser, Bruno vai ao telefone e conversa. Ao receber a outra pessoa com um alô, ele ouve a voz de Beatrice. Ambos então falam pelo telefone.
Bruno: Bea, como vai?
Beatrice: Aí, meu Deus! Bruno, como fico feliz de saber que está bem. Mas como perguntou, eu vou bem, obrigada.
Bruno: (suspira) Que alivio. E a Milena, como ela está? Estão sem nenhum machucado? Cansadas, frustradas?
Beatrice: Ela também está bem. Dormimos meio tensas hoje a noite, e fomos assim também pela manhã na faculdade, mas melhoramos conforme conversamos.
Bruno: Qualquer coisa me avisem. Estou preocupado com vocês.
Beatrice: Não mais do que estou contigo. Se machucou ontem?
Bruno: Serei sincero... é... - Bruno trava, receoso em responder. - Eu recebi uma facada na perna e, no meio da luta, um maluco jogou um molotov no pátio do galpão. Alguns cacos acertaram eu e o Roman, mas estamos bem.
Beatrice: BRUNO, E COMO QUER QUE EU FIQUE BEM SABENDO DISSO?
Bruno: Bea, ei, Bea. - Diz em tom calmo. - Aqui no gueto possuimos médicos. Nosso Clã possui conhecimentos médicos. Um dos médicos do gueto cuidou da gente.
Beatrice: E Bruno, sobre aqueles lobisomens... Fica longe deles.
Bruno: Posso até tentar, mas como eles querem acabar com meu Clã, eu não posso deixar meu Clã na mão.
Beatrice: Por que vocês lobisomens são tão... são tão... - Ela tenta fazer uma pergunta, na qual a última palavra lhe falta a precisão.
Bruno: Nós pensamos no Clã. - Ele responde, já presumindo qual seja a pergunta. - Todo lobisomem tem em mente servir, proteger e amar o clã ao qual pertece. Ele é anterior à todos os seus integrantes. E eu faço o mesmo pelo o meu Clã, afinal, sou um príncipe, e preciso dar exemplo.
Beatrice: Por isso mesmo, fuja. - A emoção toma conta da sua voz. - Não se machuque.
Bruno: Diferente do que os príncipes humanos faziam no passado, os líderes lobisomens lutam junto de seus seguidores. Todos são iguais perante eo Clã. Lutamos pelo todo.
Beatrice: Mas toma cuidado com a invasão. Eles pretendem invadir o seu gueto.
Bruno: Estaremos preparados.
Beatrice: Precisarei desligar. Eu preciso estudar pois terei prova na sexta.
Bruno: Ou seja, amanhã.
Beatrice: Não fala assim. Quero esquecer que está perto.
Bruno: (começa a rir) Se cuida, Bea. Boa prova amanhã.
Ambos se despedem e desligam.
Anoitecendo, Raphael e Victor voltam para a delegacia. Lá eles procuram por Bernard, mas a moça que trabalha na recepção informa que ele já terminou seu horário de trabalho. Eles adentram do mesmo jeito, e lá procuram por outra pessoa, até que encontram um caçador de posto superior, que trabalha como investigador-chefe no caso dos sequestros.
Raphael: Senhor Dante, temos uma informação que pode talvez ajudar.
Dante: E sobre o que se trata? - Diz enquanto folheia documentos em sua mesa.
Ao perguntar, Victor tira de seu bolso uma fita, e deixa sobre a mesa.
Victor: É sobre o galpão incendiado na zona leste da cidade, próximo ao centro, no dia de ontem. Ao que tudo indica, certamente os Guevaud têm alguma associação com isso.
Raphael: O dono de uma farmácia perto do local nos chamou e mostrou a gravação que as suas câmeras fizeram durante o ocorrido. Creio que tem algo que irá chamar sua atenção.
Dante: Vejamos então.
Instigado a saber sobre a relação que fazem dos lobisomens procurados com um incêndio, o caçador Dante, designado a chefiar o caso dos sequestros, levanta-se com a fita em mãos e se dirige ao móvel de sua sala. Nessa sala, há equipamentos de CD`s, DVD`s, fitas e escutas para utilidades diversas. Ele coloca a fita dada por Victor no VHS existente, e ao ligar a televisão. Assiste a gravação da rua na qual fica o galpão.
Raphael: Dante, você me permitira avançar um pouco a filmagem?
Embora atento à gravação, Dante oferece o controle-remoto do VSH para Raphael, que avança um pouco na gravação. Ele para quando chega a parte na qual três indivíduos param em frente a porta do galpão, batendo como se fossem chamar alguém. Destes três homens, dois usam uniformas com o emblema do Clã Arcadia. Sao eles Bruno, Roman e Manio.
Victor: Estes três são do Cla Arcadia, certo?
Dante: Sim. Dois deles usam uniformes do que eles chamam de "soldados". Mas um deles não está usando. O porque eu não sei.
Ao entrarem, Raphael avança apenas um pouco mais.
Dante: Raphael! - Diz em certo tom de corrigir seu subalterno. - Eu estava assistindo.
Raphael: Estamos lhe poupando tempo mostrando apenas o necessário.
Sem avançar tanto, ele chega na parte qual um dos lobisomens Arcadia, o maior, sai na forma de licantropo. Ele, porém, carrega em seus ombros duas humanas, e pula entre as telhas fugindo com elas. É o momento no qual Manio levava Beatrice e Milena embora. Nesse momento, ele pausa a gravação.
Dante: O que ele faz com duas mulheres nos braços?
Raphael: É isso que gostaríamos de saber.
Dante: Elas parecem ser jovens. Devem ter mais ou menos a idade de vocês.
Victor: Podemos mostrar essa gravação para sua equipe, pesquisar se existe algum caso de desaparecido que se enquadre no perfil dessas duas garotas.
Dante: Posso ver o que consigo descobrir. Prossiga com a gravação.
Seguindo um pouco mais com a gravação, aparecem muitos homens com capuz perto da portaria. Alguns deles correm para direções diversas, pelos aldos e casas próximas do galpão. Todos eles possuem, nas costas do capuz, um emblema. Dante se levante e pede para novamente pausar a gravação, e Raphael o faz.
Dante: Este emblema... É do Clã Guevaud, certo?
Victor: Os membros dele são oficialmente do Clã Arcadia, foi o que comandante Bernard nos disse.
Raphael: Mas Victor, antes eles eram um clã próprio, e pelo o que aquele lobisomem que capturamos disse, eles pretendem restabelecer o Clã. Lembre-se que ele usava nos braços uma tatuagem com esse emblema, como também o havia em sua camisa.
Dante: Tudo bem, até agora vejo que os Guevaud se fazem presente no local do incêndio, mas ...
Raphael: Está perto. - Aperta no controle-remoto para continuar com a gravação.
A gravação continua a rodar. O único lobisomem que ficou em frente a porta pega algo que, mesmo com a gravação um pouco escura, percebe-se ser uma garraga, e ateia fogo no que parece ser um pano dentro dela, com uma ponta para fora. Ele pula imediatamente pela porta, e em questão de um minuto, a gravação mostra o galpão começando a pegar fogo. Nessa hora, Raphael pausa a gravação.
Dante: Pelo visto o último lobisomem que entrou havia feito um coquetel molotov. E haviam mais dois lobisomens Arcadia dentro do lugar. Será que aquilo foi uma tentativa de matá-los?
Victor: Chefe, isso não se sustenta. Não foram encontrados corpos no lugar.
Raphael: A questão é o que dois Arcadia e os lobisomens do Clã Guevaud faziam no galpão. Antes do atear fogo, outros Guevaud pareciam se espalhar pela região, imagino que estivessem montando algum tipo de emboscada. Além do mais, um dos Arcadia fugiu, levando ao que tudo indica duas civis.
Dante: Precisamos investigar o que fez os Arcadia irem até lá encontrar os lobisomens, e que relação tinha o galpão com os Guevaud. Incaminharei essa gravação ao grupo de investigação agora.
No dia seguinte, pela manhã, é sábado. Marco decide seguir com a descoberta de algumas pistas com seus supervisionados, Raphael e Victor. Ao chegarem na delegacia, eles primeiro dirigem-se ao refeitório, no qual servem o café da manhã para os caçadores. Ao se servirem ao gosto de cada um, eles se sentam numa mesa e aproveitam para conversar sobre as investigações.
Marco: Estão de parabéns pela busca que fizeram ontem, e por conseguirem aquela gravação. - Diz enquanto come um pão.
Victor: Fico feliz, supervisor.
Raphael: Supervisor Marco, posso lhe fazer uma pergunta?
Marco: Claro, Raphael. Faça-a.
Raphael: Assistiu a gravação?
Marco: Sim, o investigador-chefe Dante me mostrou ela.
Raphael: Acho que tenho uma hipótese quanto às duas garotas levadas do lugar.
Victor: Sério, Raphael? Mas como, sem tantas provas assim?
Raphael: Victor, por enquanto apenas escute. - Diz num tom calmo e reflexivo. O outro lobisomem não voltou ao galpão. Três lobisomens do Clã Arcadia foram para lá, mas um foi logo embora, e os outros dois ficaram. O que se retirou levou as duas garotas. Quer dizer que, de alguma forma, elas faziam parte dos motivos que os levaram até o local do incêndio.
Victor: Cara, você é um gênio! - Victor se mostra empolgado e orgulhoso de seu parceiro de equipe. - Me orgulho de ter sido colocado como seu parceiro de equipe.
Marco: A hipótese do Raphael parece bem razoável, Victor. Eu pensei a mesma coisa enquanto eu e o Dante conversávamos sobre a gravação na fita.
Victor: Mas será que elas são do Clã Arcadia?
Raphael: Não sei. Algo me diz que não.
Marco: Precisam prestar mais atenção aos lobisomens então. - Marco diz como quem sabe o que fala. - E pelo visto, rever a gravação.
Victor: Por quê, supervisor?
Marco: Elas estavam ilesas. Não houve qualquer marca de ferimento nelas, ao menos é o que a fita nos mostra. Estavam no máximo um pouco sujas e cansadas. Nessas condições, um lobisome conseguiria pular àquele portão tranquilamente, como o lobisomem que foi embora com elas fez. Se elas fossem lobisomens, teriam se retirado daquele jeito e correndo tão rápido feito um lobisomem como os que já caçamos.
Victor: E o que quer dizer?
Raphael: Espere, supervisor... - Diz num tom pausado, seguindo com seus pensamentos. - Acha que elas são pessoas feito nós?
Marco: Até que o contrário me seja provado, sim. Digo que elas são seres humanos, não lobisomens.
Victor: Agora precisamos saber que relação elas possuem com os Arcadia, e o que faziam lá.
Marco: Isso eu posso fazer enquanto vocês sairem para buscar mais pistas. Me informarei com outros caçados e com a polícia sobre casos de mulheres desaparecidas. Já vocês, assim que terminarem tratem de seguir com o trabalho de vocês.
Victor e Raphael terminam de comer, e logo em seguida seguem para o carro em busca de mais informações Saboya a fora. Passam por um bairro comercial movimentado, perto do porto.
Coincidentemente, por lá, passam Bruno e Roman, que por não comerem carne humana, muitas vezes passam pelo porto para comprarem peixes frescos ou pescá-los na baía de Saboya.
Dirgindo o carro dos caçadores (reconhecido por ser cinza e possuir o distintivo nas portas laterais dianteiras), Victor corta caminho pelo porto, passando pro casas velhas nas quais ficam produtos de embarque e desembarque dos navios. Ao passarem por ali devagar, eles avistam duas pessoas saltarem por entre as telhas. Eles se agitam com isso, sabendo que são lobisomens.
Raphael: Vire esse carro e siga-os! - Leva-se pelo momento e pelo instinto de caçador. - AGORA!
Embora assutado com o tom de voz que seu amigo se referiu à ele, Victor segue sua ordem e vira a esquerda, seguindo os dois lobisomens. Aceleram para o seguirem, e Raphael sai com um braço de fora da janela, mirando seu revólver para os acertar, mas pega nas telhas. O barulho faz com que Bruno e Roman se apercebam de estarem sendo seguidos.
Bruno: O que foi isso?!
Roman: (olhando para baixo) Não olha para trás, mas estamos sendo seguidos.
Bruno: Por quem?
Roman para na telha que estava, e faz com que Bruno pare de pular e olha o carro passar por ali, indo rápido para conseguir alcançá-los.
Roman: Droga! - Sua voz ressalta seu tom de insatisfação. - São caçadores.
Ao notar a silhueta de ambos, Raphael reconhece a semelhança deles com os lobisomens da filmagem que mostrou, junto de seu colega Victor, para Dante. Ao estacionarem na casa de frente aos lobisomens. Victor, achando que deve caçá-los, saca sua arma e mira, acertando a canela de Roman, que cai de joelhos na telha, mas Bruno o segura para não cair.
Em seguida, Raphael e Victor saem do carro, e olham para eles.
Bruno: (olhando os dois caçadores) O que vocês querem com a gente? - E logo volta a olhar preocupado seu amigo. - ROMAN! ESTÁ BEM?
Roman: Estou sim. - Diz enquanto com os dedos tira a bala de sua canela e a joga no chão, sendo levantado com a ajuda de seu amigo. - Mas estes dois estão munidos com balas de prata pelo visto. Melhor não fazermos nenhum movimento tão descuidadamente.
Raphael: Seus pulguentos, peço para que colaborem comigo e meu parceiro. - Diz em tom prepotente. - Queremos fazer umas perguntas à vocês.
Victor: Raphael, o que está fazendo?
Raphael: Quieto. - Volta a olhar para os lobisomens. - É sobre um incêndio no galpão há dois dias. Creio que possam me dar informações. Se colaborarem prometo não machucá-los.
Victor: E se não colaborarem... - Intima, ao dizer isso, mirando novamente seu revólver.
[Próximo capítulo]
Autor(a): kaiferreira
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