Fanfic: ♥ UMA PROVA DE AMOR (VONDY) ♥ TERMINADA

A mãe parecia tão frágil que estava certo de que ela acabaria se quebrando logo, pensava Christopher soturnamente.

— Espero que saiba o que está fazendo — disse a mãe de Christopher.

Ele mirou direto no rosto pálido e ansioso dessa mulher, a quem amava incondicionalmente, e desejou que pudesse amar Dulce daquele jeito de novo.

— Sei exatamente o que estou fazendo — garantiu a ela sobriamente.

— Ainda assim... — a mãe arfou procurando uru fôlego de ar — é melhor não tomar decisões precipitadas, enquanto você estiver se sentindo tão vulnerável.

O comentário divertiu Christopher o suficiente para fazê-lo arquear uma sobrancelha zombeteira.

— Eu gostaria de saber sobre o que você estava falando.

— Você e Dulce — foi informado. — Basta um par de olhos para perceber que vocês dois andam dormindo juntos.

— Mamma! — admoestou Christopher.

— Por qual outra razão você insistiria para que ela ficasse no seu apartamento? — Não ligou a mínima para a censura. — Por qual outra razão Dulce recusaria o convite para ficar comigo? As faíscas voam entre vocês como eletricidade, e foi preciso três, três pessoas para resgatar você dessa alcova.

— Talvez isso ocorresse porque não queríamos ser resgatados para fora — sugeriu Christopher com ironia.

— É um fato notório que a vida se agarra à vida em tempos de tragédia — persistiu obstinadamente. — Eu posso entender isso... até mesmo solidarizar com isso. Não consigo imaginar outra situação na qual os dois pudessem ser arremessados um de encontro ao outro de novo tão poderosamente. Mas você agora tem o padre Pascoal o esperando para conversar, e o advogado de Poncho aguardando sua vez. Estou preocupada com o que quer que você esteja planejando fazer.

Havia muito que pudesse dizer em resposta, mas a atenção de Christopher já se fixara em outro lugar. Durante todo o sermão bastante sensato da mãe, Christopher seguira a coroa reluzente da cabeça de Dulce com os olhos, enquanto a moça se movia entre cabeças mais escuras, agrupadas no outro extremo do corredor. Christopher a viu hesitar, ouvir, aceitar abraços de solidariedade, a viu fingir tomar um gole do conhaque que ainda segurava na mão. Dulce parecia bem, composta, suportando admiravelmente, mesmo assim uma sensação mesquinha cravou as garras nos instintos dele.

— Christopher, por favor, me escute — sua mãe recomendava. — Eu não quero vê-los se magoando de novo.

Os cílios dele deram um piparote relutante quando se forçou a afastar os olhos de Dulce para fitar o semblante apreensivo da mãe. Erguendo as mãos para cobrir os dedos da mãe que repousavam, junto ao seu peito, arrastou-os até os lábios para beijá-los gentilmente, e então com firmeza abaixou-os até a altura das costelas dela.

— Eu amo você —afirmou gentilmente. — Parte o meu coração que você se permita preocupar comigo. Mas nós vamos terminar isso mais tarde, amore mio...

Porque uma coisa mais urgente o arrastava aos puxões. E erguer o olhar de volta ao ponto onde avistara Dulce pela última vez, só a idéia de não vê-la transformou o puxão num rosnado que o levou a perambular nos arredores, passando pela figura alta e esbelta do padre Pascoal, e da mais rotunda de Leon Bustamante. sem sequer notá-las. Onde ela foi...?

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