Fanfic: ♥ UMA PROVA DE AMOR (VONDY) ♥ TERMINADA

E o silêncio pulsava nos seus tímpanos, latejava no seu estômago e se distendia pela carne que lhe recobria o rosto. Mexa-se! Queria gritar com Christopher. Diga alguma coisa... qualquer coisa! Eu já disse que sinto muito. Já recuei em retirada. Não sei o que mais posso fazer!

Talvez Christopher tenha captado os seus padrões de pensamento — sempre foi capaz de fazer isso. Ele se virou, caminhou em direção à mesa. A previsível bandeja de torradas foi disposta na frente de Dulce.

— Vou providenciar uma suíte de hotel para você —anunciou ele brevemente, e depois a deixou a sós para engolir o fato indigesto de que a sua rendição fora um completo desperdício de tempo.

Uma hora mais tarde Dulce se encontrava ao lado da irmã, deixada ali por Christopher, que, após ter se informado sobre o estado de Anahi, saiu novamente, a face lisa talhada pela tarefa deplorável que estava por vir, a qual lhe despiria até os ossos do seu autocontrole.
Lágrimas inundaram os olhos de Dulce, enquanto se encontrava acomodada ali, acariciando gentilmente os delicados cabelos loiros de Anahi. Ela e a irmã eram tão diferentes sob tantos aspectos, pensou afetuosamente. A cor dos cabelos, por exemplo, e as distinções de caráter.

Ao passo que Dulce era inteligente, independente e naturalmente autoconfiante, Anahi sempre fora insegura de si. Conhecer e se apaixonar por Poncho colocou estrelas nos seus olhos e uma palidez ansiosa nas bochechas macias. Nunca conseguiu acreditar totalmente que um homem arrojado e vistoso como Poncho pudesse se apaixonar por um ratinho tímido como ela. Por isso, Anahi se esforçava tanto durante o casamento, para sentir-se digna daquele homem. Assistir àquilo enfurecia Dulce às vezes.

— Você o mima demais. Ele vai começar a tratá-la como um capacho se você não se policiar.
No entanto, Poncho permaneceu fielmente inebriado pelo seu ratinho irlandês. Foi o ratinho que assaltou Dulce de surpresa, por ter se transformado em uma raposa astuta.

— Idiota — murmurou, e novamente se viu lutando uma súbita batalha contra as lágrimas frescas.

O que se passou a seguir foi um dia longo e enervante, durante o qual ela dividiu o tempo entre Anahi e o berçário. Por volta das duas horas, começou a sentir que a sua energia emocional fora drenada e, de fato, se alegrou ao ganhar uma prorrogação daquela vigília ao pé da cama, quando um time da equipe médica apareceu e a conduziu para fora.

Precisava de um pouco de ar que não recendesse ao hospital. Então comprou um sanduíche na lanchonete do andar térreo, e foi comê-lo do lado de fora. O sol estava radiante e o ar frio, fresco... limpo. Passeando pelos jardins primorosamente planejados, encontrou um banco sob os raios de sol e sentou, desembalou o sanduíche e experimentou esvaziar a cabeça de todos os pensamentos, na tentativa de comer.

Muitos coment plix!!!!

:)