Fanfic: ♥ UMA PROVA DE AMOR (VONDY) ♥ TERMINADA

Dulce contemplou o topo da cabeça morena, observando o sol a lustrá-la com um brilho sedoso. Caso o pior aconteça durante a noite, se era isso que Christopher tentara lhe dizer. Após distribuir o seu tempo entre Anahi e o bebê, Dulce estava mais do que ciente de que o “pior” não pairava muito longe. À medida que via o bebê fortalecer a cada hora transcorrida. via a mamãe do bebê fenecer lentamente.

— Sobre a noite passada... — inseriu Christopher, subitamente.

Dulce tragou um fôlego afiado. As mãos dele se moveram retesadas antes de se franzirem unidas, e ela notou um nervo saliente no maxilar de Christopher dar um espasmo.

— Fiquei um pouco maluco — admitiu ele. — Estou com vergonha de mim mesmo por jogar meus... sentimentos em cima de você.

— Ambos ficamos um pouco malucos. — Dulce se remexeu tensa.

— Não acontecerá novamente — prometeu Christopher.

— Não — concordou ela.

— Enfim, você vai ficar no meu apartamento?

Dulce baixou o os olhos até o colo, onde as sobras da metade do sanduíche repousavam acondicionadas na embalagem triangular, e viu aquilo embaçar fora de foco mediante a investida das lágrimas.

— Annie nunca mais vai acordar, vai? — Sussurrou.

Christopher não respondeu por um instante, e então meneou a cabeça morena.

— Eu acho que não — replicou rispidamente.

— Vou ficar — assentiu Dulce, engolindo em seco.

Christopher voltou a sentar no banco de súbito, e o ar sibilava para fora entredentes, num gesto tenso e constrito de alívio. Um momento depois, algo caiu no colo de Dulce, perto da caixa do sanduíche. Era um cartão magnético de segurança.

— Acesso — explicou Christopher. — Você pode precisar disso, caso eu não possa vir aqui buscá-la.

Dulce anuiu.

— Se eu não puder vir, então meu motorista Pedro, virá buscar você. Lembra-se de Pedro?
— Sim. — Outra inclinação da cabeça, enquanto olhava fixamente para o cartão.

Pedro era um homenzinho esquálido com uma paciência assombrosa.

— Que bom — disse Christopher. — Então não preciso me preocupar quanto a você entrar na traseira do carro de algum estranho.

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