Fanfic: ♥ UMA PROVA DE AMOR (VONDY) ♥ TERMINADA

E agora se quedou imóvel — além dos olhos enevoados de sono, os quais a percorriam inteira, como se também houvesse acabado de vê-la pela primeira vez na semana.

— Uma transformação um tanto sofisticada — murmurou Christopher, suavemente, e começou a caminhar na direção dela.

Dulce o viu se aproximar através de olhos vigilantes, porque sabia no que Christopher estava pensando. Está pensando... minha... sexo... eu quero. Ela reconheceu o lampejo da possessividade sexual. Os músculos do abdômen formigaram agitados; as pontas dos mamilos excitadas em sua antiga e elétrica reação a Christopher.

— Linda — murmurou, e então se inclinou para tocar a boca de Dulce com a sua, até sentir os lábios dela palpitarem, antes que levantasse a cabeça de novo. — Pronta para sair? — inquiriu ele, com uma inocência súbita.

A sua aquiescência incerta acompanhou um cenho igualmente incerto, porque ela sabia que o beijo fora um gesto deliberado — como o aperitivo do que estava por vir.
Queria o que estava por vir? Dulce não sabia ainda —nem mesmo sabia se queria sair daqui, com todos aqueles sentimentos tão deslocados e confusos quanto ela mesma.
— Então vamos lá — disse Christopher, como se estivesse respondendo às indagações que Dulce se questionava.

Dirigiram até o centro de Florença, rodando pelos becos até atingir a zona de pedestres onde Christopher estacionou o cano. Desde que Dulce chegou à Itália, a temperatura não esteve mais quente e o sol tão fúlgido, por isso ela deixou o casaco no carro quando saíram a pé.

Christopher colocou a mão na sua cintura como se ela tivesse todo o direito de ficar ali. O alto da cabeça de Dulce batia apenas na altura dos ombros dele; cada vez que Christopher falava com ela, se virava para fitá-la profundamente nos olhos. Dulce podia se sentir quedando hipnotizada e, ainda assim, não dava a impressão que faria qualquer coisa a respeito. Mesmo sabendo que Christopher estava deliberadamente edificando a intimidade entre eles, Dulce se encontrava suscetível demais para bater na mão dele.
Esse era o problema da tragédia e do luto — desculpou-se pelo próprio comportamento enfraquecido, esgotava a sua resistência para brigar.

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