Fanfic: Um Amor de Bebê s2 AyA adaptada (Terminada)

Alfonso apertou o botão luminoso do elevador como se qui­sesse afundá-lo no painel. Alfonso Freemont Masterson. Saíra do quarto de Anahí como se mil demónios o perseguissem depois de ouvir isso. Alfonso. Ela dera seu nome ao bebê!

Esperou sentir raiva, ou pelo menos alguma irritação. Quando um solteiro convicto era aprisionado em uma situação delicada como aquela diante dos olhos de toda uma cidade, a última coisa que desejava era que a criança em questão recebesse seu nome. Vá em frente, Wentworth, disse a si mesmo. Tem todo o direito de estar furioso.

As portas do elevador se abriram e Alfonso passou ao saguão do hospital. No caminho para a saída havia um balcão com os jornais do dia. USA Today. Wall Street Jour­nal. Freemont Springs Daily Post.

Seu melhor amigo Elijah Hill comprava uma cópia da publicação local.

Maldição!

—  Alfonso, Alfonso, Alfonso.

Perdeu a esperança de sair sem ser visto. Usando jeans, botas e chapéu de caubói, Elijah era a imagem do rancheiro de Oklahoma... exatamente o que ele era.

—Não devia estar em casa cuidando dos animais? — Alfonso perguntou. Se não desse uma abertura ao amigo, talvez conseguisse evitar o interrogatório.

—O velho Gus cortou a mão esta manhã. Tive de trazê-lo para levar alguns pontos.

Alfonso encarou-o desconfiado. O velho Gus tinha mãos mais duras que couro de sapato.

—  Pensei que houvesse montado toda a estrutura médica para cuidar dos acidentes no rancho.

—  Gus precisava de uma vacina contra tétano. — Elijah riu.
- Por acaso está pensando que o segui até a cena do crime?

Alfonso não ficaria espantado com isso.

—  Sem o velho Gus, deve estar com falta de mão-de-obra. E melhor voltar para casa.

O sorriso de Elijah tornou-se mais amplo.

—  E perder essa chance de parabenizá-lo? Podia ter confiado em um velho amigo. Não precisava ter deixado aquele recado mentiroso sobre preferir ficar em casa na noite do Ano-Novo.

Alfonso suspirou.

—  Foi uma coincidência, está bem?

—Quer dizer que o destino traçou planos para você? Alfonso respirou fundo.

—Quero dizer que ajudei alguém em apuros. Deixe-me em paz, está bem? Meu avô já fez todas as perguntas que podia suportar esta manhã. Elijah riu e mostrou o jornal.

—Joseph já ficou sabendo disso?

—Tem alguma dúvida? Céus, gostaria que ele voltasse para Oklahoma e assumisse seu posto na Wentworth Oil Works, em vez de ficar metendo o nariz nos meus assuntos.

—A única maneira de devolver o velho à mesa dele e abandonar a sua. Pense bem. Aquele pedaço de terra que comprou ao lado do meu rancho está pronto para ser usado. Vamos iniciar uma sociedade e construir o melhor estábulo de quartos de milha do país.

Alfonso passou a mão nos cabelos.

—  Pela milésima vez, Elijah, não tenho o dinheiro necessário. Graças a meu avô, que me fez aceitar um salário em ações e àquele fundo de pensão que retém meu dinheiro até que eu complete trinta anos ou me case, não disponho de capital para uso imediato.

Elijah balançou a cabeça.

—  Talvez o casamento não seja uma má ideia, amigo.
— E mostrou a foto no jornal. — Pense no tipo de confusão em que está se metendo como homem solteiro.

Embora o retrato em preto-e-branco não fizesse justiça à coloração de Anahí, os traços delicados podiam ser vistos claramente. Mas o bebê ainda parecia um amendoim com braços e pernas.

O bebê.

—  Quer saber que nome ela deu ao filho? — perguntou, antecipando mais uma vez a raiva e a irritação. — O meu.
O garoto se chama Alfonso. O que acha disso?

Elijah encarou-o boquiaberto, tomado por uma mistura de espanto e humor.

—  Quer mesmo saber o que eu penso? E melhor fazer dela uma mulher honesta, meu caro. Assim, poderá pôr a mão no seu dinheiro e teremos o capital necessário para a nossa sociedade.

Qual era o problema com Elijah? Casar-se com Anahí? E por que ele ria, quando Alfonso estava furioso com a história sobre o bebê?

Só precisou de mais um momento para entender a reação do amigo. Havia um espelho sobre o balcão dos jornais. Apesar da mente racional afirmar que devia estar irritado, o rosto exibia um sorriso idiota como aquele ostentado pelos pais mais orgulhosos.