Fanfic: Um Amor de Bebê s2 AyA adaptada (Terminada)

Anahí havia acabado de acomodar o filho de três semanas no berço depois da mamada das cinco e meia da manhã, quando ouviu as batidas na porta. Devia ser Bea Hansen, que todos os dias ia ao apartamento sobre a padaria com uma xícara de café quente e pães frescos ou outra guloseima recém-saída do forno. Os profissionais desse ramo estavam habituados a sair da cama muito cedo.

A mulher de cabelos grisalhos atravessou a soleira com uma bandeja contendo duas xícaras fumegantes e dois bo­linhos de aroma tentador.

Anahí respirou fundo e sorriu.

—  Vai acabar me deixando mimada. — E apontou para uma das poltronas do modesto apartamento. — Sente-se.

Bea encarou-a depois de acomodar-se.

—Hoje você não parece tão desgastada. A mamada das duas da madrugada correu bem?

—Muito bem. — Anahí segurou a xícara sob o nariz e aspirou o perfume da bebida escura. — Agora que encontrei o noticiário da madrugada numa emissora de tevê, tudo se tornou mais fácil.

Bea sorriu, os olhos cercados por linhas que se tornavam mais profundas dependendo da expressão do rosto.

—  Ainda me lembro de como essas mamadas noturnas Podem ser solitárias.

Solidão.

O sorriso de Bea desapareceu.

—Está me deixando muito preocupada, querida. Sem marido, sem mãe...

—Tenho o bebê.

Solidão.

Ele teria de bastar, porque nunca teria uma mãe. E quan­to ao marido...

—  Mas sem uma família para...

Bea a interrompeu mais uma vez tocando seu ombro com delicadeza.

—Um amigo leal vale mais do que dez mil parentes.

—Então já tem o equivalente a vinte mil em Millie e eu. E, no entanto, não nos deixa ajudá-la...

—Que tipo de ajuda tem em mente? — Anahí sorriu. — Já me deram um emprego e um lugar para morar.

—Mas pagamos pouco mais que um salário mínimo por seu trabalho no balcão e pela organização dos livros contábeis.

—E a chance valiosa de obter experiência. — Anahí bebeu um pouco do café. — E não esqueça o café da manhã.

—Mas estamos prestes a expulsá-la do apartamento.

—Este seria o lugar onde a mãe de Millie viria morar. Vocês me preveniram desde o início, Bea.

—Sim, eu sei, mas me preocupo com isso. Se ao menos... — Bea parou e balançou a cabeça, os olhos uminados por um brilho familiar. Em silêncio, virou-se para olhar a foto publicada pelo Daily Post. Anahí havia emoldurado o retrato e encontrado um lugar de honra para ele na parede entre o berço e sua cama de solteiro. — Se ao menos Alfonso Wentworth...

De repente tinha a impressão de que o coração parava de bater.

—  Não comece — preveniu a amiga e protetora. Bea e Millie, adoráveis mexeriqueiras que eram, inventavam histórias onde elas não existiam. E por alguma razão acreditavam em um romance imaginário entre ela e Alfonso. — Sabe que ele só estava me fazendo um favor quando foi envolvido nessa confusão.