Fanfic: Um Amor de Bebê s2 AyA adaptada (Terminada)

Anahí sentou-se sobre o colchão e, ao mesmo tempo, puxou as cobertas sobre o travesseiro a fim de esconder o casaco.

—  Pelo menos não tenho de me preocupar com isso. — Sob o lençol, deixou os dedos deslizarem pelo tecido como se habituara a fazer nas últimas semanas.

Bea encarou-a com ar desanimado.

—E mais corajosa do que eu jamais fui.

—Uma viúva que conseguiu criar uma empresa bem-sucedida? Você é a mulher mais corajosa que já conheci!

—Mas contei com a ajuda de meu marido para criar meus filhos. Um homem que me amava e amava nossos bebês.

Anahí segurou o casaco com mais força.

—  Estou bem, Bea. Não se preocupe. — Jamais diria o contrário.

Mais um suspiro escapou do peito da velha amiga.

—  Preciso voltar ao trabalho —.ela anunciou relutante.
Aliviada, Anahí a viu ajeitar o cobertor sobre o corpo do bebê e atravessar o cómodo em direção à porta.

—  Até logo, Bea — disse. — Pode contar comigo para o plantão desta tarde.

A visitante parou com a mão na maçaneta.

—  Não se sente sozinha, querida? — perguntou em voz baixa. — Não é pecado admitir a solidão.

Mas para ela era pior que pecar.

Depois de anos de prática o sorriso de Anahí adquiria uma luz intensa com facilidade espantosa, quase que de maneira automática.

—  Já disse que estou bem. Muito bem.

A porta se fechou atrás da dona da padaria.

Num gesto involuntário, Anahí puxou o casaco que havia escondido sob o travesseiro e enterrou o rosto no tecido macio. O material retinha o perfume de Alfonso Wentworth, uma fragrância máscula que tinha um poder mágico de dispersar...

Recusava-se a pensar na palavra.

—  Solidão. — Era como se não tivesse controle sobre o que dizia.

Solidão... solidão... solidão... O pensamento ameaçador ecoava pelas paredes como gritos assustadores, fazendo com que ela sentisse vontade de tampar os ouvidos com as mãos.

Em vez disso, jogou o casaco no chão como se ele fosse o culpado de tudo. E talvez fosse. Não por tudo, mas pela fraqueza inusitada que ameaçava dominá-la. Tivera dúvidas no meio da noite. Uma espécie de vazio que sentira em algum recanto da alma, mesmo quando havia segurado o adorado filho bem perto do peito.

O casaco precisava desaparecer. Naquele mesmo dia.

Porque Anahí Masterson jamais admitira a solidão.