Fanfic: Um Amor de Bebê s2 AyA adaptada (Terminada)

A culpa era de Lisa. Tentara não olhar, mas como ignorar um objeto de comentários tão veementes? Sim, antes Anahí escondera-se sob jaquetas, casacos e cobertores, mas agora usava calça jeans e um suéter branco e justo.

Anahí sorriu para Lisa.

—  Sempre fui magra demais. Algumas destas curvas fo­ram adquiridas recentemente.

Agora era Anahí a culpada por estar analisando seu corpo sedutor. Sim, era possível notar a silhueta esguia, mas se as curvas haviam mesmo sido adquiridas recentemente, en­tão o parto fora um grande amigo.

De repente se deu conta de que as duas mulheres o en­caravam. Teria feito algum som? Talvez houvesse gemido!

Sério, olhou para o relógio mais uma vez. Não conseguia lembrar quando Anahí havia chegado, mas era evidente que estava ali há mais tempo do que aconselhava o bom senso.

Ela bebeu um pouco do chá e interpretou o sinal de ma­neira correta.

—Preciso ir embora. Tenho de voltar à padaria.

—Padaria? — Alfonso franziu a testa e viu Lisa sair da sala e fechar a porta em silêncio. — Oh, sim, você disse que trabalhava lá. Mas já voltou ao trabalho?

—Bea e Millie precisam de mim — disse, levantando-se para partir.

Um estranho desconforto o invadiu.

—  Precisa repousar., Bea e Millie podem suportar mais alguns dias sem sua ajuda.

Anahí respondeu com um sorriso polido e deixou a xícara sobre a mesa.

—  Obrigada mais uma vez pelo casaco... e por tudo que fez por mim.

Não gostava de vê-la sair daquela maneira para a tarde gelada. Ainda não.

—   Não quer saber sobre Sabrina?
Ela vestiu a jaqueta.

—Acha que está bem agasalhada? Não quer ficar com o casaco de pele de carneiro?

—Não, obrigada. Ia dizer alguma coisa sobre Sabrina?

—Graças a você, descobrimos que ela esteve na cidade. E soubemos inclusive onde estava hospedada. — Sentia-se culpado por não ter ido procurá-la para contar o que haviam descoberto a partir de sua valiosa informação. E também devia ter comprado um presente para o bebê. Mas estivera tão preocupado com os rumores espalhados pela cidade que evitara todo e qualquer contato com ela. — Infelizmente, Sabrina desapareceu novamente.

—  Oh, sinto muito. Espero que a encontrem. — E pôs a mão no bolso da jaqueta para apanhar um molho de chaves.

Alfonso pensou em Anahí dirigindo de volta à padaria.

—O aquecedor de seu carro não havia quebrado? Posso providenciar alguém para...

—Está funcionando outra vez. — E ajeitou o xale em torno do pescoço.

—Não tem tempo para uma visita mais longa? — Não sabia o que o levara a fazer uma pergunta tão estúpida.

Ela olhou para a mesa coberta por papéis.

—Creio que é você quem não tem tempo para uma visita mais longa.

—Oh, isso não é nada. — Apenas a corrente que o man­tinha preso à empresa. — Ainda nem me contou sobre seu filho. — E olhou para o bebê adormecido no carrinho. O rosto parecia mais redondo e os lábios executavam movi­mentos de sucção em intervalos irregulares.

—Eu o chamo de Poncho.

Um estranho e inesperado desapontamento o invadiu.

—  Então mudou ò nome...

—  Não. É apenas um apelido. A forma para Alfonso. Anahí empurrou o carrinho para a porta e ele notou que uma roda estava torta. Não conseguia pensar em outra razão para fazê-la ficar.

—  Não queria chamá-lo de Alfonso? — A pergunta estúpida brotou de seus lábios como se não tivesse nenhum controle sobre o que dizia.

Anahí parou. Devagar, olhou por cima de um ombro sem se preocupar em esconder o rosto tingido por um rubor tão intenso quanto o xale que protegia seu pescoço.

—  Acho que pensei que só existia um deles — disse antes de partir.