Fanfic: Um Amor de Bebê s2 AyA adaptada (Terminada)

Seu estado civil. Alfonso parou, a mente tomada de as­salto por uma ideia digna de Einstein. Tudo bem, a ideia fora de Elijah, mas só ele poderia torná-la realidade.

—   Wentworth, você é um genio — sussurrou. — Com essa ideia todos sairão ganhando.

Meia hora para considerar os planos. Dez minutos para dirigir-se à Padaria Freemont Springs. Um minuto e meio para descobrir que Anahí estava em seu apartamento e ir bater na porta no alto da escada.

Mais um instante e ela apareceu do outro lado da soleira.

Com o frio de janeiro atrás dele e a expressão confusa diante de seus olhos, Alfonso decidiu ir direto ao assunto.

—  Quero me casar com você.

Anahí encarou-o sem compreender o significado das pala­vras, consciente apenas do roupão velho que vestira sobre o corpo ainda molhado do banho. Grotas geladas escapavam da toalha que enrolara na cabeça, escorrendo pelo pescoço.

O homem parecia ter um prazer sádico de surpreendê-la sempre nos piores momentos. Tomara o cuidado de vestir a melhor calça jeans e um suéter apresentável quando fora visitá-lo no escritório, mas ao chegar em casa Poncho re­gurgitara em sua blusa e a obrigara a tomar o segundo banho do dia.

Pensando bem, devia estar surpresa por Alfonso só ter chegado depois da ducha.

—  Ouviu o que eu disse? — Ele entrou e fechou a porta, aproximando-se mais do que pretendia.

Anahí recuou um passo, as mãos apertando a faixa em torno da cintura. O terno escuro e a gravata de seda eram muito parecidos com os que via nos executivos dos filmes e das novelas da tevê, ou nos diretores que visitavam o orfanato esporadicamente. Não se parecia em nada com um homem propondo casamento.

Casamento?

Anahí engoliu em seco e recusou mais um passo.

—  O que foi que disse?

—  Acabei de pedi-la em casamento.
Um arrepio intenso percorreu seu corpo.

—Você não pediu — respondeu. — Disse apenas que quer se casar comigo.

—E verdade.

O sorriso a envolveu como uma nuvem quente. Anahí cruzou os braços sobre o peito, tentando afastar um segundo arrepio.

—Isso não faz sentido — disse. Olhou para o berço onde Poncho emitia os ruídos que costumava fazer quando estava acordando.

—É claro que faz sentido — Alfonso respondeu. Sem pedir licença, atravessou a sala e foi sentar-se na poltrona florida. — Todos têm a ganhar.

Anahí aproximou-se do berço e pegou o filho nos braços antes que os gemidos se transformassem em berros. Ele piscou e acalmou-se ao sentir o calor de seu corpo.

—  Olá, bebê — sussurrou, tentando ganhar tempo.
Segurando o menino contra o peito como um escudo, fi­nalmente encarou Alfonso.

—  Não estou entendendo. Do que está falando?
Ele bateu as mãos contra as coxas e se levantou.

—  Desculpe-me se não estou sendo claro. Deve ser a alegria provocada pela ideia. Devia ter pensado nisso há semanas.