Fanfic: Um Amor de Bebê s2 AyA adaptada (Terminada)

Um homem mais polido não teria escutado a conversa.

Um homem mais gentil a deixaria lidar com seus pro­blemas pessoais em paz.

Mas Alfonso crescera sentado sobre os joelhos do auto­ritário Joseph Wentworth, e aprendera muito com o avô.

Depois de bater na porta, entrou no apartamento e foi direto ao assunto.

Anahí parecia mais pálida que alguns minutos antes, e encarou-o com ar confuso.

—  Queria que Poncho crescesse aqui — disse. — Freemont é seu nome do meio porque queria que ele lembrasse para sempre qual é seu lugar de origem.

Alfonso segurou-a pelo braço e levou-a até o sofá. Ela sentou-se mantendo o bebê aconchegado junto ao peito.

—Gosta daqui?

—Meu carro teve dois pneus furados nos limites da ci­dade. Eu vinha de Los Angeles, e só havia parado para abastecer e lavar o pára-brisas, até que passei pela placa indicando a entrada para Freemont Springs. Então... não consegui seguir viagem...

—Decidiu ficar?

—Não tinha dinheiro para consertar os dois pneus. E Alice sempre dizia que quando quebramos um ovo o melhor é fazer uma omelete.

Alfonso ignorou Alice e a omelete.

— Poncho foi o primeiro bebê do ano — disse. — Freemont Springs é a cidade onde ele nasceu.

—É isso mesmo. As pessoas daqui são tão amigas... Senti que havia encontrado nosso lugar. Mas acabei de perder o único lugar cujo aluguel poderia pagar.

Odiava vê-la infeliz.

—Ainda pode refletir sobre aquela solução rápida e simples.

—Que solução?

—Case-se comigo, Anahí.

—Assim, sem rodeios?

Sabia que ela estava considerando a possibilidade. Havia algo entre eles, uma espécie de força que desencadeara naquela noite em que segurara a mão dela na maternidade. Talvez antes, quando abrira a porta de sua casa e vira os cabelos de luar.

—   Apenas temporariamente. — E engoliu em seco várias vezes para banir o tremor da voz. — No final, terá dinheiro suficiente para passar o resto da vida aqui, se quiser. Faça isso por Poncho, Anahí. Para que ele possa crescer na cidade que o recebeu com tanto carinho — disparou.

Ela o encarou e o azul intenso de seus olhos pareceu iluminar toda a sala.

—   Não sei. — O bebê havia adormecido e ela foi colocá-lo no berço, o móvel mais luxuoso do apartamento.

Devagar, ergueu o corpo e encarou-o novamente. O apar­tamento era tão pequeno que tinha a sensação de poder tocá-lo, caso estendesse o braço.

—   Alice sempre dizia que quando a oportunidade bate na porta...

Alfonso ergueu o punho cerrado e sorriu.

—   Tum, tum, tum — brincou.

Anahí olhou para o bebê. Depois fitou-o. Diga sim, Alfonso suplicou em silêncio.

—   Sim.

Tomado por uma estranha mistura de alívio e ansiedade, ele percorreu a distância que os separava sem sequer pensar no que fazia. As mãos pousaram sobre os braços delicados e ele a puxou contra o peito. Os seios rígidos encontraram seu corpo e os lábios roçaram nos dela.

Só isso.

Não foi o bastante. Porque ela respirou fundo, tomada pela surpresa, e o som traiu uma intensa excitação, um sentimento que o contagiou de maneira incontrolável e poderosa.

Quando se deu conta do que fazia, Alfonso a estava bei­jando de verdade.