Fanfic: Um Amor de Bebê s2 AyA adaptada (Terminada)

Casamento apressado, arrependi­mento dobrado.

Alice, a mulher que cuidava das crianças da faixa etária de Anahí no Lar Thurston para Meninas, nunca dissera esse adágio em particular, mas as palavras ecoavam em sua cabeça mesmo assim. Talvez porque agora, cinco dias depois da proposta de Alfonso e duas horas após a cerimónia no cartório de registro civil, finalmente tinha tempo para ouvir os próprios pensamentos.

E eles não eram exatamente animadores.

No quarto reservado para o bebê na mansão Wentworth, Anahí retirou mais roupas infantis da enorme sacola de papel. A governanta Evelyn não movera um músculo do rosto dian­te da estranha bagagem, uma velha valise e duas sacolas de compras, nem demonstrara espanto diante do desejo da nova patroa de guardar pessoalmente as roupas de seu filho. Além de não estar acostumada a ser servida, precisava trancar-se em um canto daquela casa monstruosa para aquietar o coração e organizar as ideias.

Teria cometido um engano de proporções tão gigantescas quanto as da mansão?

Olhou para Poncho, profundamente adormecido em seu antigo berço. Fizera questão de levá-lo, sua única extrava­gância, e o móvel não parecia deslocado no cómodo de pa­redes cor de pêssego.

Mas seria mesmo aquele o lugar dela e do filho?

O quarto tinha o cheiro do cedro do armário de roupas de cama, onde havia pendurado as poucas peças que possuía. E a cómoda de madeira maciça com tampo de mármore tinha espaço suficiente para as roupas de Poncho e suas peças íntimas. A cama estreita em um canto seria um lugar perfeito para dormir.

A cama a fez pensar em Alfonso, Aceitara um casamento de conveniência, uma união formal e assexuada. Aquele pri­meiro pensamento que invadira sua mente quando ouvira o pedido de casamento, a possibilidade de tê-lo em sua cama e em sua vida para sempre, morrera rapidamente, como todas as outras ideias românticas que um dia tivera.

Já devia estar acostumada ao desapontamento.

Há um ano deixara-se levar por um coração carente. In­génua, apaixonara-se pelo primeiro sorriso caloroso e pela primeira mão estendida. Mas a gravidez solitária calejara todas as necessidades alheias ao instinto maternal.

Portanto, não precisava se preocupar. Entrara naquele acordo com Alfonso de olhos abertos, pensando no futuro e na segurança de seu filho. Anahí terminou de guardar as roupas de Poncho e pegou a sacola de papel para amassá-la e jogá-la no lixo, mas parou de repente.

— Vou precisar dela novamente — disse em voz alta. — Em breve. — E dobrou-a com cuidado, deixando-as empi­lhadas ao lado da valise no armário perfumado. Um suspiro aliviado brotou de seu peito quando constatou que poderia alcançá-las com facilidade.

Como conseguiria lidar com a estranheza daquela situa­ção, do casamento? Como se protegeria das novas tempes­tades emocionais? Nunca mais seria pega despreparada.