Fanfic: Um Amor de Bebê s2 AyA adaptada (Terminada)

Mas a amargura não era uma emoção saudável para uma mãe solteira. Erguendo os ombros, baniu da mente todas as lembranças de Evan e dos oito meses de mentiras que vivera com ele. Quando encarou Alfonso, havia uma estra­nha calma em seus olhos.

O estômago estava contraído, mas duvidava de que ele pudesse perceber seu nervosismo.

—   Quanto a dormirmos juntos... — Não! Havia realmente dito aquilo? A julgar pela expressão de espanto do homem com quem acabara de se casar, sim. — Quero dizer, quanto às acomodações...

Conseguira conquistar sua atenção, mas os olhos casta­nhos permaneciam fixos na aliança que pusera em seu dedo naquela tarde. Sentira a pele fria, a firmeza da mão e o calor envolvente quando ele afagara seus dedos depois de terem trocado alianças.

Olhou para a boca. Ele a beijara, também. Nada pa­recido com o beijo ardente que haviam trocado no dia em que aceitara sua proposta. A lembrança daquele momento era suficiente para provocar arrepios intensos. Mas o ar­dor havia sido apenas um sinal de exuberância por ter sido capaz de vencer o avô. O beijo no cartório fora rápido, frio e contido.

E Anahí o odiara.

—   Estava dizendo? — Alfonso incentivou-a. As mãos foram postas nos bolsos da calça e ele se apoiou na parede.
Frio e controlado, como sempre.

Mas Anahí viu o músculo tenso na mandíbula e soube que o controle era mantido a custa de muito esforço. O olhar, subitamente quente, era como uma carícia em seu rosto. Outro arrepio a percorreu.

Diga de uma vez que não vai dormir com ele

—Pretendo ficar aqui mesmo — anunciou, apontando para a cama estreita ao lado do berço. — Com Poncho.

O músculo no rosto de Alfonso saltou como se a tensão houvesse aumentado centenas de vezes. Ele se afastou da parede e deu alguns passos em sua direção. Anahí agarrou-se ao metal frio da cama.

Os olhos dele eram como chamas envolvendo seu corpo, e ela não conseguiu impedir que a respiração assumisse um ritmo ofegante, rápido.

—   E melhor assim. — A voz era amena em comparação aos outros sinais emitidos por seu corpo. De repente ele se virou para sair. — Por mim, pode instalar-se onde quiser.
— E saiu.

Anahí  soltou o metal da cama e massageou os dedos doloridos, olhando para o belo anel que cintilava na mão esquerda.

Gostaria de saber por que a aceitação casual de sua pro­clamação, o que devia ter sido motivo de grande alívio, pa­recia ser apenas mais uma enorme decepção.