Fanfic: Um Amor de Bebê s2 AyA adaptada (Terminada)

Se a Mansão Wentworth lembrava um castelo, Anahí de­cidiu na manhã seguinte enquanto descia a imponente es­cada, ela era a princesa que sofrera durante toda a noite com uma ervilha sob o colchão.

Não conseguira sequer cochilar na cama do quarto de Poncho.

Tentara de tudo. Desde prestar atenção à respiração tran­quila do bebê a contar estrelas imaginárias, mas havia sido inútil. Bocejando, arrastou-se pela casa como uma sonâm­bula, totalmente desprovida de energia. Evitaria tomar café na refeição matinal e voltaria ao quarto em seguida para acompanhar o filho no cochilo matinal.

Mas a visão de Alfonso, alerta e com os cabelos molhados do banho, sentado à mesa a fez engolir mais um bocejo.

—Bom dia — ele cumprimentou-a por cima do jornal que mantinha aberto diante do rosto.

—Bom dia — Anahí respondeu. Esperava evitá-lo des­cendo nas primeiras horas da manhã para o café. Antes que pudesse pensar em uma boa desculpa para voltar ao quarto, Evelyn entrou na sala com um cesto fumegante.

— Deixe-me cuidar do bebê enquanto come, sra. Went­worth. — Rápida e eficiente, a governanta deixou o cesto sobre a mesa e pegou Poncho nos braços.

Sra. Wentworth? Assustada, Anahí sentou-se e viu a criada voltar para a cozinha com seu filho.

—   Café, sra. Wentworth?

Anahí pulou na cadeira. Uma mulher idosa num vestido preto e avental branco surgiu de um canto afastado com um bule prateado na mão. Interpretando o silêncio como uma resposta afirmativa, ela encheu sua xícara com a bebida aro­mática e desapareceu além da porta que levava à cozinha.

Anahí piscou várias vezes. Sra. Wentworth? Olhou para a aliança em seu dedo. Sim, era a sra. Wentworth.

—   Pensou que fosse apenas um sonho? — A voz de Alfonso soou além do jornal. O rosto não revelava nenhuma emoção.
— Mas acordou e descobriu que é mesmo minha esposa.

Ela apertou os lábios numa reação perturbada. Sua es­posa. Criados. Sra. Wentworth. O Lar Thurston para Me­ninas não a preparara para esse novo papel.

—   Esposa temporária — disse. E um papel temporário que desempenharia procurando manter-se escondida duran­te todo o tempo que pudesse. Dos empregados, de Alfonso...
do mundo todo, se fosse preciso.

Depois do café voltaria ao quarto para aquele cochilo. E daquele em diante faria as refeições na cozinha nos horários menos convencionais.

—   Esposa temporária — repetiu com firmeza.
Alfonso olhou para a porta da cozinha.

—   Não deixe que ninguém saiba disso — pediu, dobrando o jornal e deixando-o ao lado do prato. — Conversei com meu avô ontem à noite.

Artifícios para manter-se longe dele ainda ocupavam sua mente.

—   Pensei que já houvesse contado sobre o casamento — respondeu distraída.

Alfonso sorriu.

—   Não consegui encontrá-lo antes. Tentei telefonar, mas só ouvia a voz metálica da secretária eletrônica. Ontem à noite finalmente conversamos.

Algo na voz dele atraiu sua atenção.

—E? — O acordo que fizera com Alfonso dependia do fato de Joseph Wentworth acreditar no casamento. De re­pente, não sabia o que desejava mais: convencê-lo... ou não. — Como ele recebeu a notícia?

—Bem. Teria até ficado surpreso com sua reação, se não soubesse como ele está distraído pela necessidade de descobrir o que aconteceu com Jack.