Fanfic: Um Amor de Bebê s2 AyA adaptada (Terminada)

Alfonso olhava para a tela do computador sem realmente enxergar as letras e os números. Devia estar satisfeito, feliz até, depois do que ouvira sobre a visita de Anahí à cidade. Afinal, depois de tudo que havia sido dito pelas ruas de Freemont Springs, o avô certamente acreditaria que se ca­sara pelas razões convencionais.

O que o levava a refletir... quais eram as razões convencionais?

Não queria pensar na resposta.

Como não queria pensar no rosto corado de Anahí quando a segurara pelo pulso naquela manhã, nem no olhar tímido que vira alguns minutos antes, quando ela falara sobre as congratulações que havia recebido de amigos e conhecidos. Poncho ficara agitado, e ela saíra deixando-o perturbado, incomodado... aborrecido com o maldito relatório que ten­tava redigir para Donnoly.

Talvez devesse aproveitar os minutos de solidão para decifrar o enigmático comentário sobre ovos e galinhas que Anahí fizera durante o café da manhã.

Qualquer coisa seria melhor que enfrentar o fato de estar casado. Casado!

E reconhecer a culpa e a estranha alegria provocadas pela ideia.

As mãos dela tremeram enquanto ela recitava os votos. Naquele momento fora invadido por um frio intenso, como se alguém houvesse jogado um balde de água gelada sobre sua cabeça. A cerimônia efetivara um casamento, não um truque de um garoto inconsequente disposto a enganar o avô. Um casamento... com uma mulher cujo cabelos claros e olhos azuis o levaram a vasculhar a caixa de jóias que herdara da mãe em busca do anel perfeito.

Alfonso desligou o computador e passou as mãos na cabeça. Talvez devessem desistir de tudo antes que algo inesperado acontecesse. Antes que alguém acabasse se machucando.

A porta do escritório foi sacudida por batidas urgentes. Anahí entrou apressada, o peito arfante e o rosto dominado por uma expressão apavorada.

—   Alfonso...

Ele pulou da cadeira.

—O que foi? Aconteceu alguma coisa com o bebê?

—Não, não, Poncho está bem. É... é... — E parou, agar-rando-o pela mão e puxando-o para fora do escritório.

Os dedos eram quentes. Podia sentir seu perfume. Mas não. Anahí não usava perfume. O aroma que sentia era do xampu, uma essência floral e suave. E havia uma nota mais sutil e familiar. Sabonete de aveia e menta, um produto que podia ser encontrado nos armários de todos os banheiros da mansão.

O mesmo que esfregava na própria pele todas as manhãs.

Não devia julgar um sabonete que conhecia há anos tão excitante. Tão... conjugal.

Ela o levou ao seu quarto. A porta estava aberta, como a do quarto de Poncho do outro lado do corredor. Em seguida soltou-o.

Alfonso espantou-se com o vazio provocado pela ausência do contato.

—   Veja! — exclamou, apontando para as duas portas abertas. — Evelyn disse que essas coisas são presentes de seu avô. Foram enviados hoje.