Fanfic: Um Amor de Bebê s2 AyA adaptada (Terminada)

Anahí fitou-o com ar de espanto. — Está brincando, não é?

—   O que mais podemos fazer? Vamos dizer a Evelyn que os recém-casados precisam de camas separadas? Conseguimos manter o arranjo por uma noite, mas os empregados vão começar a comentar se essa situação persistir.

Sem dúvida seria estranho, especialmente depois da ex­cursão que fizera à cidade naquela tarde. As notícias sobre o feliz casamento entre ela e Alfonso corriam como sarampo em orfanato. Acrescente a isso uma história sobre camas separadas e...

—   O boato chegará aos ouvidos de meu avô antes da abertura do mercado de ações — Alfonso opinou, como se pudesse ler seus pensamentos.

—   Mas você propôs um casamento de conveniência!
Ele encolheu os ombros e pôs as mãos nos bolsos da calça.
—Acha que vai ser inconveniente dividir uma cama comigo?
A atitude casual e o ar superior estavam de volta. Sem a gravata e com o colarinho aberto, era possível ver o pulsar cadenciado da veia do pescoço. E a julgar por aquele pescoço, o corpo que passaria as noites ao lado do seu devia ser muito forte.

—   Vamos lá, Anahí — Alfonso insistiu com um sorriso conciliador. — Estou certo de que podemos dormir na mesma cama sem nos tocarmos. Afinal, somos adultos.

É disso que tenho medo.

Estava habituada a dividir um quarto com outras garotas. E a dividir seu espaço com o filho. Mas dividir uma cama com um homem... Evan nunca passara a noite toda com ela.

Um sinal claro que devia ter sido capaz de interpretar.

—   Não ronco — Alfonso garantiu.

Anahí não duvidava dele. Um homem daquele tipo não podia roncar. Um homem como Alfonso aquecia camas e corações, e certamente seria capaz de espantar aquela hor­rível e fria soli...

Prometera a si mesma que nunca mais pensaria nessa palavra.

—Francamente, não acredito que seja uma boa ideia. Posso dormir no chão, ou...

—Está com medo, Anahí?

—Não tenho medo de nada — a resposta foi automática. No orfanato, aprendera a nunca admitir o medo do escuro, de não ter família ou não ser capaz de criar o próprio filho.

—Otimo. Então, está decidido. — E virou-se para voltar ao escritório.

—Não! — Mais uma reação automática. Os órfãos apren­diam a respeitar o instinto de preservação e deixar-se guiar por ele desde o berço. E era justamente esse instinto que a prevenia contra os perigos de aproximar-se muito de Alfonso.

Ele se virou devagar. Calmo.

—   Não mordo — disse.

Mas e se quisesse ser mordida?

O pensamento inoportuno tingiu seu rosto de vermelho. Alfonso fitou-a com interesse e aproximou-se alguns pas­sos. Com um dedo, tocou uma face corada.

—   Está com medo.
Negue!