Fanfic: Um Amor de Bebê s2 AyA adaptada (Terminada)

Anahí sabia que o coração batia duas vezes mais rápido que o normal. Ter medo significava abrir-se para a dor. E não deixaria nenhum homem, príncipe ou marido, aproximar-se o suficiente para feri-la novamente. Tinha experiên­cia para proteger-se.

E Alfonso parecia à vontade com a ideia, como se dormir com ela fosse apenas um inconveniente qualquer, como di­vidir a cama com um gato ou cachorro de estimação.

—Anahí... — começou, acariciando seu rosto com um misto de ternura e sensualidade. — Se não quiser...

—Bobagem — ela cortou apressada, ignorando as sensações provocadas pelo contato. — Mal posso esperar por isso.

Ele parou, riu e afastou-se lentamente.

—  Eu também.

Não há nada de especial em Anahí.

Alguns minutos depois das onze da noite, Alfonso acomodou-se na poltrona estofada ao lado da lareira em seu quarto, convencendo-se disso. Era possível ouvir o som da água corrente no banheiro contíguo.

Anahí devia estar escovando os dentes. Lavando o rosto. Todas as coisas que uma mulher fazia antes de ir para a cama. Simples, comum...

Nada especial o bastante para deixar os músculos de seu corpo tão rígidos e fazer o sangue correr mais depressa.

Não há nada de especial em Anahí.

Porque era assim que agiria naquela noite. E durante todo o casamento. Com calma e controle, desempenhariam seus papéis para a criadagem e convenceriam o avô sobre o casamento.

Persuadiriam o velho a retomar o comando da Oil Works.

Comprariam a liberdade de Alfonso das responsabilida­des familiares.

Garantiriam o futuro de Poncho e Anahí.

A porta do banheiro se abriu e ela apareceu num robe de tecido muito fino e claro. Flanela branca, provavelmente de uma camisola, podia ser vista através da abertura da gola.

Nove camisolas de seda e ela preferia flanela. Graças a Deus!

Ela o fitou com ar nervoso.

— Tudo bem? — perguntou, forçando um sorriso que o fez lembrar a noite em que se conheceram.

Claro — Alfonso respondeu. Não havia nada de especial em Anahí. Nenhuma razão para estar imaginando a pele clara sob a flanela quente.

—   Eu... vou dar mais uma olhada em Poncho.
Alfonso não explicou que um dos presentes enviados pelo avô fora um monitor instalado no quarto do bebê. O receptor fora deixado sobre a mesa-de-cabeceira e podia transmitir o som de uma pena caindo sobre o tapete.

Melhor assim. Pelo menos daria um descanso à mente das imagens inquietantes provocadas pelo perfume do sa­bonete, pela visão do robe e da camisola ingénua e pura. Para fazer sua parte e garantir um casamento livre de con­tratempos, teria de manter-se tão afastado e controlado quanto fosse possível.

Anahí deixara as portas dos dois quartos abertas, e por isso podia vê-la debruçada sobre o berço no ambiente suavemente iluminado. A imagem lembrava a de um anjo maternal.

Gostava de pensar nela dessa maneira. Angelical, em vez de excitante. Asas no lugar de hormônios. Pela primeira vez desde que vira as camisolas espalhadas sobre a cama, sentiu-se mais calmo. Podia conseguir. Seria capaz de levar a esposa para a cama e não tocá-la.